sábado, 27 de setembro de 2014

CONHEÇA OS 7 PAÍSES BOMBARDEADOS PELO NOBEL DA PAZ

Em menos de 6 anos de presidência, o laureado pelo Nobel da Paz em 2009 já bombardeou 7 países


O ano era 2009 e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebia o Prêmio Nobel da Paz. Faziam apenas 9 meses que o primeiro afro-americano havia sentado na cadeira presidencial e já era laureado com o prémio por seus esforços para a redução de armamentos nucleares e sua política diplomática.
No discurso de premiação, Obama agradeceu pelo reconhecimento e confessou estar preocupado com o fato de receber o prémio mesmo sendo o “comandante-chefe de uma nação militarista em meio a duas guerras”. O presidente ainda afirmou que o prêmio não seria usado somente para “honrar conquistas específicas; ele também tem sido usado como forma de chamar a atenção para várias causas”. E as causas que ele destacaria incluíam: melhores condições sociais para os pobres, tolerância “com pessoas de diferentes credos e raças e religiões” e uma maior “segurança de que você não terá que viver com medo de doenças ou violência, sem esperanças para o futuro”.
A premiação, entretanto, não passou sem despertar certa polémica. A própria população do país estava divida - 46% se orgulhavam de saber que Obama havia sido premiado, contra 47% que não se sentiam felizes com a conquista. As opiniões de ministros e chefes de estado ao redor do mundo também eram divergentes – enquanto, em Cuba, Fidel Castro disse que via o prémio como uma crítica à política genocida dos presidentes anteriores, o Ministro de Relações Exteriores da Austrália, Alexander Downer, chamou a escolha de “uma decisão política de total estupidez”.
Em meio ao fogo cruzado de opiniões, um pequeno, porém importante, trecho do discurso de Obama passou despercebido pela media e pelos políticos internacionais. Todo seu discurso de “paz e dignidade”, porém, contava com os seguintes dizeres:
“[Os Estados Unidos] é o responsável por acabar com uma guerra e trabalhar em outro palco para enfrentar um adversário cruel que ameaçar directamente o povo americano e nossos aliados.”
Sim, já em 2009 Obama prometia levar a cabo uma política externa intervencionista. E honrou seu discurso.
Em menos de 6 anos de presidência, o laureado pelo Nobel da Paz em 2009 já bombardeou 7 países, sendo a Síria o mais recente deles. Relembre quais foram os outros 6 países atingidos pelas “bombas de paz e democracia” e o que está levando a Casa Branca a tentar o mesmo na Síria.

Afeganistão (2001 – presente)

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Após os ataques de 11 de Setembro e as tensões com o Talibã, os Estados Unidos enviaram tropas para o Afeganistão em busca do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden. No conflito, estima-se que pelo menos 21 mil civis já foram mortos, enquanto somente 2.300 soldados norte-americanos perderam a vida no conflito. Durante sua campanha, Obama tomou como bandeira a promessa de retirar as tropas do país imediatamente, porém, a retirada só começou efectivamente em 2011 e até o momento não foi completada.
Enquanto completa metade de seu segundo mandato, ataques aéreos continuam ocorrendo no país, ao custa da vida de inocentes.

Iémene (2002 – presente)

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Após um atentado suicida comandado pela Al-Qaeda atingir o destroyer USS Cole no Iêmen, em 2000, a região também foi incluída no combate ao terrorismo desempenhado pelo governo norte-americano, em conjunto com o presidente do Iémene.
Os primeiros ataques feitos pelos Estados Unidos aconteceram em 2002, foram realizados com a ajuda de drones e atingiram um veículo suv que transportava mísseis pelo deserto. Desde então, os drones são empregados na luta contra a Al-Qaeda no país, porém, tais ataques estão envoltos em polêmicas. O Wikileaks sugere que alguns dos ataques que o governo do Iêmen afirma ter executado, são na verdade, ataques de drones norte-americanos. O uso dos drones como um todo também tem sido criticado após várias mortes de civis e de supostos militantes islâmicos.
Segundo a Human Rights Watch, desde que Obama assumiu a presidência já foram realizados 6 ataques com drones, os quais já deixaram 82 vítimas fatais, das quais a maioria, 57, eram civis.

Iraque (2003 – presente)

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Com o pretexto de investigar suspeitas de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa no Iraque, os Estados Unidos invadiram o país em março de 2003 e depuseram o ditador três semanas depois.
A estratégia, porém, falhou e um caos se instalou pelo Iraque, eclodindo uma guerra civil que possibilitou que movimentos fundamentalistas, como a Al-Qaeda, ganhassem força. O conflito deixou um imenso número de mortos, cujas estimativas variam entre 100 mil e 500 mil.
O combate, porém, está longe de acabar. Após a retirada das tropas norte-americanas, em 2011, o grupo jihadista Estado Islâmico (geralmente referido como EI, ISIS ou ISIL) começou a ganhar força na região e expandir seu domínio, com o apoio do partido do ditador Saddam Hussein e de outras milícias jihadistas iraquianas. A própria Al-Qaeda do Iraque se aproximou do grupo e se dissolveu, transferindo seus combatentes para o EI.
Em Junho deste ano, Obama ordenou que as tropas retornassem ao Iraque para continuar os bombardeios como forma de conter o avanço do grupo, repetindo a táctica utilizada contra a Al-Qaeda.

Paquistão (2004 – presente)

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Os ataques de drones em território paquistanês tem como objetivo combater grupos Talibãs e focos de resistência da Al-Qaeda. Iniciados ainda no governo Bush, eles se intensificaram no governo Obama.
De acordo com a ONG Bureau of Investigative Journalism, já foram empregados 391 ataques de drones no Paquistão. Desdes, 340 ocorrem desde que Obama chegou à presidência.
Até o momento, estima-se que os drones já tenham matado até 3.800 pessoas, sendo que 950 seriam civis, entre eles, 202 crianças.

Somália (2007 – presente)

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Ataques aéreos vem sendo realizados na Somália na tentativa de dispersar grupos extremistas ligados à Al-Qaeda no país.
Os ataques diminuíram desde 2007, mas não cessaram e pequenos bombardeios ainda estão sendo realizados. Como poucos detalhes sobre os ataques são revelados, as informações sobre o número de feridos e os alvos ainda são imprecisas.

Líbia (2011)

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Embora não tenha participado activamente de todos os bombardeios na Líbia, os Estados Unidos estiveram por trás incentivando e dando suporte às tropas da OTAN e aos militares europeus.
A participação de Obama também se deu através de um ultimato enviado ao ditador Muamar Kaddafi para que o abastecimento de água, combustível e electricidade fossem re-estabelecidos por todo o país. Além disso, documentos revelados pelo The Wall Street Journal, mostraram que a CIA participou activamente das buscas por Kaddafi antes de seu assassinato.
Três anos após o fim do conflito, as tensões na Líbia continuam aumentando e o país não mostra sinais de que uma estabilização política esteja próxima. Enquanto isso, a população fica refém de grupos armados que dividem o país e expandem seu poder na base da violência e da intimidação.

Síria (2014)

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Junto com o Bahrein, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Jordânia, os Estados Unidos iniciaram uma campanha neste ano na Síria com o objectivo de combater os jihadistas do Estado Islâmico.
Os primeiros ataques ocorreram em Setembro deste ano, tendo como alvo a cidade de Raqqa, tomada pelos fundamentalistas.
Em resposta, o EI já decapitou 2 jornalistas (James Foley e Steven Sotloff), além de executarem inúmeros civis frequentemente exibidos em vídeos publicados na internet. Estima-se que desde 2011, os conflitos na Síria já deixaram mais 3 milhões de refugiados e mais de 74 mil civis mortos.
A intervenção de outros países, como os Estados Unidos, porém, pode agravar o quadro de instabilidade na região, seja por erros durante ataques ou por alimentar ainda mais a violência dos grupos extremistas, favorecendo o surgimento de novas milícias de resistência ou de grupos ainda mais fortes, como aconteceu no Iraque após a derrubada de Saddam Hussein.
publicado aqui

1 comentário:

Anónimo disse...

Apostas para o 8º?

Quiçá os EUA!