segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O engenho explosivo do FED

"Quem provocou a crise financeira continua a ganhar e não mudou nada nos últimos anos? Ou seja: alguma coisa mudou nos mercados financeiros?

Não. Ao nível da banca de investimento está tudo igual e, provavelmente, até piorou. Hoje o número de bancos é menor e o nível de risco está muito mais concentrado em muito menos instituições do que antes de 2008. O problema é hoje muito superior, os bancos são maiores. Se antes tinham activos de 500 mil milhões, hoje há vários com um ou mais triliões de activos, o que significa que o risco aumentou. Melhorou-se as áreas de risco dentro das instituições, a supervisão está mais atenta aos movimentos de mercado para perceber como é que vão afectar o risco sistémico, mas a parte comportamental [dos banqueiros e funcionários] está na mesma."


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É expectável que daqui a uns anos voltemos a assistir a uma crise de dimensões semelhantes, ou superiores, às de 2008?
Olhando para o passado, lembro-me que, em 1997, um banco foi à falência com 700 ou 800 milhões de dólares de perdas por causa da crise russa. Estes valores são agora considerados normais, o BCP perdeu 740 milhões, a CGD 576 milhões  e o BES 510 milhões. Actualmente entre o que se ganha e o que se perde os valores são completamente loucos. A possibilidade de se estar a criar uma crise ainda mais sistémica, ao nível do mundo inteiro, é hoje muito superior do que seria há uns anos. Não é uma questão de supervisão ou de regulação, mas é comportamental. A banca de investimento viu reduzido os seus riscos, que passaram para onde? Para os hedge funds, para os fundos de maior alavancagem e de maior especulação, intermediários que, muitas vezes, nem são regulados. Os riscos passaram para um número muito maior de pessoas [os subscritores dos fundos].



João Ermida aqui (a ler todo o artigo)





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