domingo, 20 de novembro de 2022

domingo, 13 de novembro de 2022

Afectado pelo clima!

"Parece que pintou um clima entre a polícia e manifestantes do clima. Terá havido diversos movimentos de transição energética."

Liguem o cu do moço à corrente elétrica!

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sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Assim vai o Mundo!

 


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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Duelo Mítico

 



Na ilha de Ganryujima, no Japão, há uma escultura que representa um duelo mítico que terá ali acontecido há muitos séculos, no fim da época dos samurais, entre Myamoto Musashi e Sasaki Kojiro.

Myamoto Musashi, antigo samurai e ronin, é talvez o mais conhecido dos espadachins japoneses, com uma vida repleta de grandes feitos e aventuras. Travou o seu primeiro duelo aos 13 anos de idade e aos 15 anos saiu de casa para percorrer o Japão profundo em “peregrinação guerreira” (o conceito de Musha Shugyo) enfrentando outros espadachins na busca de aperfeiçoamento pessoal.

Nessa jornada notabilizou-se em mais de 60 duelos de vida ou morte, sem nunca ter sido derrotado. Desenvolveu um estilo de combate próprio, o Niten Ichi ryu, e para além das artes marciais deixou um legado artístico na pintura, escultura, caligrafia e poesia.

Entendendo a vida no seu sentido tradicional e integral, personificou a busca pela síntese entre a superação física e espiritual, juntando à vontade de aperfeiçoamento das suas aptidões marciais a procura ascética, através da prática do zazen e do estudo de textos budistas.

Com cerca de 30 anos terá tido o famoso duelo contra Sasaki Kojiro. Este duelo tem algumas características interessantes, porque a existência histórica da figura de Kojiro não é unânime. Contudo, isso não retira relevância à história, que tem uma aura mítica no folclore nipónico, contada ao longo dos tempos como o confronto entre os maiores espadachins da sua Era e repleta de simbolismo.

Há várias descrições desse duelo, na literatura japonesa e noutras artes, mas vejo-a sobretudo como uma lição sobre a importância do autocontrolo, da disciplina, da importância de conseguir manter sempre, em todas as circunstâncias, um “centro”.

Conta a lenda desse combate que Kojiro poderia até ser o mais hábil dos dois espadachins, dominando com mestria um estilo tradicional e homem muito altivo e que Musashi, ciente disso, usou a psicologia para derrotar o seu adversário.

No dia do duelo terá chegado ao local, numa praia, com algumas horas de atraso, com uma longa bokken (espada de madeira) de mais de um metro e esculpida a partir de um remo e com vestes pouco cuidadas. Susaki tomou tudo isso como uma falta de respeito e perdeu o controlo emocional. Terá insultado o seu oponente que, em resposta, se limitou a sorrir com desdém e ironia, o que acresceu ao agravo sentido por Susaki. Este, já fora de si, perdida a autodisciplina, dirigiu-se a Musashi que se teria posicionado estrategicamente com as costas contra o pôr-do-sol. Susaki, descontrolado e com a visão prejudicada, desferiu os seus golpes que revelaram, ainda assim, a sua enorme qualidade no manejo da espada e terá chegado a cortar a fita que agarrava o cabelo do adversário, mas na resposta sofreu um golpe certeiro que lhe rachou fatalmente o crânio.

Musashi terá depois contado que, na verdade, para ele o duelo não havia durado aqueles poucos instantes mas havia começado muito antes, quando começou a meditar sobre o combate e a esculpir a sua bokken. Terá ainda explicado que percebeu que tinha vencido antes até da troca de golpes, quando viu que Susaki perdera o domínio emocional e começara a dirigir-se para si atirando a bainha da espada para o chão (o samurai que deita fora a bainha da espada já não pensa voltar a usá-la).

No final da vida Musashi tornou-se eremita e isolou-se na caverna de Reigando, onde se dedicou à meditação, ao aperfeiçoamento permanente do seu estilo marcial e onde escreveu a sua obra mais famosa “O livro Dos Cinco Anéis”, cujo manuscrito entregou ao seu principal discípulo.

Já doente e sentido aproximar o dia da sua morte escreveu um pequeno texto, Dokkodo (O Caminho do Viajante Solitário), onde enumerou os 21 preceitos que considerava fundamentais para orientar os homens da sua época e de uma certa têmpera:

1. Aceita as coisas como são

2. Não vivas para o prazer

3. Não procures depender do que seja

4. Pensa com ligeireza em ti mesmo e profundamente no mundo

5. Vive desapegado de desejo

6. Não guardes arrependimentos

7. Não tenhas inveja de outros

8. Não lamentes uma separação de caminhos

9. Não tenhas ressentimentos e queixas, em relação a ti ou aos demais

10. Não te deixes guiar pelo sentimento de luxúria ou amor

11. Em todas as coisas, não tenhas preferências

12. Não acalentes esperanças sobre o lugar onde viveres

13. Não vivas para o gosto da boa comida

14. Não te agarres a bens de que já não necessitas

15. Não ajas de acordo com costumes prejudiciais

16. Ainda que seja diferente com as armas, não tenhas gosto nas coisas materiais

17. Não temas a morte

18. Não vivas para possuir bens ou feudos na velhice

19. Respeita Buda e os deuses sem contar com a sua ajuda

20. Podes dar a tua vida, mas deves preservar a tua honra

21. Nunca te desvies do Caminho



Halloween à Americana

 



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