"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"
Uma das últimas tendências na
cómica sociedade portuguesa tem sido o de repugnar totalmente as medidas de
austeridade, tanto o aumento de impostos como o corte na despesa ou até o apoio
às empresas, do qual se destaca a TSU. Não há dia que não observamos um qualquer
freguês nas redes sociais ou nos comentários da imprensa online a pregar as
suas “abensonhadas” teorias do consumo. Segundo estes, a solução da crise está
no aumento do nível salarial (?), pois se não houver dinheiro, não se vai às
compras, o supermercado não vende e, no mês seguinte, fecha, etc. Só um
pormenor… Onde vão buscar a “massa”? Até prova em contrário o Pai Natal não
existe e os alemães não vão abrir os cordões à bolsa depois de tanta trafulhice
no Mediterrâneo.
Pior, inimaginavelmente, são mesmo
os comentadores televisivos que dão crédito a estas teorias. De realçar Rúben
de Carvalho ou Constança Cunha e Sá, passando por Mário Soares (que não desiste
na impressão de notas a partir do nada) ou por João Ferreira do Amaral que ama
incomensuravelmente uma hipotética desvalorização cambial. Onde está a
responsabilidade da elite portuguesa? Será que ainda não leram sobre a crise
alemã nos anos 20? Ou sobre os múltiplos sucessos da austeridade no mundo? Ou
sobre as crises da hiperinflação? Por que razão está Mário Soares a receber
reformas chorudas dos nossos impostos para vir depois dizer estas barbaridades?
Antes de mais, leiam, reflictam, ponderem e só depois publiquem, pois como
sabem este povo ainda é muito influenciável, cada vez menos é certo, mas ainda
o é. É evidente que a solução não pode ser assim tão simples, até porque sempre
seguimos pela via mais fácil e deu no que deu. Mas nada que me espante; se
analisarmos bem os comentadores estão sempre atrás do que é popular, do que é
demagógico pois estão numa competição desenfreada pelas audiências.
Para
finalizar, só uma palavrinha para aqueles movimentos organizadores das
manifestações… Onde estavam vocês quando Sócrates lançou as inúmeras obras
megalómanas? Onde estavam vocês quando ele quase que duplicou a dívida pública?
Onde estavam vocês quando ele queria lançar a terceira auto-estrada
Lisboa-Porto? Onde estavam quando ele decidiu lançar o TGV? E a Parque Escolar
com obras de luxo? E as barragens? Onde estavam vocês quando a despesa subia
abruptamente? E o desemprego? “7% de desemprego, marca de uma governação
falhada”? Tomem e embrulhem! E a arrogância do Sócrates, lembram-se? Ahh,
chegaram agora… Tarde demais! O prato já está vazio.
Bernardo Botelho Moniz
5 comentários:
Já faltam poucos dias para a visita de Merkel e a sua presença vai deixar bem claro que é preciso colocar o socialismo na gaveta, era preferível no lixo mesmo.
E os manifestantes que queiram ajuntar-se para receber a Merkel deviam antes ir estudar e perceber o que aconteceu de verdade para Portugal chegar onde chegou.
Os alemães também não são flor que se cheire, e são também socialistas.
A Merkel quer acabar com o pouco mercado livre que ainda existe.
Esta quer regular a nível mundial os mercados financeiros, isso é sinal que o crony vai triunfar e os que estão fora do sistema é que se vão lixar
Para mim, o sol do Verão de 2012 fez-lhe muito mal.
Quis ir de férias à força, nem que para isso Draghi tivesse que prometer este mundo e o outro.
Tá prometido, e Merkel dança entre os pedintes do Sul da Europa (incluindo França), o eleitorado alemão que quer austeridade na casa dos outros mas que tb não deseja o seu colapso para que a Alemanha não seja demasiado afetada.
Está toda a gente a lutar pela sua sobrevivência política, o que é o mesmo que dizer que se está tudo nas tintas para aquilo que deveria ser feito e não é.
Quando o Filipe fala da Merkel ser crony, concordo. Ela não se está a aperceber que para manter a UE em pé (continuar a emprestar dinheiro que não há), anda a idealizar instituições e mecanismos que serão autênticos monstros e inimigos do crescimento económico.
Mas eles é que sabem
A Merkel pode ter alguns defeitos. Mas atualmente é o melhor que há.
Qual o país com relevância no mundo que tem a melhor gestão económica?
Indiscutivelmente a Alemanha.
Não te esqueças que se demitiram Alex Webber e Juergen Stark do BCE por estarem em desacordo, e ouviste Merkel defênde-los ou mostrar solidariedade? E sempre que Jens Weidmann abre a boca, como foi com a operação OMT de Draghi, vem logo o Rossler, a Merkel ou Schauble mandá-lo calar.
Vê agora este exemplo da sugestão da troika em perdoar dívida à Grécia:
Merkel concordou com o ESM, EFSF, LTRO 1 e 2, aquisições de Trichet e OMT de Draghi.
Sugere-se que sejam os alemães a pagar a fatura ao perdoarem biliões de dólares à Alemanha, fruto de decisões e concordâncias da MERKEL.
Oxalá que ela e os seus colegas de partido paguem pelos seus erros, já que comigo e contigo é assim que a sociedade se comporta quando fazemos asneira.
Nesta fase do campeonato, ela é a menos má, só isso!
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