...é a capacidade de
votar sobre a propriedade e direitos naturais (como o de estabelecer formas de
cooperação voluntária em vez de compulsórias) de todos os outros.
Quais são os sistemas
organizacionais que subsistem voluntariamente no tempo e onde são praticados
sistemas de decisão colectiva?
Resoluções espontâneas
comunitárias por consenso... Porque em geral o que está em causa são apenas
aspectos comuns, mas sem interferir na soberania das partes, a não ser que
estas acedam a tal voluntariamente (ex. as Cruzadas?).
Associações, com
liberdade de entrada e saída e financiamento voluntário.
Associações de
proprietários, como empresas ou condomínios, onde a tendência é a unidade
familiar ou comunitária se manter, em vez do voto pulverizado individualista.
Nestes, as elites
naturais são formadas e contribuem pelo exemplo para sustentar a ordem social.
Por exemplo, nas empresas, as mudanças de CEO e administrações, apesar de terem
de ser validadas, a seu tempo, pelo Assembleia Geral de Accionistas, passam-se
com a maior tranquilidade e sem campanha eleitoral, porque ela é essencial a
preservar o valor e a sobrevivência de longo prazo. Noutras organizações de
sucesso sem fins lucrativos, é o mesmo. E claro, temos o exemplo da Igreja.
Já o voto universal
recai em abstracto sobre tudo, em especial sobre o Direito (ainda que com o
filtro representativo), é uma arma de agressão permanente. E no Estado Moderno,
é uma arma permanente progressista, de onde não vai sobrar nada. A família, a
natalidade e tudo o mais, vai cair nas mãos totalitárias de uma vontade geral
iluminista e cientificamente igualitária e claro, infinitamente humanista ao
ponto de se esquecer do homem.
E dado o problema da
natalidade ir constituir uma ameaça séria à sustentação da social-democracia,
será sobre este que mais tarde ou mais cedo vamos ter novidades, com toda a
certeza construtivistas da ordem social. Basta a tecnologia dar uma ajuda e a
tendência para as famílias se deflacionarem continuar: de famílias com vários
irmãos, primos, tios, em vários graus, no futuro próximo o indivíduo
praticamente só tem o parente directo e… o estado. A vítima perfeita para
aceitar tudo o que a vontade geral lhe der. O Estado Social é a maior fonte de
individualismo extremo a-comunitário. Sem deveres nem obrigações a não ser para
quem tudo lhe dá, e de resto também tira.
O aspecto económico, já
aqui tratado por diversas vezes, resume-se à tendência para qualquer regime
político aumentar o número de pessoas dependentes directa ou indirectamente do
Orçamento de Estado, reduzindo progressivamente, os contribuintes líquidos
(produtores na parte voluntária da ordem social), a uma minoria. É fácil de
visualizar o porquê da tendência suicidária mais acelerada das democracias,
dado depois a maioria dos votos estar agora do lado dos receptores.
PS: Outra forma de
visualizar o problema é pensar em quem seria capaz de comprar um apartamento,
com a poupança da sua vida, num condomínio numeroso onde as decisões de
orçamento e auto-regulação fossem estabelecidas, não por voto por fracção, mas
por voto universal dos maiores de 18 anos...Isto dando de barato que o voto
universal em comunidades mais limitadas e pequenas conseguem evitar os males
das macro-decisões-democráticas dado o contacto mais directo e pessoal.
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