quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Pissakonas
O piropo não é mais do que simples liberdade de expressão, amigos! A liberdade de uma pessoa olhar para um elemento do sexo oposto e de lhe comunicar em voz alta a sua opinião e as suas intenções caso haja abertura para tal.
Eu sou a favor do mercado livre em todas as áreas. A quantidade de piropos que uma pessoa recebe é um indicador quantitativo do seu valor de mercado. Como é que alguém sabe que é bem cotado ao nível da atractividade sexual sem piropos? A criminalização do piropo é como dar um subsídio às pessoas feias para elas não se sentirem tão mal. Um subsídio que é dado à custa da auto-estima das pessoas bonitas. Se as pessoas feias têm inveja dos piropos dos outros, esforcem-se um bocado. Não é ter aquela atitude de "se não dizem bem de mim, não dizem bem de ninguém". Tentem aumentar o seu valor de mercado, por exemplo. Vão à Sacoor, façam uma limpeza de pele, recorram a cirurgia plástica. O problema é que sem piropos, não vai haver incentivo para as pessoas se esforçarem para serem mais atraentes. Vamos ficar nivelados por baixo fisicamente. E isso é péssimo para o turismo!
Atenção que eu falo como pessoa que é assediada constantemente. E às vezes é complicado. Nem sempre gosto de ser o centro das atenções. Mas não consigo culpar as pessoas por não serem capazes de resistir aos meus encantos!
Quantos bonitos casamentos católicos não começaram com um simples piropo? Hoje em dia, um senhor não pode abordar uma senhora na rua e dizer-lhe:
- Minha bela senhora, se me desse oportunidade, gostaria de fazer todo o tipo de actividades sexuais consigo, durante horas a fio e de uma forma bastante ruidosa. Mas primeiro temos que casar, que eu não sou nenhum tarado pecaminoso! Onde está o seu pai para eu pedir a sua mão em casamento?
Em condições normais, a resposta da rapariga casadoira seria positiva e aproveitaria logo para ir para casa terminar o seu enxoval e esperar pelos seus 16 anos para poder casar com o cavalheiro que a abordou de uma forma tão original de dentro de um Mercedes. Hoje em dia, esta história de amor acabaria com o senhor a fazer trabalho comunitário! É muito triste. É o fim do amor à primeira vista como o conhecemos.
Sempre que o Governo limita a liberdade de expressão das pessoas, nunca se sabe onde vai terminar. Primeiro, criminalizam o piropo.
A seguir vão criminalizar as anedotas que vão contra aquilo que a esquerdalha considera politicamente correcto. Para não ofendermos ninguém, vão-nos obrigar a contar anedotas sobre extraterrestres. Vamos ter que saber que os Zorgs são os estúpidos, os Nitrukus são preguiçosos, os Mirlókis são efeminados, os Rinkolvianos são os espertalhões e os Pissakonas são uns tarados sexuais de primeira. E quando nos habituarmos às anedotas de extraterrestres e nos rirmos com vontade das peripécias dos Pissakonas, a esquerdalha vai encontrar qualquer coisa ofensiva. Nem com extraterrestres imaginários as pessoas vão poder ser preconceituosas!
"Ah e tal, porque os Pissakonas são uma espécie rica, diversa e heterogénea e não podemos reduzi-los a um estereótipo ofensivo."
Começo a achar que o objectivo deles não é defender minorias, mas sim destruir tudo o que se assemelhe a diversão.
Jovem Conservador de Direita
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Substituindo os factos nossos pelos mitos dos outros
A crise moral que os Portugueses atravessam. Como se manifesta?
Por mil modos: pela recusa de ver múltiplos perigos que ameaçam; pela aceitação e procura constante da opção fácil; pela indiferença perante valores nacionais, sejam a língua ou as fronteiras; sejam a cultura ou a história, sejam a própria soberania e a independência; pela convicção generalizada de que é irreversível e inevitável (como se em história houvesse o que quer que fosse de irreversível ou de inevitável, salvo o que depender de uma vontade firme) fazer o que os outros pretendem, ou legislam, ou recomendam; pela aplicação de conceitos que os grandes países imaginam ou propõem (mas que não aceitam para si mesmos); pela submissão passiva e inconsciente, e até alegre e eufórica, aos interesses de terceiros (como se já fossem também os dos Portugueses); pela insensibilidade perante quanto destrói ou pode destruir a raiz portuguesa e põe em causa o próprio cerne da nacionalidade; e enfim pela euforia, tão pueril quanto oportunista, tão crédula quanto materialista, com que se deixa arrastar na onda do internacionalismo, do integracionismo, na suposição de que os outros também o fazem, e sobretudo na crença de uma vida fácil e rica, que o será sempre e sem esforço, e seja qual for a origem da riqueza, seja qual for a subordinação criada.
E neste transe os Portugueses parecem esquecer três aspectos fundamentais: Portugal não tem tipicidade suficiente para enfrentar sem defesa forças que atingem o seu cerne, e resistir-lhes, e sobreviver, continuando a ser Portugal; tem uma vulnerabilidade de interesses vitais que lhe consente apenas muito reduzido espaço de manobra, pelo que o seu comportamento perante terceiros tem de ser cauteloso e não pode sofrer desvios de monta; e não pode por isso cometer erros históricos, sob pena de ser esmagado e absorvido pelo turbilhão de forças exteriores.
Tudo quanto Portugal perder, ou alienar, ou lhe for tomado, é irrecuperável: em termos territoriais, políticos ou económicos. Por outro lado, tanto que se prolonga esta viragem, de que se ocupam os Portugueses – na sua oposição vida colectiva e na sua intervenção política? Afigura-se exacta esta síntese: empenhando-se em tudo que é processual; preocupando-se com o que é imediato e pessoal, ou de grupo, ou de partido; e transformando em problemas nacionais o que não passa de subtileza adjectiva.
E deste modo parece de dizer que ou retornamos às raízes e retomamos a linha segura do nosso destino – ou seguimos pelo caminho de Bizâncio – substituindo os factos nossos pelos mitos dos outros.
Franco Nogueira 1992 – “ Juízo Final”
domingo, 6 de dezembro de 2015
A falsificação da história
"A falsificação da história não é apenas um privilégio, mas uma necessidade para os donos do poder."
Antony Mueller
Antony Mueller
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
Revolução é perturbação
Como escreveu Oliveira Martins, aludindo à “anarquia mansa” do regime constitucional: “Portugal morre à falta de uma doutrina. Hoje não temos como fugir da sua lembrança. Os caminhos tomados pelo constitucionalismo, juntamente com o resultado da 1ª Grande Guerra, em que os Impérios da Europa Central saíram derrotados, acabaram no triunfo da “democracia” que, omnipotente, facultou os abusos, os vícios e os crimes, maltratando os povos que não a eliminaram a tempo.
Devemos refletir na diferença que há entre um facto revolucionário dos que podem acontecer em qualquer sociedade e o direito a algum modelo de revolução típico das sociedades de hoje. Essa diferença enquadra tudo o que diferencia um passado construtivo em que apareceram e glorificaram os grandes povos, de um presente em que desgraçadamente se arruínam.
Jamais se conheceu ou conhecerá sociedade humana em que, num determinado momento, não aconteça uma revolução. Esta contrariedade que tem a ver com a fraqueza humana é um facto isolado, pode justificar-se e até favorecer, embora raramente, o bem comum, mas nem na cabeça dos próprios fomentadores, nem dos beneficiados passa a ideia de que a normalidade é a revolta social.
Tem de se acabar com a argumentação dos teóricos do tiranicídio – historiadores e teólogos – já que, por maior expressão que se queira dar a esta doutrina teológica, apenas existiu in extremis, excepcionalmente, ocasionalmente e isoladamente.
Revolução é perturbação, obra de gente alienada e com sentimento de culpa, raramente se orienta para a justiça ou dá origem a efeitos legítimos e torna-se nefasta quando se prolonga no tempo, ou é frequentemente repetida.
Guilherme Koehler
A ÚLTIMA AO CADAFALSO
A escritora Gertrud von le Fort mostrou em seu livro A ÚLTIMA AO CADAFALSO (Ed. Quadrante, SP), o quão perversa e sanguinária foi a Revolução Francesa (1789) que nada teve de “Igualdade, liberdade e fraternidade”, como se propaga, mas foi a encarnação diabólica do mal na França, especialmente contra a Igreja Católica.
O texto abaixo mostra o assassinato covarde e revoltante de 16 irmãs carmelitas de Compiègne, na guilhotina, acusadas maldosamente de serem “subversivas” e inimigas da Revolução. Como, se eram enclausuradas? Foi o ódio de Satanás contra aquelas que ofereciam a Deus a sua vida para aplacar a cólera de Deus na França. Leia este relato e depois o livro todo, para não ser enganado.
“São cerca de oito horas da tarde. É verão e o céu ainda está claro. A multidão comprime-se em volta da guilhotina, erguida no centro da antiga Place du Thrône, atual Barriére de Vincennes. Junto dos degraus que conduzem ao cadafalso, o carrasco, Charles-Henri Sanson, espera respeitosamente de pé, flanqueado por dois ajudantes. O calor é opressivo, e em toda a praça reina um odor mefítico de sangue. Vindos da cidade, despontam as carroças. Hoje são duas, e vêm bastante cheias: ao todo, serão quarenta vítimas. Recebem-nas as exclamações e ameaças habituais, mas o barulho logo se abafa em murmúrios de espanto. Acontece que, entre os condenados, se vêem diversas mulheres de capa branca: são as dezasseis carmelitas do convento de Compiègne, Ao contrário dos seus companheiros de infortúnio, não deixam pender a cabeça nem choram ou gritam; trazem o rosto erguido, e a linha firme do corpo é sublinhada pelas mãos amarradas às costas. E cantam: aos ouvidos de todos, ressoam as notas quase esquecidas da Salve Rainha em latim e do Te Deum. Até para o mais empedernido dos basbaques presentes, é um espectáculo inaudito.
Quando as carroças param ao pé do cadafalso, o burburinho faz-se silêncio absoluto. Até essas mulheres histéricas, as chamadas “fúrias da guilhotina”, que sempre estão na primeira fila dos espectadores, emudecem.
As primeiras a descer são as carmelitas. Uma delas, a Madre Teresa de Santo Agostinho, aproxima-se do carrasco e pede-lhe que lhes conceda uns minutos para poderem renovar os seus votos e que a deixe ser a última a sofrer a execução, para que possa animar cada uma das suas filhas até o fim. Sanson, o carrasco, alma delicada, concorda de bom grado.
Todas juntas, cantam o Veni Creator Spiritus. A seguir, renovam os seus votos religiosos. Enquanto rezam, uma voz de mulher sussurra na multidão: “Essas boas almas, vejam se não parecem anjos! Pela minha fé, se essas mulheres não forem directas ao paraíso, é porque o paraíso não existe!… “.
A Madre recua até a base da escada. Tem nas mãos uma estatueta de cerâmica da Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo. A primeira a ser chamada, a mais jovem de todas, é a noviça Constança. Ajoelha-se diante da Madre e pede-lhe a bênção. Segundo uma testemunha, ter-se-ia também acusado nesse momento de não haver terminado o ofício do dia.
Com um sorriso, a Madre diz-lhe: “Vai, minha filha, confiança! Acabarás de rezá-Io no Céu”…, e dá-lhe a beijar a imagem. Constança sobe rapidamente os degraus, entoando o salmo Laudate Dominum omnes gentes, “Louvai o Senhor, todos os povos”. “Ia alegre, como se se dirigisse para uma festa”. O carrasco e seus ajudantes, com gesto profissional, dispõem-na debaixo da guilhotina. Ouve-se o golpe surdo do contrapeso, o ruído seco da lâmina que cai, o baque da cabeça recolhida num saco de couro. Sem solução de continuidade, o corpo é lançado ao carroção funerário.
Uma por uma, as freiras ajoelham-se diante da Madre e pedem-lhe a bênção e permissão para morrer. Cantam o hino iniciado por Constança. Quando chega a vez da Irmã de Jesus Crucificado, que tem 78 anos, os jovens ajudantes do carrasco têm de descer para ajudá-la a vencer os degraus. Ela diz-lhes afavelmente: “Meus amigos, eu vos perdoo de todo o coração, tal como desejo que Deus me perdoe”.
Só falta a Madre. Com gesto simples e firme, beija a estatueta e confia-a a primeira pessoa que tem ao lado*. Tem 41 anos, um rosto expressivo, nem muito bonito nem feio; o porte é, mais do que altivo, descontraído. Os olhos castanhos, sofridos, mas irradiando bondade, procuram os do Pe. Lamarche, que as confessara no dia anterior na prisão e que se encontra entre a multidão. Como quem tem pressa em concluir uma tarefa urgente, sobe por sua vez os degraus. Agora tudo terminou. Pode-se cortar o silêncio como se fosse um queijo. Muitos dos assistentes choram baixinho. Anos mais tarde, encontrar-se-ão – registados em cartas pessoais, diários íntimos e memoriais – os ecos da emoção que experimentaram e dos efeitos que ela lhes causou: muitos sentiram a necessidade de mudar de vida, de retomar a prática dos sacramentos, um ou outro de ingressar num convento… Um deles, um menino que presenciara a cena das janelas de um prédio situado em frente da guilhotina, guardou dela uma impressão tão profunda que, anos mais tarde, quando fazia o serviço militar, carregava sempre consigo as obras de Santa Teresa de Ávila e acabou por fazer-se sacerdote. “O amor vence sempre”, costumava dizer a Madre; “o amor vence tudo”.
(*) Essa imagem foi devolvida mais tarde à Ordem e encontra-se hoje no Carmelo de Compiègne, novamente fundado em 1867.
Os corpos foram levados às pressas para o antigo convento dos agostinianos do Faubourg de Picpus. Lá foram lançados na fossa comum e cobertos de cal viva. Hoje há ali um gramado cercado de ciprestes, com uma simples cruz de ferro. É um lugar de silêncio e oração.
Na capelinha anexa a esse cemitério, há uma lápide que traz o nome das dezasseis mártires beatificadas em 27 de maio de 1906 por São Pio X.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Hoje é dia de Fernando Pessoa
A Democracia moderna, o sistema político que nasceu da Revolução inglesa, e inundou a Europa através do fenómeno inglês chamado a Revolução Francesa, assenta em três bases: o princípio do sufrágio como base da vida política; o princípio chamado “liberalismo”, cuja substância consiste na tendência para abolir os privilégios especiais, de certas classes ou de certas pessoas, e de estabelecer entre os homens a maior igualdade possível; e o princípio a que melhor se pode chamar “pacifismo”, que significa que a vida das sociedades, essencialmente comercial e industrial, é só episodicamente, ou por um resto de “atraso”, guerreira, e que a paz entre os povos é o estado normal, ou que deve ser normal, na vida social. E isto que resume o lema «liberdade, igualdade, fraternidade», que a Revolução Francesa converteu em Santíssima Trindade para uso de quem não tem religião.
É fácil demonstrar que os “princípios” democráticos são essencialmente dirigidos contra a opinião pública, contra o povo, e contra a própria essência de toda a vida social, que a Democracia é o resumo de tudo quanto seja antipopular, anti-social e antipatriótico.
A opinião pública, vimos, não se define. O voto é uma definição. O voto é a expressão de uma opinião individual; a opinião pública não é susceptível de expressão pelos indivíduos. É uma atmosfera que os envolve e que eles criam em conjunto, não em cada um de per si; é uma síntese orgânica, não uma soma mecanicamente feita. O voto é, mais, a expressão de uma convicção política, isto é, de uma ideia; ora o instinto, e tal é a opinião pública, tem por natureza não ter ideias.
A opinião pública, vimos, não se define. O voto é uma definição. O voto é a expressão de uma opinião individual; a opinião pública não é susceptível de expressão pelos indivíduos. É uma atmosfera que os envolve e que eles criam em conjunto, não em cada um de per si; é uma síntese orgânica, não uma soma mecanicamente feita. O voto é, mais, a expressão de uma convicção política, isto é, de uma ideia; ora o instinto, e tal é a opinião pública, tem por natureza não ter ideias.
Ultimatum e Páginas de Sociologia Política. Fernando Pessoa. (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Introdução e organização de Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1980. - 59.
Manuel Rezende
domingo, 29 de novembro de 2015
sábado, 28 de novembro de 2015
A solução
Qual é a solução dos problemas nestes tempos?
Não é só a verdade, mas a verdade radical.
Antony Mueller
Não é só a verdade, mas a verdade radical.
Antony Mueller
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
Imagens do passado e do presente
Auxiliada pelos Estados Unidos, a Turquia toma a Síria de assalto. O plano é revelado - e, presume-se, parado - pela União Soviética, hoje Federação da Rússia. A gravura foi originalmente publicada em 1958 por uma revista checoslovaca. Tinha razão Políbio, pois: afinal, a História repete-se mesmo.
Rafael Pinto Borges
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
terça-feira, 24 de novembro de 2015
A Turquia não é o Ocidente
Putin vai retaliar, e faz muito bem
Os turcos têm ajudado de forma imunda o terrorismo, pelo que não são merecedores de qualquer confiança ou apreço.
Compram a 6 dólares o barril o petróleo roubado na Síria e Iraque, permitem a livre circulação de jihadistas vindos dos quatro cantos do mundo, acolhem nos seus hospitais terroristas feridos, permitem o desembarque de material de guerra destinado a acções de terrorismo em países limítrofes.
No passado fim de semana, o mundo ficou a conhecer de forma esclarecedora o que vai no coração do Turco. Aquele mar de adeptos insultando a memória das vítimas de Paris, mostrou bem a que ponto o Ocidente se equivocou tragicamente a respeito de um Estado que ainda há anos queria forçar a entrada numa comunidade a que não pertence geográfica, cultural e emocionalmente.
A Turquia não é o Ocidente. Sempre foi um perigo e um inimigo, pelo que o derrube da aeronave russa, mais do que um incidente, é uma constante.
Miguel Castelo Branco
domingo, 22 de novembro de 2015
Glória Europa
Diálogo há pouco com uma amiga. Pergunta dela:
- Já viste como está Bruxelas?
- Sim. Mas já aconteceu alguma coisa?
- Para além de tanques nas ruas, helicópteros a sobrevoar aquilo, as pessoas aconselhadas a não sair de casa e a não se aproximarem das janelas, a imprensa proibida de divulgar informações sobre a operação policial, as pessoas aconselhadas a não divulgarem nas redes sociais os movimentos da polícia, os clientes de um hotel estarem retidos nos quartos, as escolas estarem amanhã todas encerradas e o governo ter vindo dizer que a situação é muito preocupante, não aconteceu nada...
- Ah, portanto o que me dizes é que o próprio Governo fez um "ataque terrorista"...
É nisto que estamos, não é?
Sic transit glória Europa.
Luís Pistola
sábado, 21 de novembro de 2015
Europa: O berço e a morte da civilização
Fronteiras Abertas: O suicídio colectivo da Europa
(com intervenção especial da socialista Ana Gomes)
Sérias dúvidas sobre se os seres humanos serão, afinal, assim tão diferentes das couves.
Imagino que sobretudo os meus amigos economistas vão gostar de saber que existe (e acompanhar):
o Center for Economic Policy Research reuniu uma série de luminárias europeias para construírem uma espécie de manifesto que leva por título Rebooting the Eurozone, e que tem como primeiro capítulo, que aqui deixo linkado, até mesmo como sugestão de leitura de fim de semana, Agreeing a crisis narrative.
Dele faz parte este gráfico que reproduzo, com o comentário ao topo, onde se lê: «Os rácios de dívida melhoraram [até ao deflagrar da crise, reparem que o último ano da série é 2007] na maior parte das nações da Zona Euro (especialmente na Irlanda e Espanha), mas em Portugal o rácio da dívida disparou».
Não me vou alongar. Tentei desde há anos quanto pude inculcar a ideia de que nós fomos um caso muito, muito particular de desastre na Zona Euro, um caso muito, muito particular de persistência em políticas públicas erradas, que nos enterraram na pior crise de que qualquer português hoje vivo tem memória.
A evolução absolutamente singular da nossa dívida pública por comparação com os demais «países da crise» bem evidencia essa particularidade. Reparem: entre 1999 e 2007 o nosso rádio de dívida pública aumenta 40%. O único «país da crise» que não reduz a dívida é a Grécia, mas empalidece perante a nossa proeza: ficou-se por metade, 20%. Naturalmente que o pior estava por vir, entre 2008 e o resgate.
Ouvir hoje socialistas de todos os matizes preconizarem e-xa-ta-men-te as mesmas políticas que nos levaram ao colapso de 2011, exatamente, sem tirar nem pôr, é de esmagar qualquer filantropo com sérias dúvidas sobre se os seres humanos serão, afinal, assim tão diferentes das couves.
Não consola reservar essa qualidade hortícola para os indígenas, com exclusão do resto.
Deprimente, é o que é.
http://www.voxeu.org/
Jorge Costa
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Enquanto muitos financiam-os, poucos colocam-se do lado de Deus
“Na cúpula do G20 na Turquia o presidente russo afirmou que representantes de mais de 40 países financiam terroristas e que entre estes países estão alguns do G20.
Especialistas sublinham que entre outras coisas o grupo terrorista Estado Islâmico é financiado por simpatizantes dos jihadistas, inclusive bilionários árabes.”
O mundo moderno
"O mundo moderno da produção tecnológica requer cada vez mais especialistas, técnicos, inventores e empreendedores.
Neste mundo, pessoas sem talentos específicos têm cada vez menos função e encontram-se marginalizados.
Porém, tem alguns entre eles que inventaram a política como profissão pelo truque de prometer de resolver problemas que não têm solução - como criar um mundo justo ou consumir sem produzir ou fazer os pobres ricos pelo governo."
Antony Mueller
Neste mundo, pessoas sem talentos específicos têm cada vez menos função e encontram-se marginalizados.
Porém, tem alguns entre eles que inventaram a política como profissão pelo truque de prometer de resolver problemas que não têm solução - como criar um mundo justo ou consumir sem produzir ou fazer os pobres ricos pelo governo."
Antony Mueller
domingo, 15 de novembro de 2015
Tocqueville, "enfant terrible" ou "promeneur solitaire"?
(via Literatura Marginal)
A França é fértil em dar ao mundo desapaixonado as personalidades mais irrequietas e apaixonantes, as revoluções mais sanguinárias, os reis mais exuberante ou os estadistas mais inspiradores. De Voltaire a Victor Hugo, de Baudelaire a Rimbaud (o protótipo do enfant térrible), de Henrique IV ou Luís XIV a Napoleão, a imaginação procura as associações, politicamente ora mais voltada à direita, ora mais determinadas à esquerda, artisticamente, socialmente, ou ideologicamente, ora mais radicais, ora mais moderadas, ora românticas, ora procurando o realismo. Tocqueville não preencheria este espaço de forma tão concreta, em princípio, nem como homem de letras (seguramente original), nem como homem político (moderado e realista), nem tão pouco vocacionado para estadista (tímido, sério, contido, era em tudo um político de gabinete e não de campanhas). A postura do jurista e filósofo não deixa de ser interessante, na certeza de que as ideias nem sempre são fáceis de catalogar em figuras tão complexas, principalmente num século, como foi o século XIX, que vivenciou um fervilhar de experiências e ideias que o marcaram e que teriam consequências gravosas no século XX.
Certamente que nem todos os autores serão tão fáceis de rotular. Mas das duas ideias que já nos textos anteriores tenho debatido, as associações e dissonâncias entre a democracia e a liberdade, os vários autores (de Burke aos Pais Fundadores, de Acton a Tocqueville) não deixam de parecer mais inconsequentes. Sem dúvida o mais paradoxal é Alexis Tocqueville. A sua originalidade e a sua rebeldia são sedutoras. É verdade, a rebeldia de um homem moderado, aristocrata liberal, conservador e espírito vivo de uma época marcada por todas as conturbações. Um aristocrata na França que restaurava a monarquia dos Orleães, mas que depressa o desiludiu. Optimista, por vezes, ou pessimista, quase sempre, não acreditava no corolário Hegeliano no fim da história que Guizot preconizava ao ver o triunfo político da classe-média como um patamar de não retorno. A ideia conjecturada por muitos que optavam pela segurança em detrimento da liberdade não agradava a Tocqueville, essa mesma crença que o fazia sempre insatisfeito, e sempre descontente com o seu tempo e com os seus contemporâneos. Como confessou certa vez, sentia-se como um Don Quixote quase a enlouquecer num mundo que perdia a virtude, apelava pelo heroísmo num tempo em que os heróis já tinham sido relegados. Nesse sentido, a monarquia burguesa de Julho estava longe de o satisfazer.
A ideia de uma aristocracia promotora da liberdade parece viver apenas naquele ideal oitocentista francês, um pensamento que pode ter várias interpretações à direita (defesa da liberdade contra a centralização, até mesmo associada, noutra vertente, a um pensamento tradicionalista e monárquico) como à esquerda (defesa da liberdade contra a tirania, favorável à moderação contra os radicalismos), mas ambas moderadamente centristas, e talvez explique porque é que o pensamento de Tocqueville foi tão renegado durante décadas, mas ainda assim é redutor fazer este julgamento, podemos amparar as dúvidas num terreno mais cinzento e não tanto a preto-e-branco, como forçosamente identificar este grupo de homens do século XIX mais à esquerda ou mais à direita. Burke dir-se-ia um Old Whig (distinguindo-se dos New Wihg, mais radicais) um anti-revolucionário que defendia a guerra contra a revolução em França, mas que soube apoiar a revolução na América; Acton, outro Whig católico que seguia uma perspectiva liberal e aristocrática anti-revolucionária, e que também se inspiraria em Burke. A moderação britânica nem sempre foi procurada no continente europeu sujeito a todas as rupturas mais abruptas e às revoluções mais sanguinárias. Daí a importância de Tocqueville, o mesmo homem que nas décadas conturbadas da história francesa definir-se-ia em carta como "liberal de uma nova espécie". Confessava amar a liberdade, mas temer as multidões e odiar a demagogia, porém, acontrario sensu, também confessava em carta que amava as instituições democráticas desde que moderadas e conjugando a tradição com o progresso, ideia que só poderia sair da pena de um pensador aristocrático. Ficamos assim num impasse, encurralados na dialéctica daqueles pensadores aristocratas. O que dizer da liberdade e o que condenar da democracia? Ficamos no meio-termo cinzento tão provocador e ambíguo.
A verdade é que Tocqueville foi sempre um crítico do seu tempo, mas ao mesmo tempo apresentava-se como um observador imparcial, politicamente ao centro, procurando um perfeito equilíbrio entre o passado e o futuro. O problema da geração que viveu a monarquia de Julho era esta: como criar um regime que aceitando um governo representativo poderia combinar a liberdade e a ordem, o respeito ao passado conjuntamente com novos direitos e liberdades?
A verdade é que, mesmo como advogado, tendo jurado fidelidade à monarquia de Orleães, ainda que toda a família fosse legitimista (i.e., fiel à causa dos Bourbon), ainda assim, Tocqueville não deixava de suspeitar daquela nova classe média que ascendia às posições de poder, definindo-se enquanto um crítico desse novo governo burguês, sem virtudes, tão materialista e desonesto. Uma constatação que contrastava com o seu idealismo, um certo romantismo e gosto da aventura, como confessou. É a posição de um aristocrata que tem do mundo e da vida uma visão particular e demasiadamente pessoal para ser associado a qualquer partido ou grupo, um isolamento sentido e que o marca, mas que ao mesmo tempo o define como um pensador singular e tão original. As críticas que perpassa ao materialismo e aos progressos materiais encontram um paradoxo interessante entre nós, na esteira do velho liberal Herculano e do jovem socialista de cátedra Oliveira Martins, este último, no seu "Portugal Contemporâneo", não deixa de atentar contra esse progresso que vê como nefasto. Tocqueville concordaria nesse parágrafo. Como comprova o desencanto provocado pela monarquia de Julho, mas não o desinteresse pela política, nem a ruptura com os meios monárquicos que frequentava, sem que deixasse de ser o homem singular que era, o mesmo solitário, isolado entre os próprios contemporâneos.
Politicamente era um moderado, mas filosoficamente era imoderado e irrequieto. A sua análise da democracia não eram completamente anti-democrática. Podia acreditar numa moderação desse sistema, como escreveu. Contudo, essa força que se aproximava, parecia-lhe ao mesmo tempo nefasta: trazia no seu seio a destruição de todas as liberdades, uma excessiva preocupação pelos interesses privados, o seu individualismo e isolacionismo, que poderiam originar um novo despotismo democrático. Aliás, chegava a comparar a democracia às "águas de um dilúvio", expressão que pode ser encontrada nas notas do seumagnus opus "Da Democracia na América".
Por isso aclamava pela moderação, pelo refreio e contenção da democracia. Para ele há duas maneiras de alcançar a igualdade: ou todos podem ter os mesmos direitos em liberdade, ou todos podem ser privados dos seus direitos em despotismo.
Nessa sua obra magistral revela os paradoxos do seu pensamento, identificando a igualdade social como um traço marcante das sociedades modernas, mas ao mesmo tempo suspeitando da igualdade imposta pelas democracias. O problema da democracia, analisava, é que não conseguem diminuir a influência do governo, não conseguem criar esses corpos intermédios (não consegue garantir a liberdade), essa forma de governo tende ao despotismo, um despotismo que, não sendo violento, consegue um controlo total sobre os seus cidadãos. Por isso Tocqueville defendia a descentralização. Em França, particularmente, depois da restauração da monarquia de Julho, cresceu a obsessão liberal pela... liberdade, como era então entendida pelos mesmos liberais-monárquicos, conservadores, alguns ainda com alguma inspiração do Ancien Régime, mas também reformistas, que olhavam o passado com alguma nostalgia e compreendiam desconsolados como os tempos tinham mudado. Viam a necessidade da restauração dos poderes intermédios independentes do governo, as liberdades regionais, mas esse desejo, alimentado pelos grupos Realistas aquando da restauração, longe ficou de se concretizar.
Para ele a democracia diminuía a ambição das pessoas, a ambição alimentada é vulgar e desinteressante, em suma, entendendo que o homem que escreve estas reflexões (quer no "Da Democracia na América", quer "O Antigo Regime e a Revolução") está tão preocupado moralmente com o espírito humano como com a segurança das instituições. É necessário, como sublinhou, que nas sociedades democráticas, o espírito comercialista seja contra-baloiçado por uma vida cultural rica, dando particular atenção às artes, às ciências, à cultura. Os intérpretes de Tocqueville podem ficar na dúvida em rotulá-lo como anti-democrático, ou como pessimista em torno da democracia, ou como um pensador original da mesma, forçando a análise a permanecer num patamar ambíguo que mesmo o próprio não tão facilmente desenvencilharia.
Para que a democracia sobrevivesse precisava delinear um elemento aristocrático, entendendo como "aristocracias" as associações legais e permanentes, as cidades, vilas, ou associações. No fundo, promover os corpos e entidades que incentivam os indivíduos a prosseguir os seus projectos. É necessário que esse regime garanta a liberdade, numa súmula que caracteriza como "Moderar a Democracia com a Democracia", i.e., para moderar a doença congénita à própria democracia é necessário investir na educação, liberdade de imprensa, liberdade de religião, descentralização, investir nas liberdades locais e institucionais, e na eleição dos funcionários. Aprova a religião como necessária para moderar a sede materialista e a ganância. As instituições devem promover o espírito de liberdade capaz de combater os vícios naturais destas sociedades. Mas seriam estas reformas concretizáveis? Tocqueville é um idealista, um político moderado e realista que almejava tornar-se-a voz da moral e do bom-senso mas que ficou longe de ser ouvido pelos seus contemporâneos. O seu pensamento moderado casava com um coração imoderado. Era verdadeiramente, discretamente, um enfant terrible, tão original e tão incompreendido como um artista renegado, mas, como alguém notou, era demasiadamente político para ser uma mera figura literária, mas demasiadamente literário para ser meramente um político. Um homem com uma forte imaginação, que definia os seus "desejos agitados" como uma doença dentro dele. Um romântico reprimido, como as ideias denotam, o seu idealismo, a sua procura aristocrática pela harmonia, pelo equilíbrio, pelo justo. A sua ambiguidade entre a moderação política e a grande ambição que sentia criavam nele um estado depressivo e uma agitação incontrolável, foi efectivamente o "promeneur soliteire", quase tão efectivamente como foi o "enfant terrible", e estamos longe de o compreender totalmente, ainda que sirva sempre de inspiração. Como o próprio se descreveu: "Sou para mim mesmo um eterno enigma."
Certamente que nem todos os autores serão tão fáceis de rotular. Mas das duas ideias que já nos textos anteriores tenho debatido, as associações e dissonâncias entre a democracia e a liberdade, os vários autores (de Burke aos Pais Fundadores, de Acton a Tocqueville) não deixam de parecer mais inconsequentes. Sem dúvida o mais paradoxal é Alexis Tocqueville. A sua originalidade e a sua rebeldia são sedutoras. É verdade, a rebeldia de um homem moderado, aristocrata liberal, conservador e espírito vivo de uma época marcada por todas as conturbações. Um aristocrata na França que restaurava a monarquia dos Orleães, mas que depressa o desiludiu. Optimista, por vezes, ou pessimista, quase sempre, não acreditava no corolário Hegeliano no fim da história que Guizot preconizava ao ver o triunfo político da classe-média como um patamar de não retorno. A ideia conjecturada por muitos que optavam pela segurança em detrimento da liberdade não agradava a Tocqueville, essa mesma crença que o fazia sempre insatisfeito, e sempre descontente com o seu tempo e com os seus contemporâneos. Como confessou certa vez, sentia-se como um Don Quixote quase a enlouquecer num mundo que perdia a virtude, apelava pelo heroísmo num tempo em que os heróis já tinham sido relegados. Nesse sentido, a monarquia burguesa de Julho estava longe de o satisfazer.
A ideia de uma aristocracia promotora da liberdade parece viver apenas naquele ideal oitocentista francês, um pensamento que pode ter várias interpretações à direita (defesa da liberdade contra a centralização, até mesmo associada, noutra vertente, a um pensamento tradicionalista e monárquico) como à esquerda (defesa da liberdade contra a tirania, favorável à moderação contra os radicalismos), mas ambas moderadamente centristas, e talvez explique porque é que o pensamento de Tocqueville foi tão renegado durante décadas, mas ainda assim é redutor fazer este julgamento, podemos amparar as dúvidas num terreno mais cinzento e não tanto a preto-e-branco, como forçosamente identificar este grupo de homens do século XIX mais à esquerda ou mais à direita. Burke dir-se-ia um Old Whig (distinguindo-se dos New Wihg, mais radicais) um anti-revolucionário que defendia a guerra contra a revolução em França, mas que soube apoiar a revolução na América; Acton, outro Whig católico que seguia uma perspectiva liberal e aristocrática anti-revolucionária, e que também se inspiraria em Burke. A moderação britânica nem sempre foi procurada no continente europeu sujeito a todas as rupturas mais abruptas e às revoluções mais sanguinárias. Daí a importância de Tocqueville, o mesmo homem que nas décadas conturbadas da história francesa definir-se-ia em carta como "liberal de uma nova espécie". Confessava amar a liberdade, mas temer as multidões e odiar a demagogia, porém, acontrario sensu, também confessava em carta que amava as instituições democráticas desde que moderadas e conjugando a tradição com o progresso, ideia que só poderia sair da pena de um pensador aristocrático. Ficamos assim num impasse, encurralados na dialéctica daqueles pensadores aristocratas. O que dizer da liberdade e o que condenar da democracia? Ficamos no meio-termo cinzento tão provocador e ambíguo.
A verdade é que Tocqueville foi sempre um crítico do seu tempo, mas ao mesmo tempo apresentava-se como um observador imparcial, politicamente ao centro, procurando um perfeito equilíbrio entre o passado e o futuro. O problema da geração que viveu a monarquia de Julho era esta: como criar um regime que aceitando um governo representativo poderia combinar a liberdade e a ordem, o respeito ao passado conjuntamente com novos direitos e liberdades?
A verdade é que, mesmo como advogado, tendo jurado fidelidade à monarquia de Orleães, ainda que toda a família fosse legitimista (i.e., fiel à causa dos Bourbon), ainda assim, Tocqueville não deixava de suspeitar daquela nova classe média que ascendia às posições de poder, definindo-se enquanto um crítico desse novo governo burguês, sem virtudes, tão materialista e desonesto. Uma constatação que contrastava com o seu idealismo, um certo romantismo e gosto da aventura, como confessou. É a posição de um aristocrata que tem do mundo e da vida uma visão particular e demasiadamente pessoal para ser associado a qualquer partido ou grupo, um isolamento sentido e que o marca, mas que ao mesmo tempo o define como um pensador singular e tão original. As críticas que perpassa ao materialismo e aos progressos materiais encontram um paradoxo interessante entre nós, na esteira do velho liberal Herculano e do jovem socialista de cátedra Oliveira Martins, este último, no seu "Portugal Contemporâneo", não deixa de atentar contra esse progresso que vê como nefasto. Tocqueville concordaria nesse parágrafo. Como comprova o desencanto provocado pela monarquia de Julho, mas não o desinteresse pela política, nem a ruptura com os meios monárquicos que frequentava, sem que deixasse de ser o homem singular que era, o mesmo solitário, isolado entre os próprios contemporâneos.
Politicamente era um moderado, mas filosoficamente era imoderado e irrequieto. A sua análise da democracia não eram completamente anti-democrática. Podia acreditar numa moderação desse sistema, como escreveu. Contudo, essa força que se aproximava, parecia-lhe ao mesmo tempo nefasta: trazia no seu seio a destruição de todas as liberdades, uma excessiva preocupação pelos interesses privados, o seu individualismo e isolacionismo, que poderiam originar um novo despotismo democrático. Aliás, chegava a comparar a democracia às "águas de um dilúvio", expressão que pode ser encontrada nas notas do seumagnus opus "Da Democracia na América".
Por isso aclamava pela moderação, pelo refreio e contenção da democracia. Para ele há duas maneiras de alcançar a igualdade: ou todos podem ter os mesmos direitos em liberdade, ou todos podem ser privados dos seus direitos em despotismo.
Nessa sua obra magistral revela os paradoxos do seu pensamento, identificando a igualdade social como um traço marcante das sociedades modernas, mas ao mesmo tempo suspeitando da igualdade imposta pelas democracias. O problema da democracia, analisava, é que não conseguem diminuir a influência do governo, não conseguem criar esses corpos intermédios (não consegue garantir a liberdade), essa forma de governo tende ao despotismo, um despotismo que, não sendo violento, consegue um controlo total sobre os seus cidadãos. Por isso Tocqueville defendia a descentralização. Em França, particularmente, depois da restauração da monarquia de Julho, cresceu a obsessão liberal pela... liberdade, como era então entendida pelos mesmos liberais-monárquicos, conservadores, alguns ainda com alguma inspiração do Ancien Régime, mas também reformistas, que olhavam o passado com alguma nostalgia e compreendiam desconsolados como os tempos tinham mudado. Viam a necessidade da restauração dos poderes intermédios independentes do governo, as liberdades regionais, mas esse desejo, alimentado pelos grupos Realistas aquando da restauração, longe ficou de se concretizar.
Para ele a democracia diminuía a ambição das pessoas, a ambição alimentada é vulgar e desinteressante, em suma, entendendo que o homem que escreve estas reflexões (quer no "Da Democracia na América", quer "O Antigo Regime e a Revolução") está tão preocupado moralmente com o espírito humano como com a segurança das instituições. É necessário, como sublinhou, que nas sociedades democráticas, o espírito comercialista seja contra-baloiçado por uma vida cultural rica, dando particular atenção às artes, às ciências, à cultura. Os intérpretes de Tocqueville podem ficar na dúvida em rotulá-lo como anti-democrático, ou como pessimista em torno da democracia, ou como um pensador original da mesma, forçando a análise a permanecer num patamar ambíguo que mesmo o próprio não tão facilmente desenvencilharia.
Para que a democracia sobrevivesse precisava delinear um elemento aristocrático, entendendo como "aristocracias" as associações legais e permanentes, as cidades, vilas, ou associações. No fundo, promover os corpos e entidades que incentivam os indivíduos a prosseguir os seus projectos. É necessário que esse regime garanta a liberdade, numa súmula que caracteriza como "Moderar a Democracia com a Democracia", i.e., para moderar a doença congénita à própria democracia é necessário investir na educação, liberdade de imprensa, liberdade de religião, descentralização, investir nas liberdades locais e institucionais, e na eleição dos funcionários. Aprova a religião como necessária para moderar a sede materialista e a ganância. As instituições devem promover o espírito de liberdade capaz de combater os vícios naturais destas sociedades. Mas seriam estas reformas concretizáveis? Tocqueville é um idealista, um político moderado e realista que almejava tornar-se-a voz da moral e do bom-senso mas que ficou longe de ser ouvido pelos seus contemporâneos. O seu pensamento moderado casava com um coração imoderado. Era verdadeiramente, discretamente, um enfant terrible, tão original e tão incompreendido como um artista renegado, mas, como alguém notou, era demasiadamente político para ser uma mera figura literária, mas demasiadamente literário para ser meramente um político. Um homem com uma forte imaginação, que definia os seus "desejos agitados" como uma doença dentro dele. Um romântico reprimido, como as ideias denotam, o seu idealismo, a sua procura aristocrática pela harmonia, pelo equilíbrio, pelo justo. A sua ambiguidade entre a moderação política e a grande ambição que sentia criavam nele um estado depressivo e uma agitação incontrolável, foi efectivamente o "promeneur soliteire", quase tão efectivamente como foi o "enfant terrible", e estamos longe de o compreender totalmente, ainda que sirva sempre de inspiração. Como o próprio se descreveu: "Sou para mim mesmo um eterno enigma."
sábado, 14 de novembro de 2015
Lá se foi a eutanásia tranquila...
"Parece que foi uma falsa esperança da Europa esperar ganhar uma eutanásia tranquila com a imigração descontrolada."
Antony Mueller
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Sabia que a TAP já foi privada?
A TAP não é uma “conquista de Abril”: muito pelo contrário, é uma “conquista do Estado Novo”, e já foi privatizada uma vez.
A fundação da TAP remonta aos anos 40 do século passado, quando Salazar, então Presidente do Conselho de Ministros, se apercebeu de que Portugal estava a braços com uma enorme desvantagem estratégica: era a única potência pluri-continental sem uma linha aérea de bandeira que ligasse a Metrópole aos seus territórios ultramarinos.
Compunham esse Complexo os aeroportos da Portela e de Cabo Ruivo. Este último servia as carreiras de hidroaviões, as únicas aeronaves então com autonomia para as longas viagens transatlânticas, enquanto o aeroporto da Portela servia as rotas europeias, que usavam aviões e pistas de pequena dimensão. Para ligar os dois foi construída a Avenida Entre-os-Aeroportos, hoje conhecida como Avenida de Berlim. E, no entanto, apesar deste imenso investimento, durante os primeiros anos de operação ambos os aeroportos receberam na sua maioria aeronaves estrangeiras, e a única comunicação com as colónias era feita por barco.
As primeiras transportadoras aéreas nacionais, como a Companhia de Transportes Aéreos (do grupo CUF) ou a Aero Portuguesa (imortalizada no final do filme “Casablanca”) não tinham ainda dimensão para as necessidades de ligação entre as partes do vasto espaço português.
O projecto da criação de uma forte linha aérea de bandeira foi prontamente colocado em marcha. O Governo adquiriu os primeiros aviões Dakota DC-4 e a “Linha Aérea Imperial” tornou-se realidade: em 1946 já era possível voar de Lisboa a Lourenço Marques em “apenas” uma semana, com seis escalas de pernoita e um total de 45 horas de voo. Para a época, era extraordinariamente veloz.
A primeira privatização
Em 1953, a TAP era uma empresa sustentável e o Estado Novo, não tendo interesse em gerir directamente os transportes aéreos, decidiu privatizá-la. Foi reconhecido que a empresa representava um interesse estratégico vital para Portugal e o seu Império. Logo, quando o caderno de encargos foi lançado, estava definido que 75% do capital da empresa tinha de ser propriedade de portugueses e que a maioria dos gestores e directores também tinham de ser cidadãos nacionais.
Nascia assim a empresa Transportes Aéreos Portugueses, Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada (SARL), propriedade de investidores particulares e supervisionada pelo Estado. Entre os 83 sócios fundadores encontramos figuras proeminentes da época, como D. Manuel de Mello, e grandes empresas, como a Companhia Nacional de Navegação.
Era um conceito que deixava Portugal na vanguarda da Europa, onde quase todas as empresas aéreas eram estatais, dispendiosas para os utentes e fonte de enormes prejuízos.
Artigo completo aqui
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
O caminho para o sucesso Económico e o caminho para o fracasso Económico
O caminho para o sucesso:
poupança / investimento / produção / consumo / distribuição
O caminho para o fracasso:
distribuição / consumo / produção / investimento / poupança
poupança / investimento / produção / consumo / distribuição
O caminho para o fracasso:
distribuição / consumo / produção / investimento / poupança
A Soberania Popular
Com cento e oitenta anos por caminhos desviados, ao Deus dará e na submissão imperativa a teorismos e abstracções, não há forma de não admitirmos a falência ruinosa do sistema de governo representativo começado com a Monarquia Constitucional e que a República continuou, agravando-o nos princípios e nos factos.
Insensatamente foi alterado o regime económico da propriedade, abolindo-se os vínculos, deitou-se abaixo a união e a importância da Família, destruiu-se e roubou-se um vasto número de proprietários e encheram-se as instituições de uma corja de gente ociosa.
Consagrou-se o político profissional, o promotor do bem alheio para interesse próprio, o principal culpado da indisciplina do povo e da falta de respeito pela Lei.
Gastou-se o que se podia e o que não havia, um afã de prosperidade, criou-se a dívida e no fim mandaram-nos a conta.
Como construção intelectual, de um artificialismo grosseiro e como solução positiva da Política, o dogma da trindade redentora – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – entrou em falência aberta há muito.
A democracia que temos no Ocidente como uma alvorada, é hoje considerada um ocaso por muitos dos mestres do pensamento contemporâneo.
Afirma-se a soberania do povo, provada mentira em Ciência Política, apoiada em falso na coerência sentimentalista de alguns daqueles que arrebanham a multidão.
Alguma vez o povo foi, ou há-de ser soberano? Soberano de venda nos olhos, montado pelos políticos que com uns discursos enganosos lhes vai mandando cada vez mais carga para cima das costas.
Guilherme Koehler
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Parabéns esquerda. Obra notável!
"Faz agora 40 anos que a esquerda portuguesa fugindo (uma das especialidades da esquerda é fugir) de Angola substituiu o exercito português pelo exercito cubano e começou uma guerra civil em Angola que provocou um genocídio em que morrerem milhões de pessoas e cujo resultado passados 40 anos foi a vigência uma cleptocracia que rouba e saqueia aquele pobre povo impunemente para comprar relógios e carteiras Louis Vuiton.
Parabéns esquerda. Obra notável!"
Francisco Múrias
terça-feira, 10 de novembro de 2015
sábado, 7 de novembro de 2015
O poder está em cada um de nós mas quando votamos...
"O poder está em cada um de nós.
Quando votamos delegamos esse poder numa data de gente que não conhecemos de parte nenhuma e parte deles pertencentes a quadrilhas. O resultado está à vista.
Chamam a isto democracia. Parece mais uma cleptocracia."
Francisco Múrias
Quando votamos delegamos esse poder numa data de gente que não conhecemos de parte nenhuma e parte deles pertencentes a quadrilhas. O resultado está à vista.
Chamam a isto democracia. Parece mais uma cleptocracia."
Francisco Múrias
É a economia vodu em todo o seu esplendor.
Podem dar as voltas que quiserem: o que nunca conseguirão é comer um bolo e guardá-lo para mais tarde. Dito por outras palavras: não é possível consumir o mesmo recurso que se investe (para aumentar mais tarde o rendimento e o consumo). E, sim, não é possível aumentar o rendimento e o consumo futuro sem investir hoje, quer dizer, sem deixar de consumir agora. A menos que recorramos ao que outros, que não nós, estão a poupar, isto é, endividando-nos a eles. Admitamos que, tendo chegado à pouco invejável posição de uma das economias mais encharcadas em dívida de todo o mundo, continuar aumentar o pântano não é viável. Portanto, se quisermos prosperar, teremos de investir - e não consumir.
Isto não pode ser muito difícil de entender por qualquer pessoa normal, a partir do dedo e meio de testa. Excepto se for um insigne economista como o João Galamba, ou gente que, não sendo do ramo, não deixa de ser extraordinariamente versada nestas matérias, como a Dona Canavilhas ou a Dona Estrela, e outros seres do mesmo género que se multiplicam como coelhos nas fileiras do PS e do comentadorismo nacional, que nos asseveram que quanto mais consumirmos maior será a procura, logo maior o investimento e, assim, maior o crescimento, etc., etc. É a economia vodu em todo o seu esplendor.
Estes dois gráficos sobrepostos ilustram bem o ponto em que estamos neste particular. O gráfico de baixo é sobre a quantidade de despesa nacional (de PIB) que afectamos ao consumo. O caso português é a linha azul, mais vistosa. 66%. Exactamente dois terços do PIB são torrados em consumo. Já os nossos parceiros da zona euro, gente significativamente mais rica do que nós, coitada, são mais modestos: consomem 55%. Cerca de 11 pontos percentuais de diferença. Estávamos em 2014 a umas escassas décimas do maior valor de sempre. Ninguém diria que passámos pela mais grave e profunda crise da nossa história democrática. De 2009 para cá aumentámos a parcela de rendimento que, como país, destinamos à torradeira do consumo. Já os nossos ricos parceiros de moeda única baixaram a parte do PIB afectada a ele. Estranho.
Como não é possível comer e guardar o bolo (consumir e investir ao mesmo tempo, sem recurso a dívidas), e tendo tido que ajustar por algum lado, ajustámos... no investimento, que conduzimos à rua da amargura. Destinamos menos cinco pontos percentuais de PIB ao investimento do que os nossos muito ricos parceiros, com um stock de capital significativamente maior, quando dividido por cabeças. Mas bem vistas as coisas, como nestes gráficos, tivemos, afinal, apenas que acentuar uma tendência que já vinha de trás, de muito atrás, desde a viragem do século.
Ao contrário do que dizem as luminárias do PS, não foi o ajustamento e a austeridade que trouxe a queda, a quase extinção do investimento, isto é, ao ponto em que a economia deixou mesmo de repor o seu stock de capital: o investimento dos últimos anos não chega para tanto, o que compromete mais do que qualquer outra coisa o nosso futuro. Não. Vínhamos a cair pela encosta abaixo, desde o ano 2000, e se alguma coisa de novo aconteceu durante o ajustamento, foi o estancamento e inversão da tendência. Batemos no fundo em 2013, e desde então estamos a recuperar. Muito, muito modestamente, muito, muito insuficientemente, mas estamos. É preciso mais investimento, muito mais investimento, para chegarmos, por exemplo, pelo menos, pelo menos à proporção em que os nossos riquíssimos e apetrechadíssimos parceiros investem? É. Então, meus amigos, vamos ter de refrear sem contemplações o consumo. Ou uma coisa ou outra. Comer o bolo e guardá-lo é que não é possível. Se o PS, o PCP e o Bloco aparecerem por aí a prometer o impossível, façam-lhes um realíssimo manguito. Chega de ilusões. Já provamos o suficiente disso para saber que não gostamos.
Jorge Costa
sexta-feira, 6 de novembro de 2015
As esquerdas mentem quando falam de crescimento e de estado social
(Via o António Maria)
Comércio mundial está em queda. Os preços da energia e das matérias primas estão a cair, não porque escasseiem, mas porque não há dinheiro para pagar o crescente custo da sua produção. A diarreia monetária conhecida por alívio quantitativo (QE) é um remédio que produz cada vez menos resultados e está a destruir a poupança mundial e a formação de capital a ritmos alucinantes. Sem poupança não há capital, sem capital não há investimento produtivo, sem investimento produtivo não há comércio, nem consumo, nem portanto crescimento. Em suma, o crescimento global morreu.
A austeridade é, assim, inevitável, e as despesas sociais continuam a disparar em todos os países desenvolvidos ou a caminho disso.
As consequências estão à vista de todos, em toda a parte: no Japão, nos Estados Unidos, na Europa, na Venezuela, no Brasil, em África e no Médio Oriente, na China. O êxodo demográfico em direcção à Europa apenas começou.
Foi Você que pediu crescimento? Esqueça!
O discurso das esquerdas, começando pelos seus famosos economistas, é uma mistificação demagógica. Nomeadamente quando ouvimos as carpideiras do Bloco de Esquerda e as Testemunhas do Marxismo-Leninismo do PCP a acusar os partidos do centro-direita de estarem a destruir o estado social. Mentem descaradamente, como os gráficos que se seguem provam abundantemente.
Mas comecemos pelo fim do crescimento...
Gail Tverberg
Acabar de vez com a demagogia populista das esquerdas sobre o estado social
Ao contrário da litania sem imaginação do PCP, do Bloco e de António Costa, os sucessivos governos que temos tido não só não atacaram o estado social, como a dimensão deste e o seu peso no orçamento do estado e na dívida pública não têm parado de aumentar desde 1975. Se repararmos nos gráficos deste excelente artigo de Ryan McMaken, onde se mostra que os Estados Unidos são um estado social insuspeito, veremos que também Portugal está entre os dez ou quinze países da OCDE que mais despesa social executa anualmente.
Não há crescimento possível, mas há uma bolha de crédito que acabará por rebentar
Comércio mundial está em queda. Os preços da energia e das matérias primas estão a cair, não porque escasseiem, mas porque não há dinheiro para pagar o crescente custo da sua produção. A diarreia monetária conhecida por alívio quantitativo (QE) é um remédio que produz cada vez menos resultados e está a destruir a poupança mundial e a formação de capital a ritmos alucinantes. Sem poupança não há capital, sem capital não há investimento produtivo, sem investimento produtivo não há comércio, nem consumo, nem portanto crescimento. Em suma, o crescimento global morreu.
A austeridade é, assim, inevitável, e as despesas sociais continuam a disparar em todos os países desenvolvidos ou a caminho disso.
As consequências estão à vista de todos, em toda a parte: no Japão, nos Estados Unidos, na Europa, na Venezuela, no Brasil, em África e no Médio Oriente, na China. O êxodo demográfico em direcção à Europa apenas começou.
Foi Você que pediu crescimento? Esqueça!
A taxa anual de crescimento de Portugal tem vindo a cair desde 1996 @ Trading Economics clique p/ ampliar |
O discurso das esquerdas, começando pelos seus famosos economistas, é uma mistificação demagógica. Nomeadamente quando ouvimos as carpideiras do Bloco de Esquerda e as Testemunhas do Marxismo-Leninismo do PCP a acusar os partidos do centro-direita de estarem a destruir o estado social. Mentem descaradamente, como os gráficos que se seguem provam abundantemente.
80% das pensões auferem menos de 833€/mês, 91% auferem menos de 1667€. Um teto de 2500€ permitiria maior sustentabilidade no sistema. @Governo de Portugal clique p/ ampliar |
Mas comecemos pelo fim do crescimento...
Gail Tverberg
Once the debt bubble collapses, we are in deep trouble} Low commodity prices suggest we are now near debt collapseOops! Low oil prices are related to a debt bubblePosted on November 3, 2015 by Gail TverbergWhy is the price of oil so low now? In fact, why are all commodity prices so low? I see the problem as being an affordability issue that has been hidden by a growing debt bubble. As this debt bubble has expanded, it has kept the sales prices of commodities up with the cost of extraction (Figure 1), even though wages have not been rising as fast as commodity prices since about the year 2000. Now many countries are cutting back on the rate of debt growth because debt/GDP ratios are becoming unreasonably high, and because the productivity of additional debt is falling.
Não há crescimento sem consumo crescente de energia
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A energia cara trava o crescimento
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O petróleo e a energia em geral tem sido comprada com dívida crescente
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Embora os preços da energia estejam a cair, os seus custos continuam a crescer
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Só nos resta a eficiência para mitigar os graves problemas que temos pela frente
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Acabar de vez com a demagogia populista das esquerdas sobre o estado social
Ao contrário da litania sem imaginação do PCP, do Bloco e de António Costa, os sucessivos governos que temos tido não só não atacaram o estado social, como a dimensão deste e o seu peso no orçamento do estado e na dívida pública não têm parado de aumentar desde 1975. Se repararmos nos gráficos deste excelente artigo de Ryan McMaken, onde se mostra que os Estados Unidos são um estado social insuspeito, veremos que também Portugal está entre os dez ou quinze países da OCDE que mais despesa social executa anualmente.
“Social Expenditures” In the US Are Higher Than All Other OECD Countries, Except FranceMises Institute, OCTOBER 30, 2015Ryan McMaken
According to the Organization of Economic Cooperation and Development (OECD), "social expenditures" are expenditures that occur with the purpose of redistributing resources from one group to another, in order to benefit a lower-income or presumably disadvantaged population.
The focus on direct government spending, however, creates the impression that the US does not engage in the business of redistributing wealth to the degree of other OECD-type countries. But this is not the case. When we consider tax incentives, benefits, and mandates, the picture is very different.
...
Once tax breaks for social purposes (TBSPs) are included, the US begins to look much more similar to its European counterparts. By this measure, the US falls in the middle, with more net social spending (as a percentage of GDP) than New Zealand, Norway, Luxembourg, Australia, and Canada (y axis=percentage of GDP).
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