"A «Cidade dos homens» que defende Rafael Gambra era constituída por um conjunto de laços vivos e vividos que, através dos diferentes níveis da criação, mantinham o homem unido à sua origem e o orientavam para seu fim. A casa, a pátria, o templo, protegiam-no contra o isolamento no espaço: os costumes, os ritos, as tradições, ao fazerem gravitar as horas em torno de um eixo imóvel, elevavam-no acima do poder destruidor do tempo.
Hoje presenciamos a agonia desta «Cidade dos homens». O liberalismo ao isolar os indivíduos e o estatismo ao reagrupá-los em vastos conjuntos artificiais e anónimos, transformaram a sociedade num imenso deserto onde as areias sem rumo são arrebatadas nos torvelinhos do vento da história.
E o homem, vítima deste fenómeno de erosão, já não tem morada no espaço - encontra-se, ao mesmo tempo, na prisão e no deserto - nem ponto de referência num tempo pelo que corre cada vez mais depressa sem saber para aonde vai."
Gustave Thibon no Prólogo do livro "El silencio de Dios" de Rafael Gambra Ciudad
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