segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Uma grande, grande expropriação

É cada vez mais frequente vir a lume nas notícias de que a decisão do BdP em dividir o BES foi uma expropriação aos detentores de ações e dívida do BES.

Não creio que assim seja, na medida em que quem expropriou a malta foi Ricardo Salgado e a sua equipa de gestão. Carlos Costa, quanto muito, marcou a data.

Quem deliberadamente foi enganando potenciais investidores ao longo de anos foi Ricardo Salgado.
E como?
Recorrendo ao truque mais eficaz que os pseudo-ricos aristocratas têm para enganar os pobres que até pouparam algum:
Colocar-se numa posição social em que passa a ideia de que é poderoso e riquíssimo, cativando potenciais investidores a fazerem parte dessa liga dos ricos ao investirem em participações das suas empresas.

Foi desta forma que Ricardo Salgado, sempre muito senhor de si, muito calmo, sereno, passando a imagem de que tinha tudo sob controle, lá conseguiu enganar a malta.

A juntar a esta manhosice do Salgado vem a parolice dos pobres que juntaram um pé-de-meia e achavam que até percebiam de mercados de capitais. Não tiveram a mais pequena perceção de que o jogo estava viciado.
Mas os sinais estavam lá, só que quando não queremos ver, somos mais cegos que um cego verdadeiro.
Desde 2008 que o motor da economia: o consumo interno privado e público, travaram o seu crescimento sucessivo que vinham a ter desde há décadas.
Negócios que tinham rentabilidade razoável deixaram de a ter.
Delinquências nos créditos à habitação e às empresas cresceram e o desastre ainda dura.
Prejuízos e crises vividas nos bancos portugueses já tinham começado com o BPN em 2008, seguindo-se-lhe o BCP, Banif, etc. E todos eles, sem exceção, foram reportando prejuízos ao longo dos últimos anos, sobretudo desde 2011, em que a crise atacou ainda de forma mais severa.

O BES sair incólume desta situação era muita sorte, muita arte dos seus gestores em escaparem aos pingos da chuva.
Só não percebeu quem não quis perceber que o aumento de capital de mil milhões em Junho era para cobrir prejuízos e imparidades. Pelo que li, a informação que Salgado passou na altura foi de que com este aumento o BES ficava com um rácio TIER 1 mais confortável, tipo 10%. E pronto, mais uma aldrabice que a malta engoliu sem questionar.

Foram tangas atrás de tangas, toda uma encenação pública com o intuito de arrebanhar o máximo de tostões de parolo que juntou umas massas e que ao investir no Grupo do BES estava a entrar no clube dos VIP's, dos tipos importantes, ascendendo na escala social.
O cheiro a canela não dá hipótese.

Tiago Mestre

3 comentários:

Diogo disse...

Já vieram dizer que o Ricardo Salgado está protegido pela Mossad. Mas, que eu saiba, os tipos da Mossad têm cabeça, tronco e membros, como qualquer outro hominídeo. Basta, portanto, acertar-lhes com uma simples pedra da calçada para os mandar dar explicações pessoalmente a Jeová… E não nos esqueçamos do Ricardo…

Sérgio disse...

Depois da novela dos quadros de Miró do BPN será que vamos ter outro circo semelhante daqui a uns tempos por causa do Bes Arte?

http://economico.sapo.pt/noticias/bes-arte-financa-fica-no-novo-banco_199470.html

Anónimo disse...

Um banqueiro é um banqueiro
Já sabiam desta ?
Parece que os Austriacos agora, como os Alemães ha uns anos atras estão desconfiados que os bifes lhes gamaram o ouro
http://www.goldreporter.de/austria-to-audit-gold-reserves-at-the-bank-of-england/gold/42400/

https://www.goldsilverbitcoin.com/austria-to-audit-gold-reserves-at-the-bank-of-england/

Os Ucranianos por sua vez deixaram ir o ouro que tinham em casa.Nunca mais lhe põe os olhos em cima.

Adorei conhecer este site Hangthebankers, ate do BES falou
http://www.hangthebankers.com/portugals-largest-bank-misses-bond-payment-bond-prices-collapse/