(via corta-fitas)
O Monstro passará!
por José Mendonça da Cruz, em 20.12.13
É verdade que esses detestáveis privados, também chamados contribuintes ou pessoas comuns, já fizeram muito para saldar a dívida criada pelo Estado. É verdade que deixaram de viver a crédito, que aumentaram os níveis de poupança, que aceitaram reduções salariais, que passaram a viver mais frugalmente, e suportaram, além de desemprego, carências e dramas familiares e pessoais, brutais aumentos de impostos. É verdade que as empresas privadas mostraram iniciativa e talento, e conquistaram mercados novos e novas fatias de mercado gerando um superavit da balança como nunca fora visto. É verdade que fizeram depressa e bem o ajustamento que a falência provocada pelo Estado Socialista exigia. Mas nem por isso pensem esses privados detestáveis que o Estado vai ajustar-se também. O Estado é gordo, pesado e tem muita fome de pesar e engordar mais. O Estado consome em salários e pensões 80% da riqueza que saca, mas tem que ser assim. Está escrito. Nem cortes, nem despedimentos, nem poupanças, nem reformas. Consta que é o que está escrito. Se não estiver escrito, o Estado tem juízes para dizer que afinal está. Bem pode algum governo reunir resmas de documentos e opiniões razoáveis -- como estes:http://www.portugal.gov.pt/pt/documentos-o ficiais/20131219-convergencia-pensoes-tc.a spx -- que os juízes não querem saber. Bem podem as contas demonstrar que não há dinheiro para pagar fábulas socialistas, que o dinheiro não é nosso, é emprestado, que os credores se fartam, exigem mais juros ou não emprestam mais. E que, de qualquer forma, não podemos viver indefinidamente a gastar mais do que produzimos. Tudo minudências: os juízes valem mais que os credores, os juízes valem mais que a sanidade financeira, os juízes valem mais que a realidade. Os juízes são o último baluarte da previsibilidade e da segurança. Com segurança travarão qualquer reforma ... aliás, qualquer beliscão da despesa pública. Com previsibilidade imporão o aumento da despesa, a insustentabilidade do défice e a falência do país. Eles estudaram a Constituição e, dizem-nos eles, é isso que a Constituição diz.
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