O primeiro é daqueles muito raros Estados em que os partidos pouco numerosos permitem a formação de maiorias homogéneas, que se sucedem no poder, sem impedir de agir, quando na oposição, o governo que governa.
O segundo é o daqueles em que a vida partidária é tão intensa e intolerante que as mutações governamentais se fazem frequentemente por meio de revoluções ou golpes de Estado, no fundo a negação do mesmo princípio em que pretendem apoiar-se.
Há um terceiro grupo em que a parcelação partidária e a exigência constitucional da maioria parlamentar se conjugam para ter em permanente risco os ministérios, precipitar as demissões, alongar as crises, paralisar os governos, condenados à inacção e às fórmulas de compromisso que nem sempre serão as mais convenientes ao interesse nacional.
Assim, uns esperam as eleições; outros, a revolução; os últimos, as crises, como possibilidades de governo. "
António de Oliveira Salazar, in 'Discursos (1956)'
1 comentário:
> daqueles muito raros Estados em que os partidos pouco numerosos
"Good point". Os "FF" dos EUA tinham considerado não ter partidos (um deles argumentou contra eloquentemente), mas depois olharam para os "Populares" e "Optimates" que tão bem tinham propelido a república romana, e pediram emprestado o sistema de circulos uninominais de que se servia a república britânica (esses têm um "rei" contratado a recibos verdes, para disfarçar.)
E pronto. Dois partidos, entretenimento popular garantido, "voto útil", tudo sobre rodas.
Maravilha, o gado mal chateia.
(Toscos dos comunas, não percebem nada da poda, é tudo à bruta.)
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