sábado, 20 de abril de 2013

A voz do comando

Schäuble diz que Alemanha não sai do euro

No final da semana passada, num artigo escrito para o Project Syndicate, e posteriormente numa entrevista dada ao jornal espanhol “El País”, o célebre investidor George Soros dizia que a Alemanha tinha, neste momento, duas opções: aceitar as Eurobonds [obrigações europeias] ou sair do euro. Hoje, em resposta a esse repto, Wolfgang Schäuble disse – à margem da reunião do G-20 em Washington – que a Alemanha não sairá da união monetária. “Não o faremos”, declarou, citado pela Bloomberg.

Após a reunião do G-20, o ministro alemão das Finanças fez também outras declarações, nomeadamente que não serão de esperar elevadas taxas de crescimento nos próximos anos, dando como exemplo o facto de a Europa estar a “encolher” e de ter uma população em envelhecimento.

Schäuble sublinhou também que os bancos centrais de todo o mundo apenas poderão criar alguma margem de fôlego para os governos levarem a cabo políticas no sentido de recolocarem as suas economias numa via sustentável. Sobre os Estados Unidos, referiu que “Bernanke apenas poderá ganhar tempo, ele não pode resolver os problemas, em substância, da economia norte-americana”.

O responsável pela pasta das Finanças na Alemanha referiu ainda que existe um reconhecimento unânime no G-20 de que a Europa fez grandes progressos no sentido de estabilizar o euro e de que os mercados financeiros estão com “uma perspectiva menos nervosa e menos incerta” sobre a união monetária do que estavam há um ou dois anos.

“As reformas que acatámos e implementámos estão a ganhar impulso”, declarou Schäuble, citado pela Bloomberg. Na sua opinião, quando comparados com os primeiros receios que se sentiram na Alemanha em torno dos resgates, o voto de ontem sobre o Chipre e as extensões das maturidades para os empréstimos à Irlanda e Portugal “foram bastante mais descontraídos e seguros”.

Ainda sobre Portugal e Irlanda, o ministro alemão das Finanças sublinhou uma vez mais que ambos estão no bom caminho para regressarem aos mercados da dívida.  


Schäuble: Resgate ao Chipre deve ser modelo para o futuro
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, considera que as condições do resgate financeiro ao Chipre, para que irão contribuir accionistas, credores mas também grandes depositantes dos principais bancos, deve servir como modelo para o futuro.
Num entrevista divulgada hoje pelo semanário económico alemão "Wirtschaftswoche", Schäuble defende que "a participação dos acionistas, detentores de obrigações subordinadas e, em seguida, dos depositantes não garantidos deve ser a norma quando uma instituição financeira cai numa situação difícil".

Se isso não acontecesse, argumentou o governante alemão, "os bancos conseguiriam grandes lucros com negócios arriscados, mas em caso de falência as perdas ficariam a cargo de toda a sociedade".

"Isso não pode ser", acrescentou Schäuble, considerado um dos arquitetos, juntamente com o Fundo Monetário Internacional (FMI), do modelo do resgate cipriota.

Estas declarações do ministro das Finanças da Alemanha são muito idênticas às do presidente do Eurogrupo, o ministro holandês Jeroen Dijsselbloem, que provocaram controvérsia e turbulência nos mercados financeiros poucos dias depois de ter sido fechado o acordo sobre as condições do programa de ajuda financeira a Nicósia.

"No essencial, Dijsselbloem foi criticado injustamente. E não pela minha parte", disse Schäuble a este respeito.

O ministro das Finanças alemão disse ainda sobre o resgate a Chipre que Nicósia não receberá mais dinheiro do que os 10 mil milhões de euros acordados (nove mil milhões de euros do Mecanismo de Estabilidade Europeu e 1.000 do FMI).

Informações recentes apontam que país precisaria de mais do que os 17 mil milhões de euros que compõem o resgate total (os restantes sete mil milhões de euros Chipre terá de conseguir sozinho, com parte considerável a vir de cortes nos depósitos superiores a 100 mil euros dos dois principais bancos do país).

A Comissão Europeia (CE) e o Banco Central Europeu (BCE) calcularam que as necessidades financeiras de Chipre até o primeiro trimestre de 2016 ascendem a 23 mil milhões de euros.



Comentário: 

Os socialistas e os banksters podem tremer à vontade mas o € com estas políticas enquadradas na realidade económica será cada vez mais firme como uma rocha. 


1 comentário:

tato disse...

Este Schauble deve ser esquizofrénico: http://www.publico.pt/economia/noticia/alemanha-insiste-que-resgate-de-chipre-nao-e-modelo-para-futuro-1589609