(via António Maria)
O medo de deflação é irracional e infundado, segundo a Escola Austríaca. Baixar os juros e aumentar mais ainda a emissão de moeda e portanto a massa monetária é o que está em curso tanto nos EUA, como na UE, como na... China - supostamente para afastar o demónio da deflação. Mas todos queremos pagar menos, e não mais! Ou seja, a aposta dos bancos centrais (e do PS, e do Bloco de Esquerda!!!) vai sempre para a inflação. Ora como o emprego não cresce e o desemprego aumenta, esta inflação estimulada pelos bancos centrais só pode ser uma receita para o desastre: expropriação generalizada das classes médias através da apropriação das suas poupanças e rendimentos pelo efeito óbvio da redução das taxas de juro para valores negativos (sim, negativos...) combinada, ao mesmo tempo, com a destruição do crédito à economia produtiva (o que eufemisticamente os banqueiros centrais chamam 'mecanismos de transmissão monetária'). Ou seja, os rendimentos de capital caiem, os rendimentos do trabalho caiem, mas os preços das matérias primas, da energia e os impostos continuam a subir, tal como o preço a pagar pelas dívidas soberanas que não param de crescer, alimentadas pela criação imparável de massa monetária fictícia, i.e. da dívida. Quando o tótó Seguro pede mais tempo e menos juros esquece, porque na realidade não sabe, e apenas repete o que o economista cor-de-rosa de turno lhe diz, que é precisamente isso que tem sido feito desde que o BCE entendeu que o problema financeiro da UE deixara de ser um problema circunscrito à periferia e se deslocou para o coração do... euro! Enquanto não deixarmos cair os bancos, e sobretudo não tratarmos da saúde aos especuladores e aos rendeiros sistémicos do capitalismo burocrático, a alternativa é a continuada destruição das classes médias, o empobrecimento geral das economias, a desagregação social dos países e o perigo de novas guerras e revoluções. Só que desta vez o sangue correrá sem prémio no fim.
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