Gostei imenso da forma clara com que abordou as questões do défice, da dívida, da necessidade de baixar despesa já que pelo aumento de impostos a coisa esgotou.
Ter dito que enquanto não houver excedente orçamental teremos sempre que nos endividar um pouco mais todos os anos e por conseguinte a dívida não baixa foi um raciocínio lógico que eu há muito ansiava que os representantes do governo nos transmitissem.
Eu já estava desacreditado na capacidade de comunicação do governo, e por isso, a entrevista de ontem foi uma enorme lufada de ar fresco.
Tiago Mestre
7 comentários:
Concordo plenamente, de vez em quando sabe bem acreditar (nem que seja só ilusão) de que quem governa tem lucidez e clareza de raciocino.
Admirei-me foi com a "passividade" com que ele respondeu depois de lhe ser perguntado sobre o que achava dos ataques quase diários de pessoas como o Mário Soares, ficou-lhe bem essa calma, mas admirei-me de ele não aproveitar para dizer umas quantas verdades a essa triste figura, até quando se referiu aos resgates passadas foi sempre de uma forma muito neutra em termos de responsabilidades.
Pois acho que somos governado pelo vazio, Portugal é um pais sem esperança governado por uma pessoa completamente desprovida de ideias. A realidade é que isto está mau e só pode piorar infelizmente.
PARA ANONIMO - DIZ BEM REALIDADE E COISA QUE VC NAO QUER VER
anónimo das 11.07
Eu possuo uma pequena empresa com mais de 100 anos, que sempre viveu do mercado interno. Agora com o excesso de austeridade e a falta de poder de compra não se vende, este governo esqueceu-se que vivemos na sociedade do consumo e sem algum consumo isto não funciona, não se cria emprego nem se geram impostos. O passos é o típico produto das juventudes partidárias, nunca fez nada na vida, andou a brincar na universidade até aos 37 anos e quando saiu os amigalhaços arranjaram logo um cargo de administrador (espantoso!), e quer ele pregar lições de moral?
Onde eu vivo os jovens estão a fugir a sete pês daqui, é este o futuro que queremos?
“Às vezes, é preciso olhar para os números para percebermos a gravidade do que se passou em Portugal.
Eis os números da austeridade, quatro anos depois.
Em 2010, o PIB português era de 172,8 mil milhões de euros.
Em 2013, deverá rondar os 164 mil milhões de euros.
Ou seja, a austeridade anulou-nos mais de 8 mil milhões de euros de riqueza produzida em Portugal!
Em 2010, a taxa de desemprego portuguesa foi de 10,8.
Em 2013, a taxa de desemprego portugesa deverá ficar pelos 15,8, um aumento de quase 50%.
Quatro anos de austeridade criaram mais 300 mil desempregados do que havia antes.
Em 2010, a dívida pública portuguesa rondava os 160 mil milhões de euros, já incluindo aqui muita coisa que na altura não estava contabilizado.
Em 2013, quatro anos depois, a dívida pública portuguesa está em cerca de 230 mil milhões de euros, um aumento de 70 mil milhões de euros!
É este o resultado de quatro anos de austeridade, Portugal tem mais 70 mil milhões de dívida do que tinha!
Em 2010, a taxa de juro da dívida portuguesa no mercado secundário era no início do ano de 5,5%.
Em 2013, a taxa de juro da dívida pública portuguesa é no final do ano de 5,8%.
Ou seja, para curar o trágico perigo das dívidas soberanas, estivemos quatro anos em austeridade, e a taxa de juro é agora mais alta do que quando começámos!
A directora do FMI, a sra Lagarde, já admitiu o óbvio, que as políticas de ajustamento cometeram muitos erros, e que os resultados foram muito piores do que se esperava, especialmente em Portugal e na Grécia.
No entanto, por cá temos um primeiro-ministro que continua apaixonado pela ideia da “austeridade expansionista”, e que fica muito irritado quando ouve o FMI reconhecer os erros.
Infelizmente, Passos Coelho jamais terá a humildade do FMI, e jamais reconhecerá que as suas políticas, que ele implementou e implementa com entusiasmo, não produziram bons resultados, bem pelo contrário.
Os fanáticos de uma ideia não querem saber da realidade, querem é ter razão!”
O Passos Coelho a mim não me aquece nem me arrefece, mas fiquei espantado com a capacidade dele em explicar a correlação entre despesa a mais, défice e dívida. Tenho que o reconhecer.
Mas também tenho que dizer que a recuperação económica de que ele nos fala é meio aldrabice porque baseia-se na não redução de despesa que houve em 2013 face a 2012. Não posso dar certezas disto, mas é um facto que a despesa em 2012 rondou os 79 mil milhões e em 2013 será parecida ou até superior. Já para 2014 querem cortar mais 3 ou 4 mil milhões, não sei de cor, e veremos então o impacto no PIB
Outra aldrabice foi terem-nos prometido que a austeridade seria um mar de rosas. Esforcei-me para provar no Contas e aqui no Viriatos de que era tanga, e agora pagam a falta de credibilidade, como mostra o comentário do anónimo anterior. As contas agravaram-se e muito, mas fazendo uma análise em 2010, era fácil perceber que com um Estado que pesa 50% do PIB e já ia com 90% de dívida, qualquer austeridade seria catastrófica. Mas não fazer nada para proteger o consumo interno seria adiar o que era já insustentável: défices anuais sempre acima dos 6, 7 mil milhões.
Em 2009 o défice foi de 17 mil milhões
Em 2010 foi de 16 mil milhões.
A brincar a brincar foram mais 33 mil milhões que se juntaram à dívida que já estava bem para além dos limites para um país como o nosso.
Ficar parado ou fazer austeridade, neste contexto em que o paciente já está em coma tem sempre demasiadas contra-indicações.
Eu escolho sofrer já, ou seja, AUSTERIDADE. Aproximar a despesa à receita asap.
Mas respeito e compreendo quem prefira adiar.
Qualquer uma das opções tem prós e contras. É só escolher
Achar que estamos assim devido à austeridade é porque não percebeu nada do quase passou nos últimos 15 anos anônimo!!
Acha que sem austeridade isto tinha ido ao lugar???
Austeridade foi uma consequência e não uma opção, seu burro!!!!
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