sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A entrevista de ontem

Não me lembro de ter ouvido alguma vez Passos Coelho dar afirmações tão explicativas e tão didáticas como aquelas que nos ofereceu ontem.

Gostei imenso da forma clara com que abordou as questões do défice, da dívida, da necessidade de baixar despesa já que pelo aumento de impostos a coisa esgotou.

Ter dito que enquanto não houver excedente orçamental teremos sempre que nos endividar um pouco mais todos os anos e por conseguinte a dívida não baixa foi um raciocínio lógico que eu há muito ansiava que os representantes do governo nos transmitissem.

Eu já estava desacreditado na capacidade de comunicação do governo, e por isso, a entrevista de ontem foi uma enorme lufada de ar fresco.

Tiago Mestre

7 comentários:

Sérgio disse...

Concordo plenamente, de vez em quando sabe bem acreditar (nem que seja só ilusão) de que quem governa tem lucidez e clareza de raciocino.
Admirei-me foi com a "passividade" com que ele respondeu depois de lhe ser perguntado sobre o que achava dos ataques quase diários de pessoas como o Mário Soares, ficou-lhe bem essa calma, mas admirei-me de ele não aproveitar para dizer umas quantas verdades a essa triste figura, até quando se referiu aos resgates passadas foi sempre de uma forma muito neutra em termos de responsabilidades.

Anónimo disse...

Pois acho que somos governado pelo vazio, Portugal é um pais sem esperança governado por uma pessoa completamente desprovida de ideias. A realidade é que isto está mau e só pode piorar infelizmente.

Anónimo disse...

PARA ANONIMO - DIZ BEM REALIDADE E COISA QUE VC NAO QUER VER

Anónimo disse...

anónimo das 11.07

Eu possuo uma pequena empresa com mais de 100 anos, que sempre viveu do mercado interno. Agora com o excesso de austeridade e a falta de poder de compra não se vende, este governo esqueceu-se que vivemos na sociedade do consumo e sem algum consumo isto não funciona, não se cria emprego nem se geram impostos. O passos é o típico produto das juventudes partidárias, nunca fez nada na vida, andou a brincar na universidade até aos 37 anos e quando saiu os amigalhaços arranjaram logo um cargo de administrador (espantoso!), e quer ele pregar lições de moral?
Onde eu vivo os jovens estão a fugir a sete pês daqui, é este o futuro que queremos?

Anónimo disse...

“Às vezes, é preciso olhar para os números para percebermos a gravidade do que se passou em Portugal.
Eis os números da austeridade, quatro anos depois.

Em 2010, o PIB português era de 172,8 mil milhões de euros.
Em 2013, deverá rondar os 164 mil milhões de euros.
Ou seja, a austeridade anulou-nos mais de 8 mil milhões de euros de riqueza produzida em Portugal!

Em 2010, a taxa de desemprego portuguesa foi de 10,8.
Em 2013, a taxa de desemprego portugesa deverá ficar pelos 15,8, um aumento de quase 50%.
Quatro anos de austeridade criaram mais 300 mil desempregados do que havia antes.

Em 2010, a dívida pública portuguesa rondava os 160 mil milhões de euros, já incluindo aqui muita coisa que na altura não estava contabilizado.
Em 2013, quatro anos depois, a dívida pública portuguesa está em cerca de 230 mil milhões de euros, um aumento de 70 mil milhões de euros!
É este o resultado de quatro anos de austeridade, Portugal tem mais 70 mil milhões de dívida do que tinha!

Em 2010, a taxa de juro da dívida portuguesa no mercado secundário era no início do ano de 5,5%.
Em 2013, a taxa de juro da dívida pública portuguesa é no final do ano de 5,8%.
Ou seja, para curar o trágico perigo das dívidas soberanas, estivemos quatro anos em austeridade, e a taxa de juro é agora mais alta do que quando começámos!

A directora do FMI, a sra Lagarde, já admitiu o óbvio, que as políticas de ajustamento cometeram muitos erros, e que os resultados foram muito piores do que se esperava, especialmente em Portugal e na Grécia.
No entanto, por cá temos um primeiro-ministro que continua apaixonado pela ideia da “austeridade expansionista”, e que fica muito irritado quando ouve o FMI reconhecer os erros.
Infelizmente, Passos Coelho jamais terá a humildade do FMI, e jamais reconhecerá que as suas políticas, que ele implementou e implementa com entusiasmo, não produziram bons resultados, bem pelo contrário.
Os fanáticos de uma ideia não querem saber da realidade, querem é ter razão!”

Tiago Mestre disse...

O Passos Coelho a mim não me aquece nem me arrefece, mas fiquei espantado com a capacidade dele em explicar a correlação entre despesa a mais, défice e dívida. Tenho que o reconhecer.

Mas também tenho que dizer que a recuperação económica de que ele nos fala é meio aldrabice porque baseia-se na não redução de despesa que houve em 2013 face a 2012. Não posso dar certezas disto, mas é um facto que a despesa em 2012 rondou os 79 mil milhões e em 2013 será parecida ou até superior. Já para 2014 querem cortar mais 3 ou 4 mil milhões, não sei de cor, e veremos então o impacto no PIB

Outra aldrabice foi terem-nos prometido que a austeridade seria um mar de rosas. Esforcei-me para provar no Contas e aqui no Viriatos de que era tanga, e agora pagam a falta de credibilidade, como mostra o comentário do anónimo anterior. As contas agravaram-se e muito, mas fazendo uma análise em 2010, era fácil perceber que com um Estado que pesa 50% do PIB e já ia com 90% de dívida, qualquer austeridade seria catastrófica. Mas não fazer nada para proteger o consumo interno seria adiar o que era já insustentável: défices anuais sempre acima dos 6, 7 mil milhões.
Em 2009 o défice foi de 17 mil milhões
Em 2010 foi de 16 mil milhões.

A brincar a brincar foram mais 33 mil milhões que se juntaram à dívida que já estava bem para além dos limites para um país como o nosso.
Ficar parado ou fazer austeridade, neste contexto em que o paciente já está em coma tem sempre demasiadas contra-indicações.

Eu escolho sofrer já, ou seja, AUSTERIDADE. Aproximar a despesa à receita asap.
Mas respeito e compreendo quem prefira adiar.

Qualquer uma das opções tem prós e contras. É só escolher

Anónimo disse...

Achar que estamos assim devido à austeridade é porque não percebeu nada do quase passou nos últimos 15 anos anônimo!!

Acha que sem austeridade isto tinha ido ao lugar???

Austeridade foi uma consequência e não uma opção, seu burro!!!!