Ao longo dos tempos o sistema liberal tem vindo a
fazer tábua rasa das liberdades municipais. Os Foros durante séculos foram
figuras muito importantes das nossas instituições, símbolos da liberdade e da
verdadeira participação política dos indivíduos que, contrariamente ao que nos
quer impor o demo-liberalismo, começa na família e continua nas câmaras
municipais.
O sistema instituído, de forma hipócrita, por um lado
pede o voto ao indivíduo, por outro deixa-o sem qualquer possibilidade de
decidir os problemas que o afectam directamente no seu município.
Os Foros eram exemplos de liberdade
desde a época medieval, foram aplicados em toda a Península e não há razão
lógica para a sua radical eliminação pelo liberalismo, com a aplicação do
chamado direito novo.
Tanto o “sociedalismo” orgânico de
Vazquez de Mella como o seu conceito de Tradição têm as suas raízes na ideia de
que a sociedade se fundamenta na natureza do homem.
Segundo Aristóteles, o homem é um
“animal social” e isto foi ignorado tanto pelo racionalismo liberal, como pelo
socialismo estatista.
Estas instituições naturais e fácticas
exigem unidade e direcção que devem ser asseguradas pelo Estado. “Todas as
instituições legítimas têm a sua origem numa necessidade da natureza humana e o
Estado tem a faculdade de conhecer a pessoa colectiva, mas não tem o direito de
criá-la, segundo a teoria de que só o Estado existe por direito próprio e as
outras instituições aparecem por sua concepção e tolerância.”
O tradicionalismo com o seu
“sociedalismo” (corporativismo orgânico), propõe a reconstituição orgânica da
sociedade, sendo os Municípios fundamentais, mas enquanto estes forem tão
centralistas como o Estado centralizador liberal, tudo será inútil.
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