sábado, 15 de dezembro de 2012

Esta é a elite que nos dirige...

José Silva Lopes no Diário Económico

O que ele disse nesta entrevista foi, de grosso modo, o que ele referiu num programa da SIC Notícias há cerca de 2 meses com o Mário Crespo ou o José Gomes Ferreira, já não me recordo muito bem.

Falou no Keynes e no Krugman, afirmando que deviam ser mais escutados na medida em que são eles quem detém a solução para a crise. O homem está demente. 


«Krugman cita, aliás, no livro que os economistas americanos se dividem em dois grupos. Os economistas de água doce e os de água salgada. Os economistas de água doce são aqueles da região dos grandes lagos - Chicago e arredores - e que defendem que os mercados funcionam na maravilha, que o governo deve ser reduzido à sua expressão mais simples, que não deve haver regulação de mercados porque eles funcionam muito bem e que as perspectivas keynesianas são uma coisa do passado. Olham com desprezo para as teorias keynesianas. O Krugman pertence aos economistas de água salgada (normalmente da costa leste e Oeste. Ex: MIT). Krugman é um keynesiano declarado.»


«Considerando que "Krugman é um keynesiano declarado", Silva Lopes afirma que "esta crise mostrou completamente porque é que os economistas de água doce (os que rejeitam as teorias de Keynes) não têm razão".»

O que Silva Lopes nos vem dizer é que os economistas de "água doce", os que previram e alertaram para esta crise, estão errados e os de "água salgada", como Krugman ou Bernanke, confrontados com a iminência desta crise, afirmaram que nada se passava e que não existia uma bolha no setor imobiliário prestes a explodir; estes estão certos. Pois, viu-se!


«Porém, "o que é espantoso é que eu pensava que a crise, que demonstrou que eles [economistas dos grandes lagos] não têm razão, ia fazer com que eles viessem a perder terreno. Mas não".»

A meu ver, passa-se exatamente o aposto. Os que estavam errados, os economistas keynesianos, estão a ganhar terreno, através de demagogias sem fim. Ver Barack Obama, Ben Bernanke, Krugman. Até a própria Merkel já deixa imprimir dinheiro do nada que, como diz o Tiago, o que importa é o momento presente e o futuro do euro que se lixe.


«Aquilo que se ensina na maior parte das universidades americanas - e em algumas universidades portuguesas - é que o keynesianismo é uma coisa do passado. Isto, para desprezar. Ignora-se completamente o Keynes. Porém, esta crise mostrou, completamente, como é que os tais economistas de água doce não têm razão.»

Bem, não me parece. Já li alguns lamentos de ex-alunos da FEP por exemplo de nunca terem ouvido falar de Von Mises enquanto lá andavam. Mas já tinham falado bastante de Keynes, o que para esse tal aluno, tinha teorias incompletas e incongruentes, o que de facto se verifica. Pelo contrário, esta crise mostrou-nos que a expansão do crédito bancário conduz sempre a uma bolha, bolha essa que desencadeia uma reação na economia, um ajustamento a que se chama de recessão. Portanto, esta crise se reforça alguém, esse alguém é a Escola de Chicago e a Escola Austríaca dos Ciclos Económicos.

E a jornalista, deixem-me dizer, é a imparcialidade em pessoa.

Bernardo Botelho Moniz

1 comentário:

Carlos Rebelo disse...

"3 prémios Nobel de economia a trabalhar no pós 25 de Abril, a meu pedido".
Viu-se a grande borrada que deu...