Antigamente, a direita lia e citava os doutrinadores do nacionalismo (Barrès, Bourget, Maurras, Corradini, Sardinha).
Era um pensamento de fronteira e do perigo iminente, era soberanista, identitária, elitista mas inclusiva por via do catolicismo, pelo que lhe repugnavam os partidos, as oligarquias, a luta de classes.
Hoje, a direita atem-se a meia dúzia de pulgas mentais engendradas pelo scholarship americano, é cosmopolita, anti-Estado, oligárquica, odeia o povo (sobretudo os pobres), é protestante e nada sabe de Portugal.
Antigamente, e porque era nacionalista - isto é, considerava a Nação o mínimo ético justificador da existência de uma sociedade feita Estado - tinha bem implantada uma ideia de missão no universal.
Hoje, a direita é internacionalista, servidora do império e abraça a utopia de um mundo uniforme submetido ao mercado e ao modelo dito ocidental.
Ou seja, no interim de uma geração, a direita passou a adorar tudo o que lastimávamos nos comunistas e nos amanhãs ridentes; pior, passou a procuradora de interesses que são inimigos da sobrevivência da nação portuguesa.
Miguel Castelo Branco
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