sábado, 28 de maio de 2016
A velha história do atraso dos países de cultura católica
Hoje a propósito da velha história do atraso dos países de cultura católica demonstra como a tese de Weber tem grandes adeptos, ainda que não totalmente original, já tinha sido antecedida cerca de trinta anos pela tese de Antero de Quental com o sugestivo título de "Causas da decadência dos povos peninsulares" (mas claro, como é português a relevância é menor). Ambas as teses estão viciadas, mas não cabe aqui discutir isso (1).
É interessante como mesmo catedráticos e estudantes quase divinizem uma teoria que várias vezes já foi refutada pela historiografia. Talvez porque a tese de Weber pareça elegante a olhos deslumbrados, principalmente a povos como os de cultura católica que sempre desprezaram a sua identidade para preferir imitar o estrangeiro (i,e., os povos protestantes). E não é de admirar que um professor de direito se sinta tentado a preferir o protestantismo ao catolicismo, o próprio direito português é muitas vezes copiado de países protestantes (a Alemanha principalmente).
O trauma em questão vem a propósito do suposto atraso das nações católicas em relação ás nações protestantes, um velho estribilho oitocentista que ganhou raízes profundas nas nossas academias. O argumento é falso e já o demonstrarei. Ofereço a proposta de Hayek que no discurso perante a Academia Sueca citou dois escolásticos ibéricos: Luís de Molina e Juan de Lugo, afirmando que a análise económica austríaca não era uma novidade, já tinha sido formulada nos século XVI e XVII e tinham origem católica e espanhola.
Exactamente, as ideias do capitalismo emergiram da Europa mediterrânica, herdeira da tradição grega, romana e tomista (3), influência muito mais decisiva do que na tradição dos filósofos escoceses do século XVIII (Adam Smith e David Hume). Um mesmo Hayek cita diversas vezes Molina, sim, Luís de Molina um padre jesuíta espanhol, a propósito da ideia do equilíbrio natural do mercado na formação do «preço natural» ou do «preço justo».
Aliás, foram dominicanos e jesuítas, professores de moral e teologia em universidades, como a de Salamanca e a de Coimbra, que constituíram os focos mais importantes do pensamento durante o Século de Ouro espanhol, antecedendo Smith e antecipando em séculos a escola Austríaca. E mesmo as teorias do protestante John Locke sobre o consentimento popular e a superioridade popular no governo já tinham encontrado fundamento num escolástico de Salamanca chamado Juan de Mariana, embora também descritas por Suarez, outro grande teólogo (e o fundador do direito internacional moderno).
Quanto ao capitalismo das nações protestantes, tanto Hugh Trevor Ropper, como Michael Novak (4), tinham já explicado que «a ideia de que o capitalismo industrial de larga escala era ideologicamente impossível antes da Reforma é negada pelo simples facto de que ele já existia.» (ROPPER) Aliás Michael Novak descobre o desenvolvimento do capitalismo em cidades como Antuérpia, Lisboa, Milão, Lucena, refutando assim a tese de Weber da "ética protestante".
E vem acrescentar ainda Henri Pirenne, uma década depois da publicação do livro de Weber ("A Ética protestante e o espírito do capitalismo"), baseando-se em documentação anterior à Reforma, de que "os aspectos essenciais do capitalismo - iniciativa individual, avanços no crédito, lucros comerciais, especulação, etc. - se podem encontrar a partir do século XII nas cidades-república da Itália - Veneza, Génova e Florença".
Como explicar então o declínio Peninsular? O que aconteceu deve-se aos ciclos históricos de ascensão e decadência dos povos. Simplesmente, aproveitando as palavras de Rodney Stark, os países protestantes do Norte ocuparam o lugar outrora "ocupado pelos velhos centros capitalistas do Mediterrâneo". Depois os países mediterrânicos, Portugal e Espanha, falharam em deduzir o sistema económico para o qual tanto contribuíram e perderam o passo do tempo. Tragicamente, também povos que passaram os últimos duzentos anos a copiar instituições contrárias à sua cultura, o que resultou em guerras e revoluções constantes ao longo do século XIX até ao século XX.
Mas não perdendo o fio ao pensamento. O ciclo dos pensadores da escolástica da Salamanca teria ainda um novo fôlego com o catalão Jaime Balmes (1810-1848), que além de teólogo foi economista e político católico, foi ele quem elaborou a lei da utilidade marginal vinte e sete anos antes de Carl Menger.
Sim, é verdade que o capitalismo tem origem religiosa, mas não é protestante, mas católica.
(1) uma desmistificação da tese de Weber: "Max Weber: The Lawyer as Social Thinker" Frank Parkin,Stephen P. Turner,Regis A. Factor (pp.162, 164, 165).
(2) "The Victory of Reason - How Christianity Led to Freedom, Capitalism and Western Success", Rodney Stark (pp.11-12)
(3) "As raízes escolásticas da Escola Austríaca e o problema com Adam Smith", Jesús Huerta de Soto
(4) mais uma desmistificação de Weber: "The Spirit of Democratic Capitalism", Michael Novak (pp.276-277)
Leitura Complementar:
quarta-feira, 25 de maio de 2016
Áustria & e o Partido das Melancias (por fora são verdes mas por dentro são vermelhos)
A Áustria acaba de eleger um esquerdista como presidente: Alexander Van der Bellen. É uma história que tem tudo para não acabar bem.
Uma frase estampada num cartaz do ex-partido de Van der Bellen produzido em 2007, época em que ele era seu líder, dizia "qualquer um que diga que ama a Áustria é um merda". O Partido Verde da Áustria é conhecido por ser contra a própria existência do país como entidade autónoma e soberana. Outro líder do partido recentemente declarou que "a Áustria é um detestável pedaço de merda e isso não é uma questão subjectiva, é fato".
Van der Bellen e seus ex-correlegionários acreditam que a Europa deveria ser integrada num único grande país, fazendo com que a Áustria e seus vizinhos se tornassem meros estados de uma grande federação, algo como os Estados Unidos da Europa.
O novo presidente é filho de russos e mostra pouca afinidade com o país. Ele é, evidentemente, um defensor ferrenho da imigração em massa de refugiados do Oriente Médio que são chamados por ele de "jovens e inteligentes trabalhadores".
É para estes radicais do Partido Verde austríaco que toda a imprensa ocidental torceu como louca, jogando seu jogo habitual de chamar de extremista o outro lado. Com o medo despertado pelas posições dos verdes, a resposta de muitos é diminuir o papel do presidente já que a Áustria é parlamentarista, mas é inegável que Van der Bellen terá densidade política e poderá influenciar directamente os rumos do país.
O resultado desta eleição é um país dividido por duas razões realmente preocupantes:
1. Numa eleição com 4,6 milhões de votos, Van der Bellen venceu Norbert Hofer por míseros 31 mil votos. Como 700 mil votos foram enviados pelo correio, há fortes suspeitas de fraude eleitoral envolvendo estes votos, o que tira ainda mais a legitimidade do vencedor.
2. 81% dos austríacos com nível superior votaram em Van der Bellen, enquanto 86% dos trabalhadores sem diploma votaram em Norbert Hofer. Traduzindo: enquanto a elite vota num comunista que quer literalmente acabar com o país e encher seu território de imigrantes do Oriente Médio, o trabalhador médio está aterrorizado com a invasão e em total oposição à elite. A Áustria virou uma panela de pressão.
O mais preocupante é que qualquer partido político na Europa que ouse emitir uma opinião contra a invasão indiscriminada de imigrantes do Oriente Médio é tachado pela imprensa e pela academia de "extrema-direita xenófoba e racista", o que pode indicar um caminho sem volta para a Europa.
Enquanto a imprensa comemora a vitória do seu comunista (A.K.A. "ambientalista") de estimação, a Áustria começa a flertar com a ruptura do tecido social. Quem ainda não conhece a Europa, recomendo que vá logo. Em alguns anos, o velho continente que você conhece dos livros pode virar apenas uma vaga lembrança.
AB
O erro dos libertários
"Os libertários fazem um grande erro quando eles colocam o indivíduo no centro, quando na verdade deveria ser a família que conta."
AM
AM
terça-feira, 24 de maio de 2016
sexta-feira, 20 de maio de 2016
A inspiração de Salazar
Reparem, Senhores: o pensamento político de Salazar que se denuncia nas Festas centenárias que idealizou e promoveu, que raízes tem? De que sangue se alimenta? Em que doutrinas se funda? Numa palavra, – de onde emana, o Pensamento político de Salazar?
É, porventura, da ideologia que inspirou as disposições da Constituição de 1911? É por acaso do Verbo dos agitadores da plebe da geração de 90, e das gerações suas discípulas?
É, porventura, dos princípios fixados pela Tábua dos Direitos do Homem, ou das doutrinas execráveis da Enciclopédia do século XVIII? Quem foram os mestres desse Pensamento? Rousseau e Voltaire, Lamartine e Victor Hugo? Mouzinho e Oliveira Martins? Guilherme Braga e Junqueiro? Todos nós sabemos que esses doutrinadores são antitéticos da orientação de Salazar.
Leiam-se os discursos políticos deste; interpretem-se as suas posições, não sob o ângulo da hora em que são ditas, mas à luz da crítica filosófica, e, sem dificuldades, se verá que os seus Mestres foram Maurras e Le Play, Jean Guiraud e Menendez y Pelayo, Leão XIII e Pio X, os Mestres da contra-revolução portuguesa, e Alberto Sampaio. E se, algum dia, os seus olhos se poisaram em rimas ou estrofes, para receber os eflúvios espirituais que contêm foi – nas de Camões ou Bernardes, Sá de Miranda ou Correia de Oliveira, António Nobre ou Eugénio de Castro, Guilherme de Faria ou Mário Beirão, – poetas cristãos e genuinamente portugueses e não em certos pretensos modernistas, deformadores ou falsificadores da Beleza pura e da Poesia em si.
Ora tudo isto traduz, não Revolução francesa – alma mater do Liberalismo comunizante, mas Realeza tradicional de Portugal.
Veja-se a orgânica política do Estado Novo – obra de Salazar: a Assembleia política, reduzida ao mínimo, no tempo, e nas funções; quase só consultiva e esclarecedora, é a versão actual das nossas Côrtes tradicionais; a Câmara corporativa é o reconhecimento legal dos grandes elementos tradicionais da Nação – desde a Família à Província, desde as Corporações aos ofícios; o predomínio da Autoridade, benéfico para todos, sobre a Liberdade, prejudicial para todos; o predomínio do Bem comum sobre o Bem individual; o conceito da Família primando sobre o conceito do Indivíduo; o Social preferido ao Individual; o Bem de cada um consequência do Bem de todos, em vez do Bem de todos consequência do Bem de cada um – tudo isto que é se não de origem tradicional, obra da Realeza secular da nossa terra?
E se isto não bastasse, tínhamos no princípio da reeleição presidencial sem limites, garantindo na Constituição em vigor, o reconhecimento da grande virtude da Realeza, – como adopção da minha velha lei: «a República é tanto mais perfeita quanto mais se aproximar da Monarquia, sem nunca a atingir».
Qual tem sido o grande fundamento da obra de Salazar?
A continuidade no Poder.
Há perto de trinta anos que eu formulei, diante do público, as condições essenciais de um governo fecundo:estabilidade, continuidade e homogeneidade – características específicas da Realeza hereditária.
Têm essas características sido o instrumento feliz da política de Salazar. Estabilidade: – há mais de dez anos que governa o País; Continuidade: – promete e realiza, porque a Estabilidade lho permite; Homogeneidade: – com todas as suas falhas e desvios, os elencos ministeriais têm-se, mais ou menos, adaptado ao pensamento director do Presidente do Conselho.
A sua política, quer nas directrizes de técnica constitucional, quer nos processos realistas da execução, é de pura inspiração monárquica, e anda manifestamente distante do Estado de coisas que preparou o regime de 5 de Outubro.
E Salazar, o homem profundamente nacionalista, católico como o Portugal de sete séculos; ele que proclamou D. Afonso I «fundador do nacionalismo» português; Salazar, o espírito culto e reflectido que é, não podia sonhar para os tempos novos que idealiza, para o futuro português que prepara, outros alicerces morais que não fossem os do Catolicismo, e outros alicerces políticos que não fossem os da Realeza hereditária, matriz admirável em que se criou Portugal: ou sejam – o Trono e o Altar.
Portugal foi durante sete séculos um Estado hierarquizado, vertebrado – imagem do Homem ou imagem de Deus: um pensamento a mandar; órgãos a executar; e o corpo a obedecer.
Só assim o Rei D. Afonso I pôde fundar Portugal, e o Rei D. João IV pôde restaurar a sua Independência.
Só assim Portugal pôde realizar a grande obra de seus descobrimentos e do seu Império.
Pulverizem a Autoridade de um só; invertam as funções, e ponham o dirigente à mercê dos votos ou caprichos dos dirigidos – e nem Portugal se teria fundado, nem Portugal se teria restaurado, nem o Império português se criaria.
Como podia Salazar inspirar-se no Portugal acéfalo ou anárquico, invertebrado e catastrófico da Demência parlamentar e liberal que a Revolução de 1820 introduziu entre nós, e a de 5 de Outubro consagrou, se tudo nele é propósito realizador, dentro do mais estreme nacionalismo?
Alfredo Pimenta in «A Fundação e a Restauração de Portugal», 1940.
(via Acção Integral)
É, porventura, da ideologia que inspirou as disposições da Constituição de 1911? É por acaso do Verbo dos agitadores da plebe da geração de 90, e das gerações suas discípulas?
É, porventura, dos princípios fixados pela Tábua dos Direitos do Homem, ou das doutrinas execráveis da Enciclopédia do século XVIII? Quem foram os mestres desse Pensamento? Rousseau e Voltaire, Lamartine e Victor Hugo? Mouzinho e Oliveira Martins? Guilherme Braga e Junqueiro? Todos nós sabemos que esses doutrinadores são antitéticos da orientação de Salazar.
Leiam-se os discursos políticos deste; interpretem-se as suas posições, não sob o ângulo da hora em que são ditas, mas à luz da crítica filosófica, e, sem dificuldades, se verá que os seus Mestres foram Maurras e Le Play, Jean Guiraud e Menendez y Pelayo, Leão XIII e Pio X, os Mestres da contra-revolução portuguesa, e Alberto Sampaio. E se, algum dia, os seus olhos se poisaram em rimas ou estrofes, para receber os eflúvios espirituais que contêm foi – nas de Camões ou Bernardes, Sá de Miranda ou Correia de Oliveira, António Nobre ou Eugénio de Castro, Guilherme de Faria ou Mário Beirão, – poetas cristãos e genuinamente portugueses e não em certos pretensos modernistas, deformadores ou falsificadores da Beleza pura e da Poesia em si.
Ora tudo isto traduz, não Revolução francesa – alma mater do Liberalismo comunizante, mas Realeza tradicional de Portugal.
Veja-se a orgânica política do Estado Novo – obra de Salazar: a Assembleia política, reduzida ao mínimo, no tempo, e nas funções; quase só consultiva e esclarecedora, é a versão actual das nossas Côrtes tradicionais; a Câmara corporativa é o reconhecimento legal dos grandes elementos tradicionais da Nação – desde a Família à Província, desde as Corporações aos ofícios; o predomínio da Autoridade, benéfico para todos, sobre a Liberdade, prejudicial para todos; o predomínio do Bem comum sobre o Bem individual; o conceito da Família primando sobre o conceito do Indivíduo; o Social preferido ao Individual; o Bem de cada um consequência do Bem de todos, em vez do Bem de todos consequência do Bem de cada um – tudo isto que é se não de origem tradicional, obra da Realeza secular da nossa terra?
E se isto não bastasse, tínhamos no princípio da reeleição presidencial sem limites, garantindo na Constituição em vigor, o reconhecimento da grande virtude da Realeza, – como adopção da minha velha lei: «a República é tanto mais perfeita quanto mais se aproximar da Monarquia, sem nunca a atingir».
Qual tem sido o grande fundamento da obra de Salazar?
A continuidade no Poder.
Há perto de trinta anos que eu formulei, diante do público, as condições essenciais de um governo fecundo:estabilidade, continuidade e homogeneidade – características específicas da Realeza hereditária.
Têm essas características sido o instrumento feliz da política de Salazar. Estabilidade: – há mais de dez anos que governa o País; Continuidade: – promete e realiza, porque a Estabilidade lho permite; Homogeneidade: – com todas as suas falhas e desvios, os elencos ministeriais têm-se, mais ou menos, adaptado ao pensamento director do Presidente do Conselho.
A sua política, quer nas directrizes de técnica constitucional, quer nos processos realistas da execução, é de pura inspiração monárquica, e anda manifestamente distante do Estado de coisas que preparou o regime de 5 de Outubro.
E Salazar, o homem profundamente nacionalista, católico como o Portugal de sete séculos; ele que proclamou D. Afonso I «fundador do nacionalismo» português; Salazar, o espírito culto e reflectido que é, não podia sonhar para os tempos novos que idealiza, para o futuro português que prepara, outros alicerces morais que não fossem os do Catolicismo, e outros alicerces políticos que não fossem os da Realeza hereditária, matriz admirável em que se criou Portugal: ou sejam – o Trono e o Altar.
Portugal foi durante sete séculos um Estado hierarquizado, vertebrado – imagem do Homem ou imagem de Deus: um pensamento a mandar; órgãos a executar; e o corpo a obedecer.
Só assim o Rei D. Afonso I pôde fundar Portugal, e o Rei D. João IV pôde restaurar a sua Independência.
Só assim Portugal pôde realizar a grande obra de seus descobrimentos e do seu Império.
Pulverizem a Autoridade de um só; invertam as funções, e ponham o dirigente à mercê dos votos ou caprichos dos dirigidos – e nem Portugal se teria fundado, nem Portugal se teria restaurado, nem o Império português se criaria.
Como podia Salazar inspirar-se no Portugal acéfalo ou anárquico, invertebrado e catastrófico da Demência parlamentar e liberal que a Revolução de 1820 introduziu entre nós, e a de 5 de Outubro consagrou, se tudo nele é propósito realizador, dentro do mais estreme nacionalismo?
Alfredo Pimenta in «A Fundação e a Restauração de Portugal», 1940.
(via Acção Integral)
quinta-feira, 19 de maio de 2016
O fim como Nação
Vivemos num Estado em que a sociedade é controlada por uma seita de políticos obscuros aos quais só interessa uma massa arrebanhada de consumidores, um Estado tão absurdo que se torna ineficaz e néscio, não assegura nada do que mais interessa aos homens e eleva o dogma da ignorância que por ser de coisas supremas é a suprema ignorância.
Tivemos um passado construtivo, onde se formaram e glorificaram um grande povo e um grande Portugal que mostraram “novos mundos ao Mundo”. Hoje vivemos um presente em que tudo se destrói, obra de espíritos culpados e alienados que raramente assenta na justiça, incapaz de produzir algum fruto legítimo o que acaba por pôr em causa a nossa independência quando a destruição é temporalmente longa.
A força efectiva de um Estado reflecte-se na margem concedida à descentralização. A ingerência sistemática do Estado não pode ser um princípio, a não ser que se trate de socialismo de Estado tecnocrático e materialista.
A missão essencial do Estado autêntico é criar um determinado clima geral orgânico, não totalitário e em certo sentido imaterial como foi o Estado Tradicional.
Guilherme Koehler
quarta-feira, 18 de maio de 2016
O homem de Estado
"O homem de Estado jamais encontrará alguma coisa útil ou eficaz nos trocadilhos de palavra, nas acrobacias da inteligência ou no desvario das imaginações exaltadas."
António de Oliveira Salazar
domingo, 15 de maio de 2016
Ditadura do capitalismo ou Capitalismo sem Ditadura?
"Até o 25 de Abril havia a ditadura do capitalismo; depois do 25 de Abril o capitalismo sem ditadura"
A Nação Portuguesa e o Estado Português
"Creio que escolhi onde preferi nascer – a Nação Portuguesa; sei o que preferi recusar – o Estado Português"
~ Agostinho da Silva, "Caderno Três sem Revisão" (inédito
)sexta-feira, 13 de maio de 2016
Considerar o Estado como fim
''Considerar o Estado como fim a que tudo deve ser dirigido e subordinado, seria o mesmo que prejudicar a verdadeira e duradoura prosperidade das nações. E dá-se isso quando tal domínio ilimitado seja atribuído ao Estado, como mandatário da nação, do povo ou até de uma classe, ou quando o Estado o pretende, como senhor absoluto, independentemente de qualquer mandato. (...)
Também a primeira e essencial célula da sociedade, a família, com o seu bem-estar e desenvolvimento, correria então o risco de ser considerada pertença exclusiva do poder nacional, esquecendo-se assim que o homem e a família são, por natureza, anteriores ao Estado e que a ambos deu o Criador forças e direitos, assinalou-lhes também uma missão correspondente às incontestáveis exigências naturais de cada um.
A educação das novas gerações não visaria o desenvolvimento equilibrado e harmónico das forças físicas e de todas as qualidades intelectuais e morais, mas sim à formação unilateral daquelas virtudes cívicas julgadas necessárias para alcançar sucessos políticos; ao contrário deixariam de ser inculcadas aquelas virtudes que dão à sociedade o perfume de nobreza, de humanidade e de respeito, como se elas diminuíssem o brio do cidadão.''
Papa Pio XII, Encíclica ''Summi Pontificatus'', de 20 de Outubro de 1939
terça-feira, 10 de maio de 2016
A UERSS
"A Europa é mais uma camada de tachos para parasitas, já tínhamos poucos pendurados no Zé Povinho e por isso é que eles falam tão bem da mesma, as manjedouras por aqui não dão para tanto suíno jantar, já escasseiam...como o dinheiro não cai das árvores, não vou em cantigas, já devíamos era ter saído."
GC
GC
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Alguém viu o Salazar por aí?
E 42 anos depois do fim de um regime de elite, assistimos agora a alguma populaça, que tem a mania que pensa, a querer passar a culpa de todas as desgraças actuais à tal persona que projectou um Portugal que foi a completa antítese daquilo que temos hoje.
Mas quem é a populaça que pensa assim, quem são eles?
Mas quem é a populaça que pensa assim, quem são eles?
Mas qual liberdade?
Só pelo título podemos concluir que são do proletariado e fortemente envolvidos na defesa do marxismo cultural.
Um bem haja a estes blogues da Direitola que abundam por aí, afinal foi para isto que se fez o 25 de Abril.
domingo, 8 de maio de 2016
O Credo do Reacionário
Por Erik von Kuehnelt-Leddihn
I
Eu não hesito em anunciar que sou um reaccionário. Eu tomo com um profundo orgulho, na verdade. Não vejo mais razão em olhar para a frente, para um futuro desconhecido, ao invés de olhar para trás nostalgicamente para valores conhecidos e comprovados.
O termo "reaccionário", na forma em que uso, não representa um conjunto de ideias definitivos e imutáveis. Representa uma atitude de espírito. Como um reaccionário, eu me ressinto em opor o espírito e as tendências da época em que sou obrigado a viver e buscar restaurar o espírito que teve a sua melhor personificação em períodos já passados.
As circunstâncias em que o termo "reaccionário" é aplicado como um epíteto para fascistas e outras marcas do homem moderno - as quais um verdadeiro reaccionário tem apenas desprezo - não é minha culpa.
Como um reaccionário honesto, eu naturalmente rejeito o Nazismo, Comunismo, Fascismo e todas as ideologias relacionadas que são, de fato, um reductio ad absurdum da chamada democracia e do “povo no poder”. Eu rejeito os pressupostos absurdos do governo da maioria, do parlamento hocus-pocus, o falso liberalismo materialista da Escola de Manchester e o falso conservadorismo dos grandes banqueiros e industriais.
Eu abomino o centralismo e a uniformidade da vida em rebanho, o espírito estúpido racista, o capitalismo privado, bem como o capitalismo de estado (socialismo) que contribuíram para a ruína gradual da nossa civilização nos últimos dois séculos.
O verdadeiro reaccionário desses dias é um rebelde contra os pressupostos prevalecentes e um "radical" que vai até as raízes.
Pessoalmente, sou um reaccionário da fé Cristã Tradicional, com uma perspectiva liberal e com propensões agrárias. Onde tantos ao redor adoram o "novo", eu respeito as formas e as instituições que têm crescido organicamente por um longo período de tempo.
Os períodos que precederam as duas grandes tempestades - a Idade Média e a Renascença, terminadas pela Reforma e no século XVIII, terminada pela Revolução Francesa – essas são ricas em formas e ideias de importância duradouras.
A universalidade de Nicolas de Cues ou de um Alberto Magno, a glória da Catedral de Chartes e o barroco tardio da Áustria, figuras inspiradoras como a Maria Teresa, Pascal, George Washington ou Leibnitz fascinam-me mais do que os três "homens comuns" do nosso tempo - Mussolini, Stalin e Hitler ou o esplendor democrático de uma loja de departamentos ou o vazio espiritual dos comícios comunistas e fascistas magnetizados por uma multidão em êxtase.
A nota introdutória a este declínio da civilização foi escrita por Martin Luther, que cultivava a nação, exaltava o estado e vociferava contra os Judeus; pelo bárbaro real do trono Inglês que suplantou o espírito católico do seu país com um provincianismo paralisante; pelo primeiro "moderno" - o de Genebra, que negou a base de toda a liberdade filosófica, livre arbítrio - e o outro de Genebra que pregava o retorno à selva na forma de um barbarismo idílico. Estes quatro cavaleiros - Lutero, Henrique VIII, Calvino e Rousseau - eram apenas os arautos das coisas mais fatídicas que estavam por vir. O desastre final foi, na Revolução Francesa, diante do eterno dilema de escolher entre liberdade e igualdade, decidiu-se pela igualdade. A guilhotina e os magistrados de Estrasburgo que acreditavam que a torre da catedral deveria ser demolida porque essa estava acima do nível igualitário de todas as outras casas, são símbolos do modernismo e do "progresso" perverso.
As massas, formando maiorias organizadas e abraçando ideias idênticas e odiando uniformemente todos aqueles que ousam ser diferentes, são o produto actual dessas várias revoltas. Padre ou judeu, aristocrata ou mendigo, génio ou imbecil, o não conformista-político e explorador da filosofia - todos eles estão na listas dos proibidos. O rebanho manda hoje em quase todos os lugares, com diversos meios e sob os mais diversos rótulos. É a essa tirania que eu me oponho.
II
Como um reaccionário, acredito em liberdade, mas não igualdade. A única igualdade posso aceitar é a igualdade espiritual de dois bebés recém-nascidos, independentemente da cor, credo ou raça de seus pais. Não aceito nem o igualitarismo degradante dos "democratas", nem as divisões artificiais do racistas, nem as distinções de classe dos comunistas e snobes.
Seres humanos são únicos. Eles devem ter a oportunidade de desenvolver suas personalidades -- e isso significa responsabilidade, sofrimento, solidão. Não somente gosto do princípio da monarquia como também gosto de todas as pessoas que são coroadas. E há todos os tipos de coroas, a mais nobre delas, composta por espinhos. O Homem Moderno -- este animal dócil, "cooperativo" e urbanizado -- não é preferência de um reaccionário.
Eu acredito na família, na hierarquia natural dentro da família e no abismo natural entre os sexos. Eu amo os velhos cheios de dignidade e pais orgulhosos, mas também adoro crianças corajosas e justas. Em uma hierarquia o membro mais inferior é funcionalmente tão importante quanto o mais elevado. E o abismo entre os homens e as mulheres me parece uma coisa boa também. Não há triunfo na construção de uma ponte sobre uma mera poça.
Eu gosto de pessoas com propriedades. Não estou nada entusiasmado com um colega desenraizado em um apartamento, com um número social como sua principal distinção. Eu detesto o capitalismo que concentra a propriedade na mão de poucos, não menos do que o socialismo que quer transferi-lo para o grande ninguém, uma hidra com um milhão de cabeças e sem alma: Sociedade. Gosto de pessoas com sua própria morada, com seus próprios campos, com seus próprios pontos de vista levando-os a acções independentes. Eu tenho medo da massa: os 51 por cento que votaram em Hitler e Hugenberg; a multidão em frenesim que apoiou o Terror Francês; os 55 por cento dos brancos dos Estados do Sul que mantiveram 45 por cento dos negros "em seu lugar" com uma ajuda de tochas e cordas.
Eu temo todas as massas que consistem de homens com medo de serem únicos, de serem pessoas; se importando mais com a segurança do que a liberdade, temendo seus vizinhos ou a "comunidade" mais do que Deus e suas consciências. Essas são pessoas que não exigem somente a igualdade, mas também identidade. Eles suspeitam de qualquer um que se atreve a ser diferente. Eles preferem apenas os "ordinary, decent chaps" ingleses, "regular guys" americanos ou "rechte Kerle" no padrão alemão. O homem moderno parece ter apenas um desejo: ver tudo moldado na sua própria imagem; ele detesta personalidade e tenta se assimilar. O que ele não consegue assimilar, ele extirpa. Toda a nossa época é marcada por um vasto sistema de nivelamento e agências que compõem as escolas, anúncios, quartéis, bens, jornais, livros e ideias produzidos em massa. O lado sombrio desse processo pode ser visto no ostracismo social praticado contra as minorias nas democracias pseudo-liberais; nos matadouros humanos e campos de concentração das nações totalitárias super-democráticas; nos fluxos intermináveis de refugiados vagando sem rumo em todo o mundo.
Liberdade, afinal, é um ideal aristocrático. Em Washington, na frente da Casa Branca, na Jackson Square, há um símbolo maravilhoso: o monumento ao igualitarismo americano cercado por estátuas dos quatro nobres europeus que vieram para a América lutar pela liberdade e não pela identidade - o nobre Russo - Kosciuszko, Barão yon Steuben, o Conde de Rochambeau e o Marquês de Lafayette. O Barão de Kalb é comemorado em outros lugares e ao Conde Pulaski foi dado o nome a uma rodovia em Nova Jersey e uma estátua em Savannah. Pulaski foi o único general morto no Grande Levante Whigs Americano. Nós , reaccionários (quer saibamos ou não) somos todos Whigs. Nossa tradição, em países de língua inglesa, repousa sobre a Carta Magna, que só os ignorantes chamará de "democrática".
Eu não tenho afinidade pelo "liberalismo" do século XIX, com seu materialismo grosseiro e a crença pagã na "sobrevivência do mais apto", ou seja, do mais inescrupuloso. Nas condições europeias, sou naturalmente monarquista, porque a monarquia é, basicamente, supra-racial e supra-nacional. As instituições livres sobrevivem melhor não somente nas monarquias do Noroeste da Europa, mas também na área etnicamente mista da Europa Central e Oriental. Um europeu deve preferir monarcas de origem estrangeira com esposa estrangeira, mãe e filhos estrangeiros do que um "líder" político pertencente apaixonadamente a uma nacionalidade, classe ou partido específico.
Eu me sinto mais livre como um homem que não faz parte da escolha de ninguém do que se fosse alguém nomeado pela maioria, seguindo cegamente as emoções super-aquecidas. Voltaire teve mais chances de influenciar os tribunais de Paris, Putsdam e São Petersburgo do que um Dawson, Sorokin, Ferrero ou um Bernanos tiveram para influenciar as massas "democráticas". Os monarcas europeus intelectualmente e moralmente igualaram-se com seus imitadores republicanos. Os Bourbons certamente são comparáveis com os políticos das três Republicas Francesas. Os Fuhers da era totalitária podem ter sido muitas vezes mais "brilhantes" e bem sucedidos pois eram menos escrupulosos. Apoiados por plebiscitos cuidadosamente encenados, eles se sentiram justificados em tolerar matanças que nenhum Bourbon, Habsburg ou Hohenzollern teriam arriscado. Platão nos disse, há mais de dois mil anos atrás, que a democracia se degenera inevitavelmente em ditaduras e de-Toccqueville re-enfatizou isso em 1835. A maioria dos idiotas, de ambos os lados do Atlântico, continuaram a confundir democracia com liberalismo, dois elementos que podem, ou não, coexistir. Uma "proibição" apoiada por 51 por cento do eleitorado pode ser muito democrático, mas é dificilmente liberal.
III
O que nós reaccionários queremos, é liberdade e a diversidade. Nós acreditamos que existe uma força peculiar na diversidade. St. Estevão, Rei da Hungria, disse a seu filho: "Um reino de apenas uma linguagem e um costume, é tolo e frágil". Isso é contrário a crença supersticiosa demo-totalitária de nossa época da uniformidade. Os fascistas italianos que destruíram todas as instituições culturais não-italianas. Os Tecnocratas progressistas clamavam que, uma vez que essa guerra chegasse à América, iriam confiscar toda a impressa de língua estrangeira.
Como um reaccionário, gosto de patriotas; que ficam entusiasmados com a sua pátria, sua terra natal; e não gosto de nacionalistas, que ficam excitados com sua língua e seu sangue. O reaccionário defende a ideia de solo e liberdade, ele luta contra o complexo de sangue e igualdade.
Como um reaccionário, gostaria de ver materializado neste país, mais ideias anti-democráticas dos Pais Fundadores. De fato, poucos escritores europeus escreveram mais fortemente contra ao demos do que Madison, Hamilton, Marshall, John Adams ou mesmo Jefferson que esteve do lado da aristocracia do mérito, não pela regras da massa. No entanto, o centralismo de Hamilton é basicamente esquerdista. Nem aqui nem na Europa isso deve prevalecer. O que precisamos de ambos os lados do Atlântico é mais uma atitude pessoal. Colossialismo e colectivismo são o inimigo. O agricultor de Hindelang, por exemplo, deve antes de tudo, ter orgulho de ser o chefe de uma família, dono de uma fazenda e depois, de ser um morador de Hindelang. Após um reflexão mais aprofundada, ele deve encontrar orgulho em ser um dos camponeses do Vale do Allgau e também por ser Bávaro. Seu Germanismo deveria ser uma unidade mística no próprio horizonte de seus pensamentos. Mas a tendência moderna é a de estabelecer uma hierarquia inversa de lealdades. A ênfase nazista em noventa milhões de alemães, a ênfase Soviética sobre "as massas", a identificação pelo "maior" com o "melhor, nos mostra a degradação expressa na adoração da quantidade, o nosso desprezo pela pessoa, todo o nosso desespero moderno pela singularidade humana.
Eu defendo que o Estado, as empresas e as fábricas, são os grandes donos de escravos de nossos tempos. "Fulano" trabalha como o seu antepassado espiritual, o servo medieval, um dia e meio por semana para o seu senhorio. De quatro cheques semanais, ele entrega pelo menos um para a empresa que aluga o seu habitat. Se não fazê-lo, resultará em desapropriação, uma ameaça desconhecida para o servo feudal do século XIII. Na fábrica, ele trabalha, diferentemente de um membro da guilda, para investidores desconhecidos, bem como para líderes sindicais corruptos, ou , como na URSS, para uma combinação leviatã de Estado e Sociedade. Os trabalhadores devem possuir as ferramentas de produção; não existe nenhuma razão terrena para que eles não devam possuir fábricas, em um sentido literal ou ser titulares de todas as acções comercializadas. Uma usina pode ser uma comunidade viva não menos do que uma oficina medieval.
Eu gosto das pessoas que são "atrasadas", como os tiroleses, os alpinistas suíços os escoceses, os moradores de Navarra, os bascos, os sombrios camponeses dos Balcãs os curdos. Eles escaparam de um mal menor da servidão na Idade Média e do grande mal da urbanização dos tempos modernos. Eles são bastante reacionários, conservadores e amam a liberdade. Eles podem dar ao luxo de serem conservadores porque sua cultura está fora de sintonia com os tempos modernos; o que eles possuem, vale a pena preservar.
O conservador urbano, por outro lado, não é senão um "progressista" inibido.
Eu acredito no homem de excelência, no homem do dever; contra o Homem-Comum cuja a única força está nos números, cuja a manifestação política é a submissão à "convicções" pré-fabricadas ou a "líderes" que, diferentemente dos "governantes", não diferem das massas, mas personificam todas as suas piores características.
Hoje, um grupo de genuínos reaccionários carregam o peso da luta contra o super-progressismo na sua forma totalitária. Eles sabem que a democracia, como força, não pode lidar com os totalitários; formas embrionárias não podem ter sucesso contra manifestações mais maduras. Platão, de Tocqueville, Donoso Cortes, Burckhardt sabiam disso.
A democracia progressista como um pseudo-liberalismo nada mais é que um Girondino, um precursor do Terror.
Entre este punhado estão Winston Churchill e o Conde Galen, Conde Preysing e yon Faulhaber, Niemoller e Georges Bermanos, Giraud e d'Ormesson, Conde Teleki, Calvo Sotelo, Schuschnigg e Edgar Jung. Nenhum deles fez compromisso com a perversidade quer dos Girondinos ou com o Terror em suas formas modernas; vivos ou mortos, eles não iram ceder. Eles não acreditaram necessariamente em um Passado Glorioso em oposição a um Admirável Mundo Novo, mas eles viram as calamidades do presente, crescendo dos erros do passado, nas catástrofes do futuro. Eles estão isolados pela suspeita que os rodeia. Eles são considerados desmancha-prazeres por não entrar na apologia universal do Progresso. Eles se tornaram inflexíveis e apaixonados. Eles vão levar suas bandeiras até a morte, e suas bandeiras são muito antigas, vaidosas e ilustres.
Esquerdismo
«[P]ara além da eliminação brutal e às abertas da liberdade e da decência, há também - tão cristalinamente antevista por Tocqueville - a evolução democrática em relação à escravidão não violenta devida a um modo de pensar e de perspectiva basicamente como o que conduz às formas mais óbvias de tirania. Não devemos ficar surpreendidos com isto porque as raízes do mal são histórica e geneticamente as mesmas em todo o mundo ocidental. O ano fatal é 1789, e o símbolo da iniquidade é o barrete jacobino. A sua heresia é a negação da personalidade e da liberdade pessoal. As suas realizações concretas são a democracia jacobina de massas, todas as formas de colectivismo nacional e de estatismo, o marxismo a gerar o socialismo e o comunismo, o fascismo e o nacional-socialismo, o esquerdismo em todos os seus modernos disfarces e manifestações aos quais na América o bom termo "liberalismo", perversamente, está a ser aplicado. A questão é entre o homem criado à imagem de Deus e a térmita disfarçada de ser humano. É em defesa do homem e em oposição aos falsos ensinamentos que pretendem reduzir o homem à condição de um insecto que este livro foi escrito.»
Excerto da Introdução de "Esquerdismo" de Erik Ritter von Kuehnelt-Leddihn (1974).
Partilha: Eduardo Freitas
Excerto da Introdução de "Esquerdismo" de Erik Ritter von Kuehnelt-Leddihn (1974).
Partilha: Eduardo Freitas
sábado, 7 de maio de 2016
Oração por Palmira
Qual o som da Primavera? Que música faz uma flor ao desabrochar? Qual o som do primeiro raio de luz da manhã? Este. Este. Este.
Após longas trevas Palmira renasce e lambe as feridas. Não é só uma cidade, umas ruínas antigas, umas pedras mais: é a Síria e o seu povo que resistem à barbárie lançada contra eles (infelizmente) pelos nossos aliados.
Chama-se Oração por Palmira. É o concerto que anuncia a paz, a paz de que não fazemos parte por insistirmos em estar ao lado dos assassinos. Palmira resistiu, a Síria resiste com o apoio da Rússia, o Ocidente e a Civilização defendem-se ali. Também com violinos, com uma Cultura que orgulhosa se proclama sobre a morte.
Se há Primavera árabe com que nos alegremos, seja esta. Faz mais este concerto pelos refugiados do que toda a UE junta. Porquê? Porque lhes dá esperança de regressar às suas casas, aos seus mortos, às suas terras, aos seus templos, às suas vidas, tratando-os como gente e não como peluches de estimação, como animais decorativos da bondadezinha de vão de escada.
Avé, Rússia! Avé, Síria! Avé, Palmira!
LRP
terça-feira, 3 de maio de 2016
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