quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Não vai a bem, vai a mal

François Hollande já delineou a estratégia para a recuperação económica da França:

Coação, extorsão e confisco à propriedade privada em solo françês

Quem diria que na Europa do século XXI, novos velhos métodos de "recuperação económica" patrocinados pelo Estado voltam a estar em cima da mesa.

A Arcelor Mittal, detida por um indiano e com um complexo industrial instalado em França, decidiu que iria encerrar parte da sua atividade, leia-se, transferir a produção para outro local do planeta mais barato, mantendo apenas uma estrutura mais virada para vendas. Como consequência, mais de 600 trabalhadores iriam ver a luz do desemprego. Notícia aqui

Mas tal não será aparentemente possível já que François Hollande ameaçou o investidor indiano que caso avançasse com a operação, todo o complexo seria, imagine-se, NACIONALIZADO.
Bem-vindos à globalização do século XXI.
No mínimo, a UE já deveria estar a instaurar um processo a Hollande por violação das leis do Mercado Comum e dos tratados da OMC, mas enfim.

Aparentemente, a tal nacionalização seria temporária, já que apareceram investidores interessados em comprar o complexo na tua totalidade. O indiano não quer, já que só lhe interessa alienar parte, e não a totalidade.

Segundo Hollande, coação e confisco pelo Estado em terras gaulesas são sempre um bom cartão de boas vindas para quem lá quer investir.

E já agora, algum de vós gostaria de investir em França com um governo que ameaça roubar os frutos do vosso trabalho só porque as coisas não correram como esperado e tenham vontade de mudar?

Eu sugeria a Hollande algo mais:
Fiscalizar todas empresas em França com taxas de rentabilidade inferiores a 2%, e nacionalizá-las preventivamente. Que acham?
Assim evitava-se o desprazer de ter que gerir empresários descontentes e desejosos de mudar.

Nem imagino como seria o crescimento do PIB em França no ano seguinte...

Tiago Mestre

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