quinta-feira, 21 de março de 2013

A visão czarina


Via Blogue da RussiaPrimeiro-ministro russo acusa UE de querer destruir sistema bancário cipriota

O discurso de Moscovo sobre a situação no setor bancário cipriota é cada vez mais duro e claro nas acusações.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medveved, acusou a União Europeia de querer destruir o sistema bancário cipriota a fim de conseguir meios para sair da crise, não se esquecendo de insinuar que essa medida visa também prejudicar empresas e bancos russos.

Parece que o objetivo é destruir o sistema bancário do Chipre. Isto, segundo os parceiros europeus, será útil à economia da União Europeia e contribuirá para sanar a crise”, acrescentou o primeiro-ministro russo.

“Surpreende o facto de, além da ideia de realizar a confiscação [imposição de um imposto sobre as contas bancárias no Chipre], ter sido bloqueada a atividade de todos os bancos no Chipre, incluindo os maiores e bancos com participação russa, absolutamente normais, saudáveis, que não têm qualquer problema com balanços e impostos”, declarou Medvedev, numa entrevista concedida a vários órgãos de informação russos e estrangeiros.

Segundo ele, “no fundo, foi paralisada a atividade operacional corrente [dos bancos cipriotas]”.

“Se essas operações não forem descongeladas, isso ameaça com grandes prejuízos, para já não se falar de que sepultarão o sistema bancário cipriota, ele simplesmente deixará de existir”, frisou.

Medvedev é da opinião que o Chipre e a União Europeia se comportam como um elefante numa loja de porcelana.

“Por enquanto, as ações da União Europeia, da Comissão Europeia e do Governo cipriota sobre a regularização do problema da dívida fazem lembrar, infelizmente, as ações de um elefante numa loja de porcelanas”, declarou.

“Ou já estão com saudades de crises, ou esqueceram-se do que aconteceu há alguns anos… Parece-me que já foram cometidos todos os erros possíveis, incluindo a demolição dos institutos financeiros em geral, e não só os que se encontram no Chipre”, acrescentou.

O primeiro-ministro russo ameaçou que se o Chipre e a União Europeia não recuarem, os tribunais serão invadidos por ações judiciais contra as autoridades cipriotas e os culpados desta crise.

Fontes diplomáticas contactadas por nós em Moscovo consideram que este problema irá dificultar seriamente as conversações entre a delegação da União Europeia, dirigida por José Manuel Durão Barroso, e os dirigentes russos, marcadas para 21 e 22 de março em Moscovo.

Como se costuma dizer, eu não gostaria de estar na pele do Sr. Durão Barroso.


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