sexta-feira, 12 de abril de 2013

Se não vai pela esquerda, tenta-se ir pela direita

Gaspar já está a tentar corrigir o buraco de 1300 milhões que se lhe abriu na passada sexta-feira.

E a tentativa é esta:
Cortar 600 milhões nos ministérios.

Pergunta:
Conseguirá ele cortar em menos de um ano montantes desta magnitude?

Resposta:
Em despesas correntes tenho muitas dúvidas. Se acaba o papel higiénico ou se as canetas "desaparecem" e não são repostas, parece-me difícil manter as instituições neste modo de operação.

Já as despesas fora do consumo corrente, e certamente alguns pagamentos a fornecedores, aí já me parece que se tentará fazer qualquer coisa. Na minha empresa já estou a levar com a "ripada".

Sinceramente, parece-me muito difícil realizar esta poupança. Até poderá haver adiamento na despesa, mas tal só agravará a necessidade de a realizar em 2014 e por aí fora.
Cortar serviços, extinguir repartições e eliminar postos de trabalho terão sempre uma mediatização pública que exigirá muitas pinças aos membros do governo, qualidade que tem escasseado frequentemente. E com tudo isto, estamos apenas a falar de metade do buraco. Talvez nos impostos que Gaspar espera amealhar com o não corte das pensões e dos subsídios resida a ajuda para se chegar aos 1300 milhões.

2013 será um ano bem mais intenso do que se julgara até há uns meses.
Preparem-se para eventos inesperados/indesejados.

E já agora, quem tem alguma poupança nos bancos, já começou a pensar em retirar qualquer coisa e guardar debaixo do colchão?
Se acharem a ideia disparatada digam para podermos refletir.

Tiago Mestre

5 comentários:

Sérgio disse...

Na confusão do Chipre (que acabou agora de piorar depois de descobrirem que afinal precisam de muito mais dinheiro) foi dito penso que pela Merkel que o fundo de garantia dos depósitos até 100 mil eur era assegurado pelo estado que estado ele próprio falido de pouco ou nada vale. Depois claro vieram por água na fervura e garantir que não havia confisco, mas a verdade foi dita e é real, faz todo o sentido pensar num depósito bancário mesmo de pequena quantia, como um investimento com risco!
Quando se quer preservar um pouco de trabalho árduo de que nos privamos de usufruir agora para ser usado no futuro (poupanças), penso ser muito sensato diversificar os "veículos" que escolhemos, um depósito, mesmo com risco poderá ser um deles mas não deverá ser o único, uma parte no colchão não é nada disparatado com juros tão baixos, outra parte numas moedinhas "amarelinhas" ou "prateadas" também faz sentido, enfim, diversificação para proteger o pouco que sobra contra ainda mais confisco e contra o ódio ignorante da esquerda pelo "capital".
Acrescento ainda que um "investimento" numa despensa ampliada e bem provida é inteligente. No Chipre uma das preocupações era ter algum dinheiro para comprar comida, se a despensa tivesse uma boa reserva pelo menos esse problema não era grave, além disso nem é preciso muito para esse problema se colocar, basta uma greve de camionistas durante alguns dias e as prateleiras de supermercados ficam vazias num piscar de olhos.
Este ano parece-me que não vai ser fácil... esperemos que assim não seja.

vazelios disse...

A minha pergunta é: E se Gaspar o conseguir, em meio ano, porque não o fez em 2 anos?

Vivendi disse...

O dinheiro dos bancos estamos a falar apenas de dinheiro virtual que a economia real nunca conseguirá cobrir quando houver uma quebra de confiança sistémica.

doorstep disse...

E o Tiago Mestre (vitima!), acha que atrasar pagamentos a fornecedores é "poupança"???

Ou será uma manifestção exótica do sindroma de Estocolmo?

A propósito: quem inaugurou essa modalidade de "poupança estatal" em Portugal foi... o orago Medina Carreira! E nesses tempos... fui eu vitima...

8-)))))

Tiago Mestre disse...

Caro doorstep, em relação ao pagamento a fornecedores, é CLARO que não gosto nem concordo. E muito menos se pode considerar Poupança.

Mas esta não é uma questão de opinião, mas antes uma questão de facto.
Quando não há dinheiro e os dirigentes são fracos em carácter, é com os fornecedores que começam a falhar, sem explicar nem referir porque estão a fazê-lo. Simplesmente fazem-no.

Eu apenas tento compreender a realidade tal e qual como ela é, e não como eu gostaria que ela fosse.