sábado, 4 de outubro de 2014

A DEMOCRACIA: SISTEMA COM INÍCIO, MEIO E FIM

Já falei algumas vezes sobre essa predição: o fim dos sistemas democráticos. E o fim está bastante próximo, segundo alguns pensadores. Infelizmente, estamos como num jogo de xadrez, onde um dos jogadores sabe que, logo adiante, vai levar um xeque-mate, mas não consegue evitá-lo. 

Caminhamos a passos largos rumo a uma explosão do mercado, provocado pela força burocrática e que desemboca, inevitavelmente, numa ditadura comunista. O processo é explicado pelos fundamentos da ciência praxeológica. Explico: na primeira década do século passado, o tamanho do governo, representado pelos seus gastos, andava em torno de 3% a 5% do PIB, no mundo.

 A função do governo que, na sua origem, como bem prega Frederic Bastiat, era apenas para proteger a vida, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, passou a imiscuir-se em tudo, esquecendo que isso levaria à sua própria inoperacionalidade.

O facto é que hoje esses gastos andam ao redor de 50%. 

 A realidade é que, quando os recursos não têm dono (ou são recursos livres), os indivíduos, estejam no serviço público ou no privado, abusam no seu uso. Mal-afortunadamente, como sabemos, não há almoço de graça. Alguém tem que pagar a conta. E não há como ignorar que prevalecem dois grandes interessados na evolução dos gastos públicos. O primeiro, o governo, meio burocrático e político. Esse cria, inventa, assusta e até mente para aumentá-los. O segundo, os pagadores de impostos e defensores da liberdade de usufruir dos seus rendimentos. Esses tentam evitá-los ou reduzi-los. Mas a balança das forças pende pesadamente para o lado governamental. O meio burocrático está mais concentrado e organizado do que o privado. Ademais, trata-se de um meio de vida para seus componentes. Os que pagam a conta, por outro lado, estão dispersos entre muitos indivíduos, razão pela qual dilui, substancialmente, a força de interesse e reacção deles à praticamente uma quase total inactividade. Não há, dessa maneira, como evitar que as democracias, nos sistemas orientados pela maioria, tenham início, meio e fim. E não estou falando sozinho. A pensadora Rose Wilder Lane, escritora, jornalista e cientista social tem a mesma opinião. James Madison, ex-presidente dos USA, também. Madison predizia que as democracias não iriam muito além das primeiras décadas deste século, fato que vem-se configurando bastante plausível. Aliás, mais recentemente a tese ganhou mais um forte adepto: Hans-Hermann Hoppe, filósofo gemânico, vaticina num livro, cujo título já diz tudo: "Democracy, the God that Failed”. 

Como diz um conhecido amigo: “quem viver, verá”.

Alfredo Marcolin Peringer

Sem comentários: