quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Mais regulação, mais supervisão e mais controlo, porque o que temos afinal não chega...

Muita tinta corre em Portugal e no mundo de que é preciso mais regulação financeira, mais supervisão e controlo, para que asneiras como a do BES não ocorram.

Antes de mais, o problema que ocorreu no BES irá sempre ocorrer com outras instituições. Faz parte da ganância do ser humano e é também com pessoas assim que a Humanidade evolui, porque há sempre pessoal a correr riscos de que não sabe as consequências, e às vezes, os riscos dão frutos, e uma nova ferramenta é inventada, um novo produto é descoberto, etc, etc.

Mas com este afã de mais legislação e mais supervisão e controlo, eis um exemplo de como tudo isto colapsa nas mãos de uma pessoa/equipa:

Vice governador do Banco de Portugal recebe informação sensível e não reporta ou reporta tardiamente, permitindo que o colapso do BES apanhe de surpresa MUITA gente:

http://expresso.sapo.pt/a-entrevista-que-tramou-o-vice-governador-do-banco-de-portugal=f888831

Podem contratar o pessoal todo que quiserem, mas não irá valer grande coisa.
No mundo financeiro globalizado é fácil esconder as asneiras e as ilegalidades. Só a consciência da pessoa que toma as decisões é que pode ajudá-la a recuar..

Tiago Mestre

1 comentário:

André disse...

"No mundo financeiro globalizado é fácil esconder as asneiras e as ilegalidades."

E num país estatizado como o nosso, a mentira é regra. Convem não esquecer que o responsável mor de esta crise à o Estado.

É o Estado que obrigou os bancos a deterem obrigações do Tesouro ou imobiliários para contar com mais fundos próprios (via Solvency II e Basileia II).

É o Estado que fez da Moody's, S&P e Fitch as únicas agências de notação, ao deitar dinheiro para serem avaliados como bem lhes dava jeito.

É o Estado com os seus bancos centrais que droga os mercados, ao injectar artificialmente dinheiro nos mercados, distorcendo a realidade, incentivando as más práticas.

É o Estado via o seu endividamento para pagar o Estado social que secou o crédito e permitiu aos bancos de andarem a fazer o quer que seja.

É o Estado que salva os prevaricadores com o seu conceito de too big too fail.