quarta-feira, 4 de junho de 2014

Aula rápida de economia para constitucionalistas II

"Tal como a inflação, o tribunal constitucional pune os mais fracos e poupa os mais fortes, neste caso os funcionários com emprego garantido do sector público, à custa de impostos lançados sobre toda a população, incluindo os pobres. Também tal como a inflação, o Tribunal Constitucional permite ao poder político esconder as suas opções: tudo o que se faz, é por imposição de uma entidade com que não é possível discutir — a constituição, misteriosamente interpretada pelos seus sumo sacerdotes. As oposições de esquerda podem assim invocar “o respeito da Constituição”, em vez de assumirem que o imposto é a única solução que têm para os desequilíbrios de um Estado cuja despesa se recusam a diminuir. O Governo pode consolidar as contas públicas por meio de expedientes fiscais, reclamando sempre que até preferia “reformas”, mas que, como se vê, não lhe deixam alternativa. E todos, caindo em cima do contribuinte, poupam a função pública, que é, historicamente, a base dos nossos partidos políticos."

Rui Ramos aqui





1 comentário:

Anónimo disse...

Se os privados nestes últimos 40 anos tivessem pago todos os impostos que os funcionários públicos pagaram até ao último cêntimo de rendimento, certamente estaríamos muito melhor e a pagar muito menos impostos. A Economia real paralela é enorme... assim como, as contas offshore e a deslocalização para países como a Holanda para pagarem menos impostos. Gostaria que o FP tivessem essa hipótese de pagar impostos onde mais lhe aprouvesse. As profissões liberais, as empresas fantasma, as burlas sucessivas ao estado na sobrefaturação em carrossel, as obras públicas e PPP que "derrapam" sempre para os bolsos privados ou pagamento de luvas... júlios!