sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Democracia e Liberdade

 

Por Roberto Rachewsky - (publicado originalmente no site Causas & Consequências)

Paralelamente às eleições que ocorrem no Brasil, vemos uma inédita movimentação estudantil clamando por democracia, em Hong Kong, a sociedade mais livre, mais próspera e mais rica do mundo.O que esses eventos demonstram e alertam é que democratas nem sempre prezam a liberdade, apenas ambicionam o poder.
Poder para controlarem o aparato coercitivo do governo, para tolherem a liberdade dos outros, para apropriarem-se do resultado do esforço criativo e laboral dos demais, para ditarem o modo de vida de todos, acenando com a falsa promessa da felicidade geral, através da suposta promoção do bem-estar social.Em todos os lugares onde foi implantada como panaceia, sem que houvesse exactamente o que existe em Hong Kong, um governo limitado institucionalmente, contido pelo Estado de direito e pelo respeito incondicional aos direitos individuais, a democracia transformou-se em oligarquia, legando à sociedade aquilo que ela deveria combater, autoritarismo, quando não, totalitarismo.
Já no seu berço, a Grécia, a democracia resultou em tirania.Nos Estados Unidos da América, que não é uma democracia, mas sim, uma República constitucional, o sistema democrático vem corroendo as instituições que transformaram aquela sociedade na mais próspera e pujante organização social que a história da humanidade já viu.
Democracia não é sinónimo de liberdade, de valorização da vida, de respeito à privacidade, de protecção à propriedade, de tolerância ao inalienável direito que as pessoas possuem de buscarem a sua felicidade como bem entenderem.
Democracia pode, simplesmente, ser a ditadura da maioria, qualquer maioria que, valendo-se do poder coercitivo do governo, queira subjugar a minoria, qualquer minoria, inclusive a menor minoria que existe, o indivíduo.Um indivíduo, submetido à vontade irrefreável da maioria, estará vivendo em uma democracia, mas jamais estará vivendo em uma sociedade minimamente livre.Talvez os estudantes de Hong Kong não saibam, efectivamente, o que significa uma democracia.Nós, aqui, com a experiência democrática que temos, talvez nunca venhamos a saber o que é uma sociedade verdadeiramente livre.

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