segunda-feira, 21 de julho de 2014

As "soluções" para a crise mundial são sempre as mesmas. Até chateia!

Parece que nada se aprendeu com a crise mundial de 2008.

A supressão das taxas de juro nos EUA depois do 11 de Setembro pela Reserva Federal, abrindo portas para a injeção de dinheiro em setores económicos que pelo risco que apresentavam não deveriam ser tão premiadas, revelou-se fatal em 2008.

A forma clássica de estímulo à economia era esta:
Banco Central empresta a 1% todo o dinheiro que o banco de investimento deseja
Banco de Investimento empresta o dinheiro a 3% ao banco de retalho, agrupa vários empréstimos com riscos diferentes num só produto e vende-os a quem quiser comrpar com um juro garantido de x.
Banco de Retalho empresta ao Joe a 4 ou 5% de juro meio milhão de dólares para comprar a McMansion, o Mccar, etc, sem se preocupar minimamente se este terá condições de pagar aquela massa toda.

Tudo corria lindamente à medida que o preço dos ativos se ia valorizando pelo facto de tanta gente entrar no mercado. Malta havia que comprava casa pedindo dinheiro emprestado, para no momento a seguir vendê-la por um valor superior, pagando a dívida e ficando com o bónus. Para quê trabalhar, se a lotaria estava ao virar da esquina? O esquema funcionava desde que houvesse sempre mais parolos a entrar do que gente a sair do esquema.

Mas em 2007 a economia intrometeu-se no negócio, e com a quebra desta, demasiados Joes começaram a não pagar a prestação. Ruiu o castelo de cartas.

Mas lá está, para corrigir este ciclo deprimente, a solução residia novamente nos bancos centrais e na queda (ainda maior) das taxas de juro do dinheiro emprestado.
A Reserva Federal puxa logo as taxas para 0%, e o BCE, com um ou dois anos de atraso, segue-lhe o passo.
Até que as coisas nem correram muito mal, e muito melhor teriam corrido se não tivesse acontecido a crise na europa das dívidas da periferia.
Apesar destes anos de alguma acalmia, sobretudo desde 2011, continuamos a assistir a taxas de juro centrais nos 0% um pouco por todo o mundo, e uma injeção de liquides desnecessária, levando o dinheiro fresco a procurar paragens bem perigosas, só porque as menos perigosas já não rendem yield nenhuma.

Nos mercados bolsistas e similares ninguém quer ver a insuflação. Para quê? É preciso é que a festa continue e o dinheiro jorre a rodos.
Aborrece-me e entristece-me ver que as causas que levaram aos exageros entre 2002 e 2008 continuem a ser as "soluções" em 2014. Compra-se tudo com dinheiro barato, até o tempo.

Tiago Mestre

3 comentários:

CsA disse...

Depois no final qd a bolha estoira culpa-se o "capitalismo", os mercados arrogantes e gananciosos servindo assim de pretexto para haver mais intervenção central, quer pelos bancos centrais quer pelos governos.

Até quando as pessoas vão perceber isto? É preciso cair smp no mesmo erro? Só um desabafo...

Abraço

Anónimo disse...

Parece que já começam a acordar...

http://economico.sapo.pt/noticias/e-se-a-proxima-crise-financeira-ja-estiver-a-caminho_197927.html

Anónimo disse...

O vírus do anónimo anda por aí eheheheh

Se há coisa que não se pode dizer do capitalismo é que ele é chato, ou chateia!

Querem melhor montanha russa financeira que a que o capitalismo providência?

Se querem então só têm que abandonar o sistema, mas antes têm de parar de se queixar!

Ah! Não se esqueçam de votar no SALAFRÁRIO GUTERRES para P.R.!

Este burgo é o máximo!