domingo, 4 de maio de 2014

A extrema-direita na Europa que não o era, pode muito bem vir a sê-lo

O Nigel Farage do UKIP, que tantos vídeos memoráveis aqui reproduzimos, sobretudo as suas intervenções no Parlamento Europeu, começa a dar que falar fora da Inglaterra.

É que as sondagens para as eleições europeias de Maio estão a dar-lhe uma vantagem deveras preocupante para o establishment britânico.

A coisa complica-se ainda mais quando na rua aparecem outdoors destes:




Quando a elite política que roda o poder há décadas na Europa não assume os fracassos das suas políticas, sobretudo aquelas que dizem respeito à "construção" do projeto europeu, é natural que se abram brechas no sistema político, e mais cedo ou mais tarde, a força da realidade em tandem com a cegueira dos políticos promove o aparecimento de líderes e forças políticas que rejeitam a arquitetura de todo o sistema.

Para agravar a situação, o establishment político, que prefere continuar a não ver, reage da forma mais primária: tenta denegrir e rebaixar as ideias do UKIP, chamando-lhes tudo e mais alguma coisa.

É óbvio que a consequência disto será o cerrar de fileiras, polarizando ainda mais as forças políticas, e tornando o UKIP, quer ele queira quer não, numa força de extrema-direita.

É assim que o frágil equilíbrio das democracias se perde: Uma elite que rejeita analisar a realidade tal e qual como ela é, e que reage mal para com aqueles que lhe descobrem a careca.

Terá sido assim tão diferente em Portugal em 1928? Ou na Europa em 1935?

Tiago Mestre

1 comentário:

Anónimo disse...

Tornando o UKIP "quer ele queira quer não, numa força de extrema-direita"!!! LOOOOL
Como é possível ser obrigado a transformar-se em extrema-direita sem o querer???
Ao ponto a que vocês chegaram para branquar a demagocia barata, de nacionalismo bacoco, totalmente simplista e irreal, do hiper-populista Nigel Farag1e.
Mas num contexto de mundo globalizado, altamente competitivo e complexo do Sec.XXI não há lugar para facilidades e respostas simlpes.
Quem vai atrás destes flautistas, rapidamente vai concluir que a tal "terra prometida" é feita ainda de mais e maiores problemas do que a atual situação (se bem que já muito difícil).
O populismo, a xenofobia, a idiotice destas imagens só permite uma conlusão a um ser racional: QUE NOJO DE TENTATIVA DE MANIPULAÇÃO - que trata os eleitores como idiotas, com recurso a manipulações baseadas no medo, egoísmo, e outros sentimentos primários!
Não são parte da solução, e, neste caso, são de facto parte do problema!