domingo, 18 de novembro de 2012

O que me vai na mente


Tenho estado a ler o livro "The Theory of money and Credit" de Ludwig Von Mises, a sua primeira edição foi escrita em 1920, estou a ler a sua tradução para Inglês de 1955.
É fantástico como um ser humano é capaz de compreender e antecipar acontecimentos como os que hoje estamos a passar.

Num dos capítulos que dedica à inflação, o autor explica que  um País sem capacidade de inflacionar(criar moeda) ,  de contrair divida nos mercados internacionais, de desvalorizar a moeda,  o seu governo perde a capacidade de esconder o malefício das suas politcas passadas,  perde a capacidade de empurrar com a barriga os problemas, e com isso a ilusão criada na população desfaz-se.

Descreve a situação de Portugal de hoje, incapaz de inflacionar, sem capacidade de recorrer aos mercados a seu belo prazer, restam poucas escolhas e nenhuma delas sem custos sociais elevados.

Que pode o Governo fazer?

Bem existem algumas formas de proceder, a mais inteligente seria cortar despesa,  desburocratizar e baixar impostos. Mas não existe vontade nem a constituição o permite.

As outras são aumentar os impostos, sem cortar na despesa; cortar despesa e aumentar impostos.

Mas nenhuma destas evita que se passe por uma depressão, se toda a estrutura produtiva esta baseada em crédito, que agora não existe.

Se a situação se altera devíamos nos adaptar, mas o que se tem feito é procurado manter o status quo, algo que é impossível.

Os políticos não compreendem isso, pensam que o crescimento é algo fácil de conseguir, se antes bastava aumentar a despesa, sem isso não sabem o que fazer.

Hoje ao fazer Zaping na Tv, vi o Freitas Amaral a dizer que a austeridade, os sacrifícios foram feitos e não serviram para nada, etc... a velha cartilha socialista.
É interessante esta argumentação, pressupõe que existe uma alternativa aos "sacrifícios", que o que o Governo tem feito é por convicção e claro que o plano central é o que nos salva, só que ainda não apareceu um rumo, a chamada luz ao fim do túnel.
Demonstra, como a esmagadora maioria dos comentadores, a sua ignorância, e em alguns casos ignorância criminosa.
Ou a Dilma que vai levar o Brazil a bater contra a parede daqui por uns anos.
A austeridade que foi posta em prática não funciona nem vai funcionar, o que tem sido levado a cabo é uma tentativa desesperada de manter o sistema, de impedir que o que alimentou tanta gente dos partidos desapareça

Estou convencido hoje, que o PSD foi para o governo para ser estes a gerir as privatizações, para serem estes a sugar o que ainda resta da vaca (a economia).

Temos no nosso dia a dia, fazer um esforço para educar mos os outros, de os preparar para o que ai vem.

Promover a POUPANÇA, sem esta não existe desenvolvimento, o crédito sem ser apoiado por poupança , leva a um crescimento fictício, crescimento esse que mal acabe o crédito se desmorona.
Que é o que estamos a viver.

Toda a teoria austríaca do ciclo económico assenta na explicação deste fenómeno, a criação de bolhas de crédito, que não é mais que o que aconteceu em Portugal

O que se tem levado a cabo nos USA, o money printing, tem como base estimular a procura agregada, o consumo, porque defendem que sem procura não existe oferta, uma mentira clara.
A realidade é que o consumo está já a níveis anteriores À crise, mas o crescimento é fraco, o investimento das empresas não está ao nível pré crise, todas as justificações que deram para tal forma de combate à crise
estão alcançadas, o mercado de valores está a níveis acima de pré crise, porque é que a economia não arranca, porque é que o desemprego se mantêm elevado?

A realidade é que a economia, o mercado não foi deixado se ajustar, mas como tudo na vida, esta manipulação terá um fim.

Quando o fim chegar, infelizmente os cidadãos vão se virar contra o estrangeiro, existe sempre alguém de fora que é o culpado, os especuladores, os alemães, os pretos, os brancos, os amarelos, os aliens, mas nunca mas nunca nós próprios.

Estamos assistir aos últimos dias de uma teoria económica, mas como sempre no fim é quando se causa mais danos, e o keynesianismo is going down swinging.

Esperemos que as pessoas comecem a ler e  a escutar o que Von Mises e os outros economistas austríacos tem para nos ensinar, podemos não concordar com tudo, nem tomar como gospel, mas a lógica económica é certeira, se existisse mais Áustria e menos Keynes o mundo seria muito mais próspero.



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