"Andava Marcelo a acabar o 1.º ano de Direito quando o marxista Guy Debord publicou "La Societé du Spectacle". A tese é conhecida: o espectáculo é parte da sociedade, a própria sociedade e o seu instrumento de unificação. Veja-se o caso português. Talvez fosse de supor que numa nação velha de 9 séculos os seus nacionais estivessem ligados por laços de história, identidade, o sangue e o solo — que fossem uma comunidade de destino, enfim. Nada disso. O cimento que nos une é a selecção, o Ronaldo, os Xutos e o Zé Pedro. Todos vedetas. O regime adoptou a forma de uma ditadura do vedetariado. A Madonna manda, o Medina obedece. Os portugueses andam por aí e não me deixam mentir. Se lhes falarmos de Afonso Henriques, franzem a testa. Ao nome de Afonso de Albuquerque arregalam os olhos. Se dissermos Camões, bocejam. À menção de Gama, vomitam. Os Descobrimentos foram uma vergonha a merecer um pedido de desculpa aos povos oprimidos. Ainda bem que vivemos na sociedade do espectáculo. Sem a Madonna, o Rock in Rio e o Mundial de futebol nem sequer seríamos propriamente um país."
BS
2 comentários:
Sim,e da cultura do "universalismo" a pataco(é vê-los a tomar cargos internacionais como senão houvesse amanhã,e se calhar não há mesmo a continuar assim).
check https://medium.com/@cesarranquetatjr/os-liberais-globalistas-e-agenda-cultural-da-esquerda-115ce0616672 (quando lemos este artigo-post sobre o liberal-globalismo e a agenda esquerdista entendemos melhor a realidade actual em todos os sentidos)
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