domingo, 20 de janeiro de 2019

Partidos

"Em numerosos países, e em Portugal sem dúvida, a noção, o espírito, a finalidade dos partidos corromperam-se e as agremiações partidárias converteram-se em clientelas, sucessiva ou conjuntamente alimentadas pelo Tesouro. Findo o período romântico, ou até antes disso, que se segue às revoluções ditas liberais do começo do século XIX e em que os debates parlamentares revelavam com erudição e eloquência preferência pelas grandes aspirações nacionais, a realização partidarista começou a envilecer-se. Duvido se alguma vez representou o que se esperava; desde os meados do século passado até 1926 - em monarquia e em república - a vida partidária tem seus altos e baixos mas deixa de corresponder aos interesses políticos e distancia-se cada vez mais do interesse nacional. A fusão ou desagregação de partidos, as combinações políticas são fruto de conflitos e de paixões, compromissos entre facções concorrentes, mas nada têm que ver com o País e os seus problemas.

Aqui e além tenta-se regulamentar, moralizar, constitucionalizar a vida partidária. Tudo embalde. Um partido, vários partidos dispõem do poder - são governo; mas não se encontra, como poderia supor-se, relação concreta nem entre os actos de governo e os programas partidários nem entre os programas e as exigências da Nação. Nós chegámos aos últimos extremos na república parlamentar com 52 governos em menos de 16 anos de regime.

A única conclusão possível é que a fórmula partidária faliu e de tal modo que apregoá-la como solução para o problema político português não oferece o mínimo de base experimental que permita admiti-la à discussão. Mas pode ir-se mais longe e invocar para contra-prova a experiência de mais de vinte anos de política sem partidos, de política nacional simplesmente.

O espírito de partido corrompe ou desvirtua o poder, deforma a visão dos problemas de governo, sacrifica a ordem natural das soluções, sobrepõe-se ao interesse nacional, dificulta, se não impede completamente, a utilização dos valores nacionais para o bem comum. Este aspecto é para mim dos mais graves."

António de Oliveira Salazar

(«O Meu Depoimento», Discurso de S. Ex.ª o Presidente do Conselho, na Sessão Inaugural da II Conferência da União Nacional, no Porto, em 7 de Janeiro de 1949).





sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O regresso do tradicionalismo

Pedir o regresso do tradicionalismo sem querer um regresso das leis que o efectivaram durante séculos e séculos é uma forma de "cornomansismo".
É basicamente exigir um regresso do papel tradicional do homem sem lhe dar em troca os correspondentes privilégios e regalias.

FA


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Espelho meu!


Existe alguém mais bom populista do que eu?



sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Faz falta um novo Salazar?

Faz falta um novo Salazar? 

Claro que não. Salazar foi único e irrepetível. 
Foi o maior político português do século XX, talvez de sempre. 
Mas não se repetirá, de maneira nenhuma. 
Pretender fazê-lo é não perceber grande coisa da história e dos homens.
O que faz falta é ler os discursos, estudar a prática política, seguir os ensinamentos que devem ser seguidos e aplicar o que é intemporal. 

Fazer "apenas" isso já será tarefa para uma vida.

JV