sábado, 31 de maio de 2014
A Queda do Socialismo na Europa
(via Corta-Fitas)
por José Mendonça da Cruz
A nossa comunicação social distraiu-se do país e do governo para centrar-se numa espuma mais próxima dos seus «afectos»: a celebração e condução ao trono do novo herdeiro, o salvador das suas preferências e deleite. Quando, por momentos, a nossa comunicação social olha a Europa, entoa em coro as mesmas banalidades politicamente correctas que a impedem de identificar acontecimentos e tendências. Diz que a Europa está em risco, vê eurocépticos e neonazis em todo o lado.
O que a nossa comunicação social não vê, é o mais importante: o consistente declínio dos socialistas. O Partido Popular Europeu perdeu deputados, tal como os perdeu o grupo socialista S&D (curiosa sigla), mas no Parlamento Europeu saído das eleições de 25 de Maio o centro-direita e a direita (conservadores, democratas-cristãos, liberais) têm a maioria absoluta.
O declínio do socialismo começou há anos e a sua passagem ao caixote de lixo da história é uma tendência consistente. Desde 2008 que os socialistas europeus esperaram em vão amealhar à conta de uma crise do capitalismo. O que os eleitores lhes disseram, em vez disso, foi que uma crise do capitalismo, da economia de mercado - da liberdade, em suma - se cura com capitalismo melhor, mais mercado na economia e a preservação da liberdade. Espanha, Irlanda, Alemanha, e a maioria dos países de Leste (mais lembrados dessa face totalitária do socialismo que ainda encanta 10% de portugueses) fortaleceram a vitória conservadora na Europa. Na França que tanto alimentou as bibliotecas e as pulsões jacobinas da nossa esquerda, o PC desapareceu há muito e os socialistas foram reduzidos a uns piedosos 14%. Bem pregou Manuel Valls, o socialista-não-socialista convocado por Hollande em desespero, que o PSF devia retirar «socialiste» do nome, porque o conceito é «arcaico», que o PSF devia deixar de ser de esquerda, que é «utópica» e «pomposa», que a economia de mercado e a globalização são um «adquirido civilizacional». Nem assim. E, no entanto, o programa de governo de Valls (os cortes de despesa e de IRC, a revisão das leis laborais, a aposta no investimento privado) faria vomitar o PS português. Como o faria vomitar o programa do Partito Democratico italiano de modernização da economia e as propostas de Matteo Renzi, outro socialista-não-socialista, líder do único partido europeu de centro-esquerda que pode gabar-se de uma vitória de 40%.
... e em Portugal, com o devido atraso
Em Portugal, os eleitores hesitam: ao fim de 3 anos de cortes e austeridade resultantes da má gestão socialista, 31% de 35% de eleitores deram ao PS uma «vitória de Pirro» (para quê contradizer Soares sobre o tema?) que o PS comemorou com uma guerra intestina. O PS analisou os resultados e, embora proclame para consumo externo que a direita teve uma «derrota estrondosa», que sofreu uma «hecatombe», para dentro tem a alarmada consciência de que é a aliança PSD/CDS que governa, e que a governação dá muitas oportunidades (a quem tenha a vontade e a competência para as aproveitar) de captivar muito da indiferença e do protesto da abstenção, e muito da irritação virtuosa do voto Marinho Pinto. É certo que há muito por fazer na reforma da administração pública, no emagrecimento do Estado, na desarticulação dos interesses instalados, no saneamento da burocracia, na reformulação de um fisco voraz e abusivo, na reforma da nossa caricatura de justiça. Mas os indicadores económicos começam a indiciar sucessos na política económica e financeira, e um rigor na gestão de dinheiros públicos que andava esquecido há muito. Acresce que muitas das medidas do executivo (o Banco de Fomento, a maior responsabilização no recurso a fundos comunitários, a prioridade ao investimento em portos e ferrovia, a promessa do licenciamento zero, a promessa de um Simplex a sério) são coerentes e apontam para as empresas, as exportações e a iniciativa privada. Apontam, em suma, para um país moderno, que não pode ser socialista.
O PS finge que não sabe -mas sente - que o seu ideário do séc. XX é estranho e choca de frente com o mundo do séc. XXI. Os socialistas portugueses iludem a questão falando de «políticas de crescimento» e «políticas para as pessoas», chavões sem sentido porque não há dinheiro para pagá-los. Pior, essas políticas foram tentadas por Sócrates, com o investimento público irresponsável que levou o país ao resgate de emergência e à austeridade. Ou seja, verificámos dolorosamente que essas políticas não conseguiram crescimento e prejudicaram gravemente os portugueses.
Margaret Thatcher foi cruel ao dizer que o socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros. A «solidariedade», outro chavão socialista para referir o dinheiro dos outros, também não virá da Europa. Não virá da Europa, sobretudo, nessa acepção de dinheiro a fundo perdido para ser gasto por quem não produz. Na Europa saída das eleições de 25 de Maio as políticas perdulárias não têm hipótese nenhuma. Não têm hipótese os sonhos excêntricos de reestruturação da dívida, e não teriam hipótese se alguém as levasse a sério as 80 irresponsáveis propostas de cortar receita e aumentar despesa.
Uma política má continua a ser má - mesmo com mais aptidões de salão e (ainda) melhor imprensa
Mas se a Europa não autoriza ilusões e fantasias, se o tratado orçamental está assinado por antigos e actuais partidos de governo, não resulta bastante indiferente que em São Bento esteja este governo ou um governo socialista? Em desespero de causa, a comunicação social cor-de-rosa e alguma inteligência mais complacente tentam fazer passar esta mensagem. É uma mensagem falsa e perigosa.
Ao PS falta, primeiro, pessoal técnico de excelência. Vale a pena fulanizar um pouco e pensar o que seria preferível. Seria preferível ter ao leme das Finanças a secura de Vítor Gaspar, ou um Campos e Cunha que se retiraria ao primeiro anúncio de gastos criminosos? Seria preferível ter nas Finanças a segurança de Maria Luís Albuquerque, ou outro independente disposto a ser o pior ministro da Europa até à superveniência do 2º resgate? Seria preferível entregar a gestão do crédito público a João Moreira Rato ou a João Galamba? A Economia está bem nas mãos de Pires de Lima, ou estaria melhor nas de Eurico Brilhante Dias? A Saúde estaria melhor com Paulo Macedo ou com Carlos Zorrinho? O PS não tem bons quadros (o PS lamenta isso mesmo, internamente).
Mas não é indispensável fulanizar. É necessário, acima de tudo, constatar que os socialistas estão sem ideário crível, não têm políticas originais nem boas, só antigas e perniciosas. A direita precisa de insistir no facto de que a gestão socialista já deu provas bastantes de incompetência; que é a direita, e não a esquerda, que está aggiornata com a economia de mercado e o mundo globalizado de hoje - são o seu mundo; que é a direita, e não a esquerda, que tem as aptidões de gestão para dar sustentabilidade ao Estado Social, que, aliás, a esquerda arruinou. A comunicação social cor de rosa diz-nos que o putativo novo líder do PS, António Costa, é o messias e traria um novo mundo. Sempre nos disse, aliás, que Costa foi «o melhor ministro da Administração Interna da democracia» (e Cravinho «o campeão do combate à corrupção» - outra boa graça), embora nunca nos tenha explicado porquê. Mas Costa seria mais do mesmo. O socialismo não é solução, nem progresso. O socialismo é passado.
Há dois programas políticos bem próximos bem ilustrativos do que é uma governação socialista.
O primeiro, é de autoria de Sócrates. Com o seu enorme dinamismo, Sócrates investiu muito dinheiro dos contribuintes nas energias renováveis. A vontade de ir contra o mercado, a mania dos mundos novos, as proclamações de «modernidade», conduziram a um sistema que, por um lado, proporciona às empresas aliciadas lucros perenes e inexplicáveis, e, por outro, submete os consumidores às mais altas tarifas da Europa e a regras segundo as quais têm que pagar mais quando gastam menos.
O segundo exemplo, é o que António Costa se propõe fazer para «rentabilizar» a Carris e o Metro. Para os socialistas, não existem empresas deficitárias, existem apenas oportunidades de engenharia financeira. E, assim, Costa propõe-se entregar a Carris e Metro contribuições da Emel; mais o monopólio e as receitas dos outdoors de Lisboa, restritos a estações e material circulante; mais uma parcela do IMI dos prédios com acesso privilegiado a transportes; mais uma parcela das receitas do imposto sobre produtos petrolíferos. Este projecto de roda de dinheiros é inteiramente artificial, é estranho à economia, promete burocracia e confusão, dispensa toda a prudência na gestão dos transportes públicos e garante uma enorme opacidade no escrutínio dos gastos públicos.
A primeira política - a de Sócrates - e a outra - a de Costa - têm três coisas em comum: são medularmente socialistas, absolutamente ruinosas, e de uma irresponsabilidade ululante. É obrigatório pensar que são ululantemente irresponsáveis. Porque se, por absurdo, não fossem ululantemente irresponsáveis seriam outra coisa muito feia.
E não vale a pena pintar de papão a Europa
A esquerda imaginou-se num pedestal de virtudes políticas, sociais e culturais, e essa ilusão mantem-na. Sendo assim, a perda de terreno na Europa atribui-a a forças obscuras de neonazis, xenófobos, racistas, inimigos da Europa e da democracia, e extremistas (só os de direita, claro), sustentadas pela ignorância dos povos que o socialismo já não ilumina. Mas não é nada disso. São apenas terrores exagerados, sustos que têm sempre boa imprensa. O que entrou no Parlamento Europeu, sob forma de novos membros excêntricos ou desalinhados, foi uma série de avisos por parte dos eleitores da Europa: o aviso de que há muita gente farta dos passos dados em frente sem audição dos eleitorados nacionais; o aviso de que há muita gente farta do relativismo cultural que põe os valores europeus a par com práticas da barbárie; o aviso de que há muita gente farta da imigração que não só recusa a integração como pratica a hostilidade; o aviso de que há muita gente farta de políticas fracturantes que desarticulam as famílias, envelhecem as sociedades e empobrecem os países; o aviso de que há muita gente farta das estranhas disposições impostas por burocratas longínquos; o aviso de que há muitos que se sentem nacionais primeiro, e europeus só depois. Pode haver, de facto, gente retrógrada, xenófobos, proteccionistas. Mas não são monstros, nem fantasmas. São só vontades expressas democraticamente e que exigem respostas políticas. Nenhuma delas é de esquerda.
A luta continua
O aprofundamento da crise económico em Portugal acentua o descontentamento: 90 mil pessoas reuniram-se ontem à noite num monte da capital, uma táctica que retomaram do movimento operário no século XIX e princípio do século XX. Apesar da reunião com pedras rolantes, a concentração foi pacífica e mostrou o inequívoco sentido de solidariedade dos portugueses, tendo cada participante doado 60 euros para a organização da forma de luta e contribuído significativamente para a luta contra a fome e principalmente contra a sede.
Eduardo Cintra Torres
Eduardo Cintra Torres
Padre Vieira, o libertário
O ser humano, segundo Frederic Bastiat em A lei, necessita da liberdade e da propriedade
para transformar o potencial da natureza em coisas utilizáveis. Se a lei se volta contra esses dois direitos, deixa de ser lei para se converter em espoliação legalizada, que o economista Ludwig von Mises, em As seis lições, classificou como a ação nefasta do Estado para expropriar o indivíduo por meio de tributos, subsídios e outras medidas protecionistas.
O Sermão do bom ladrão, do Padre Antônio Vieira, reproduzido há três dias neste site, antecipa em dois séculos o ataque de Bastiat contra a intervenção dos poderes na vida da sociedade por meio da espoliação dos rendimentos e da propriedade.
"(…) os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam."
Vieira desenvolve a retórica do argumento de forma a criticar o comportamento dos reis sem atacá-los diretamente, mas mencionando-os 126 vezes, enquanto o ladrão é referido em 67 ocasiões. Os alvos nominalmente citados são os indivíduos escolhidos pelos reis para exercer determinadas funções e que roubam no desempenho de suas atividades. A nuance é interessante porque Vieira faz parecer que converte os reis em vítimas dos ladrões para nessa construção lógica demonstrar toda a responsabilidade e vilania dos monarcas sem se por em risco de perseguição.
“(…) quão honrados e autorizados sejam os ladrões de que falo, estes são os que disse e digo que levam consigo os reis ao inferno. Que eles fossem lá sós, e o diabo os levasse a eles, seja muito na má hora, pois assim o querem; mas que hajam de levar consigo os reis é uma dor que se não pode sofrer, e por isso nem calar.”
Ao identificar o bom ladrão logo no título como uma brincadeira elucidativa para pontuar a divisão do criminoso em duas categorias (bom ladrão e mau ladrão), Vieira vai além da descrição dos modos de roubo para sugerir que aquele que roubou ou deixou roubar, os responsáveis pelo crime por ação e omissão, restituam o produto do crime. Citando Santo Tomás, escreve:
“Aquele que tem obrigação de impedir que se não furte, se o não impediu, fica obrigado a restituir o que se furtou. E até os príncipes, que por sua culpa deixarem crescer os ladrões, são obrigados à restituição, porquanto as rendas, com que os povos os servem e assistem, são como estipêndios instituídos e consignados por eles, para que os príncipes os guardem e mantenham em justiça. (…) E se nesta obrigação de restituir incorrem os príncipes pelos furtos que cometem os ladrões casuais e involuntários, que será pelos que eles mesmos, e por própria eleição, armaram de jurisdições e poderes, com que roubam os mesmos povos? A tenção dos príncipes não é nem pode ser essa; mas basta que esses oficiais, ou de Guerra, ou de Fazenda, ou de Justiça, que cometem os roubos, sejam eleições e feituras suas, para que os príncipes hajam de pagar o que eles fizeram.”
É notável que o jesuíta ilustre seu argumento usando Deus como exemplo, sendo Deus o Todo-Poderoso, portanto, a expressão máxima de toda a bondade e justiça. Deus, assim, pela responsabilidade de ter eleito Adão para habitar o Paraíso, e dado a ele um ofício, foi responsável pelo furto da maçã. Mas Deus assumiu a culpa pelo furto para “dar este exemplo e documento aos príncipes, e porque não convém que fique no mundo tão má e perniciosa consequência, como seria, se os príncipes se persuadissem em algum caso que não eram obrigados a pagar e satisfazer o que seus ministros roubassem.”
Imaginemos, tentemos imaginar, que haja um governante bem intencionado. Faz parte da máquina administrativa do Estado a intervenção na vida e na propriedade por meio do imposto de renda (sou punido por trabalhar), do IPVA (sou punido por trabalhar e adquirir um carro), do IPTU (sou punido por trabalhar e ser proprietário de um imóvel), do IPI (sou punido por trabalhar e comprar um produto estrangeiro ou nacional que contenha equipamentos ou produtos de outros países). A lista é longa e pode ser preenchida ao desgosto do leitor. E se existisse um governante bem intencionado o trabalho dele seria eliminar grande parte da sua atividade caso não quisesse carregar nos ombros o título de ladrão. Os exemplos de Vieira são os da sua época, mas que em nada se alteram na parte substantiva se cotejados com os de hoje.
Foi no “Sermão do bom ladrão” que Vieira forjou um dos mais notáveis trechos da literatura política:
“(os governadores das províncias na Índia) Conjugam por todos os modos o verbo rapio, porque furtam por todos os modos da arte, não falando em outros novos e esquisitos, que não conheceu Donato nem Despautério. Tanto que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira informação que pedem aos práticos é que lhes apontem e mostrem os caminhos por onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o mero e misto império, todo ele aplicam despoticamente às execuções da rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quanto lhes mandam, e, para que mandem todos, os que não mandam não são aceitos. Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem e, gabando as coisas desejadas aos donos delas, por cortesia, sem vontade, as fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito, e basta só que ajuntem a sua graça, para serem quando menos meeiros na ganância. Furtam pelo modo potencial, porque, sem pretexto nem cerimônia, usam de potência. Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem, e estes compram as permissões. Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem o fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Estes mesmos modos conjugam por todas as pessoas, porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados, e as terceiras quantas para isso têm indústria e consciência. Furtam juntamente por todos os tempos, porque do presente — que é o seu tempo — colhem quanto dá de si o triênio; e para incluírem no presente o pretérito e futuro, do pretérito desenterram crimes, de que vendem os perdões, e dívidas esquecidas, de que se pagam inteiramente, e do futuro empenham as rendas e antecipam os contratos, com que tudo o caído e não caído lhes vem a cair nas mãos. Finalmente, nos mesmos tempos, não lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, plus quam perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse. Em suma, que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz ativa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles, como se tiveram feito grandes serviços, tornam carregados de despojos e ricos, e elas ficam roubadas e consumidas.”
Se pode parecer um tanto quanto forçado, como fiz no título, identificar Vieira como libertário é um tanto quanto penoso verificar a manutenção de um comportamento no exercício do poder.
“(…) porque há príncipes que correm com os ladrões e concorrem com eles. Correm com eles, porque os admitem à sua familiaridade e graça, e concorrem com eles, porque, dando-lhes autoridade e jurisdições, concorrem para o que eles furtam. E a maior circunstância desta gravíssima culpa consiste no Si videbas. Se estes ladrões foram ocultos, e o que corre e concorre com eles não os conhecera, alguma desculpa tinha; mas se eles são ladrões públicos e conhecidos, se roubam sem rebuço e à cara descoberta, se todos os vêem roubar, e o mesmo que os consente e apóia o está vendo: Si videbas furem, que desculpa pode ter diante de Deus e do mundo?”
Bruno Garschagen
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Dos estados inteiramente livres
« Uma fotografia que fez escândalo em 1930: um camião carregado de ouro estacionava à porta do Banco de Portugal. O Mundo tinha saído há [i.é havia] pouco do craque da Bolsa de Nova Iorque, a inflacção (sic) na Alemanha alcançava índices de 300%. A fome rondava o Mundo inteiro. Em menos de um ano, porém, Salazar tinha conseguido libertar Portugal da maior parte da sua dívida externa -- e entesourava. O ouro foi, então, a única reserva digna de confiança. Rapidamente Portugal ía-se (sic) libertando de todas as dependências financeiras. O Ministro das Finanças considerava que um Estado só se pode considerar inteiramente livre se não tiver de recorrer ao auxílio externo [...]
Manuel Maria Múrias (intr e coord.), Salazar; Edição do Centenário, Referendo, Lisboa, 1989, p. 26.
publicado aqui
terça-feira, 27 de maio de 2014
O papel de bonzo
(Via Corta-Fitas)
Seguro foi caminhando alegre e inconscientemente no caminho que os seus camaradas lhe prepararam. Em condições normais, seria de meter dó e até teria pena do sujeito. Mas como ele criou uma realidade fantasiosa nos últimos três anos, e que sempre critiquei, agora não me incomoda nada que o país das maravilhas em que ele se deixou viver o tenha confundido até mesmo à porta de casa, ao vizinho do lado. Fez a sua caminha e meteu lá quem quis, não venha agora queixar-se de que cheira mal.
Os camaradas vão correr com ele, rapidamente e em força. Das trincheiras de Seguro ouvem-se ainda, aqui e ali, alguns disparos para o ar, mas sem convicção, pontaria e inúteis contra carga pesada: José Lello já fez saber que no PS andavam sedentos de mudança. Quantos? “Milhares”, responde ele do alto daquela superioridade moral socialista, tão pior quando se abate sobre os seus. Os críticos saem da toca aos magotes e armados até aos dentes. A indefesa Maria de Belém Roseira estremece na voz e diz que não fala mais. Assis anseia pelo voo para Bruxelas e Silva Pereira já deve estar a bebericar qualquer coisa no bar do aeroporto, rindo-se ao telefone com o seu mentor. A marca de Zorrinho passou a ser, estranhamente, o silêncio. E muitos indecisos em terra de ninguém perscrutam de onde virá o vento e, principalmente, para onde ele irá, enquanto se tentam abrigar dos obuses que vão caindo nesta guerra relâmpago. As empresas de telecomunicações esfregam as mãos e os telefones aquecem.
As tropas de Sócrates vêm aí, sedentas e esfomeadas. Já não conseguiam mais estar quietas. Um bando de animais ferozes, com António Costa à cabeça, Sócrates a fazer de lamparina alumiadora, farol daquela gente, e militares de carreira aventalense e castrense a ulular assustadoramente, lança-se sobre este pobre país e sobre os portugueses sem que nunca antes se tenha arrependido da bancarrota em que nos fez cair aquando da sua última gestão. E provavelmente para tentar repetir a façanha, agora que o esforço dos portugueses juntou umas parcas economias nos cofres que antes os socialistas deixaram vazios. Era fatal como o destino. Só Seguro não viu, entretido a desenhar um programa de governo perfeitamente irreal e a alinhavar o discurso da vitória que antevia. Ou anteviam por ele. Ou mandavam-no antever. Seguro, o tal que se continua a afirmar pronto para governar o país. Alguém devia dizer-lhe, coitado.
O que se segue...
O famoso "aparelho", tão fiel a Seguro, espetar-lhe-á dezenas de facas nas costas, sem ele ter tempo para dizer "também vocêses, brutos?"
Em três meses, Costa manda.
Com o gigantesco apoio que tem nos media, ocupará o tempo e o espaço. Os media adoram chefes mandões. Chamam-lhes "líderes fortes".
As notícias sobre a gestão na câmara e as tentativas de abafar inquéritos serão escondidas: e menorizadas pelos jornalistas amigos.
O seu passado autoritário e de tentativa de controlar os media - nomeadamente quando foi MAI - serão indicadas como pujança de líder.
A sua ligação a Sócrates será teorizada como uma táctica genial para passar incólume estes três anos e para manter a capacidade de "unir o partido".
Com a nova onda nos media e no PS, a pressão para eleições antecipadas aumentará. Cavaco cede um pouco, e antecipa-as para Maio de 2015, para dar tempo ao novo parlamento de aprovar o orçamento de 2016.
Sem maioria absoluta, o PS alia-se a Marinho Pinto (desde há dois meses promovido nos media a "Marinho e Pinto") e/ou a um Bloco em risco de afogamento.
O novo governo terá de cumprir todas as obrigações para com os credores, mas fingirá que está a resistir e a fazer os possíveis, sempre, sempre ao lado do povo. Dará pancadinhas nas costas à troika em privado e pancadas na cabeça em público. A troika agradece. Fim.
Eduardo Cintra Torres
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Resultados
A abstenção ficou nos 66,1%, o resultado que realmente interessa.
A realidade demonstra que a maioria não se revê na União Europeia, os motivos serão vastos e certamente diferentes.
Eu não concordo com a União Europeia, sendo eu partidário do seu desmantelamento, apesar de ser a favor da livre circulação de pessoas, bens e capitais.
Hoje a UE interessa apenas aos políticos, burocratas e aos capitalistas de compadrio.
Mas não deixa de ser cómico ver o PCP, PS e companhia gritar vitória, quando a esmagadora maioria não quis nada com eles.
O PS teve 31,45% dos votos expressos, sendo que apenas votaram 33,9% do total dos eleitores o PS teve apenas 10,662% dos votos do total dos eleitores elegíveis para votar. O PCP apenas 4,271%, e assim sucessivamente para todos os outros partidos.
Fazem uma festa, quando já "ninguém" os consegue aturar.
Daqui se vê que a Democracia, é a ditadura da minoria
Juan Ramón Rallo:
«La socialdemocracia europea se construyó sobre un consenso ideológico profundamente antiliberal, hijo bastardo del pacto silente entre comunistas y fascistas. Sin embargo, la administración de esa socialdemocracia consensuada recayó sobre unas élites presuntamente tecnocráticas que renunciaron a cualquier discurso ideológico en aras del turnismo gubernamental. Ningún partido mayoritario osó jamás disputar las bases de ese consenso, dando la batalla de las ideas y de los valores: al contrario, se limitaron a asimilarlo con el propósito de maximizar sus opciones de acceder y mantenerse en el poder. De hecho, todos aquellos que lo combatían, que pugnaban por plantear un debate más de fondo cuestionando la esencia misma de los valores y las ideas socialdemócratas, eran directamente tildados de antisistema: cuando, en verdad, los mayores antisistema eran aquellos que se obstinaban en blindar un sistema claramente fallido.
A la postre, semejante circo político funcionó mientras la calidad de la gestión socialdemócrata no era cuestionada por el conjunto de la población. Mas en cuanto el pan ha comenzado a escasear, ha bastado con que unas pocas formaciones de inspiración fascista o comunista articularan un discurso mínimamente ideologizado para que la fallida tecnocracia se ponga a tiritar.»
E foi assim...
Em cada 10 pessoas:
- 7 Não votaram;
- 1 Votou no Governo;
- 1 Votou no PS;
- 1 Votou noutra coisa qualquer;
- 1 Votou no Governo;
- 1 Votou no PS;
- 1 Votou noutra coisa qualquer;
Pensa, Barroso, pensa
Está na hora de Barroso e colegas começarem a por em causa a "sua" própria definição de União Europeia.
Tendo os eurocépticos ganho as eleições em Inglaterra e França, e de um modo geral, subido nas intenções de voto de muitos europeus, tal resultado poderia e deveria mexer com as cabecinhas que mandam na Europa e que julgam saber o que é melhor para as vidas de 500 milhões de europeus.
Grande parte dos regimes acaba por colapsar porque as lideranças evitam pôr em causa as suas próprias conceções da realidade e da sociedade que gerem. Não querem ver o que há de mau nem os falhanços da sua administração, levando à criação de novas forças políticas, tendencialmente reacionárias, e a uma polarização ideológica e de discurso.
Nem estão certos os reacionários, que tentam eles próprios polarizar o discurso para se fazerem ouvir e afastam-se da realidade das coisas, nem estão certos os do regime, que tudo fazem para denegrir a oposição reacionária com medo de estarem errados desde o princípio, e enfiando-se na sua redoma de pseudo-verdades absolutas sem querer ver o que se passa lá fora.
A linguagem na imprensa também não anda nada boa, porque estas forças políticas que não concordam com este excesso de integração europeia já são apelidadas de extremistas, extrema-direita, eurocépticos, etc, etc.
Não é bom quando a própria imprensa europeia dá um empurrão na polarização das fações ideológicas. Viram-se uns contra os outros e assim não se resolve nada.
Mas no fundo, no fundo, ganhou quem se está nas tintas para a União Europeia: a abstenção. Só isso deveria preocupar os ideólogos já que o fenómeno não é novo, mas lá está, desde que se vá ganhando, a coisa passa.
Mas no fundo, no fundo, ganhou quem se está nas tintas para a União Europeia: a abstenção. Só isso deveria preocupar os ideólogos já que o fenómeno não é novo, mas lá está, desde que se vá ganhando, a coisa passa.
Era preciso que os ideólogos europeus da atualidade adoptassem aquela postura dos velhos filósofos gregos que viveram antes de Platão e Aristóteles, em que cada enunciado, cada ideia lançada cá para fora era sujeita ao teste da realidade, e a qualquer momento novas ideias poderiam surgir que refutariam ou não o conhecimento adquirido no passado.
Desde Platão que ficámos enamorados pela verdade, usando o conhecimento apenas e só como instrumento para alcançarmos os resultados que pretendemos. Continuando assim a coisa será sempre despótica.
Falta-nos o amor ao conhecimento.
Tiago Mestre
domingo, 25 de maio de 2014
O capitalismo
''O capitalismo é o sistema de organização económica mais vilipendiado, difamado, criticado e caluniado que existe. Todos adoram detestar o livre mercado - de operários a intelectuais, de artistas a sacerdotes, de políticos a empresários. Mas o mais intrigante nessa história toda é que o capitalismo... funciona.
Teorias socialistas e intervencionistas de toda sorte pretendem criar uma narrativa coerente para os males que acometem a civilização, e lidam com símbolos bastante convincentes: "Existem muitos pobres porque alguns são ricos". "Existem patrões porque tantos outros não passam de empregados". "Existem criadores porque muitos fazem o serviço braçal e mecânico".
Nada mais verdadeiro e, paradoxalmente, nada mais falso. A economia não é conta de soma zero. O sistema de livre mercado - de trocas e cooperações voluntárias - é, tão somente, o exercício da liberdade de escolha, de empreendimento, de inovação e diligência a serviço da sociedade humana. O capitalismo produziu muito mais riqueza e prosperidade do que todos os outros regimes que o antecederam, e essa riqueza teve como efeito uma margem ainda maior de liberdade e meios de acção para os mais pobres que, sabemos, inexistente nos países que adoptaram as doutrinas marxistas.''
Gustavo Nogy
sexta-feira, 23 de maio de 2014
As obras de Salazar e o génio português em Moçambique.
(via porta da Loja)
Em 2005 a editora Aletheia publicou um álbum de fotografias da autoria de Carlos Alberto Vieira, fotógrafo nascido em Moçambique, educado no Porto e retornado à sua terra-mãe, em 1945, onde morreu em 1995.
O álbum é dedicado a Lourenço Marques, na época em que os portugueses lá estavam como sendo território nacional, desde o séc. XVI.
As fotos retratam várias décadas, de 1945 a 1975 e mostram o que os portugueses e o regime de Salazar fizeram em Lourenço Marques, hoje Maputo: uma cidade moderna que hoje, com toda a certeza, não evoluiu tanto nos últimos 40 anos como naqueles trinta de "colonialismo".
Estas imagens são a prova que os portugueses foram um povo admirável nessa época. Por que terão deixado de o ser e nos últimos 40 anos andaram ao deus-dará dos empréstimos externos e da caridade internacional, por três vezes?
Alguém responda, mas a verdade entra pelos olhos dentro de quem quiser ver.
Estas imagens mostram de que fibra eram e foram os portugueses dessas décadas e representam também elas um espelho da sua identidade, muito longe da imagem virtual que nos querem impingir aqueles intelectuais de tretas que o Público andou a consultar para escrever um pastelão de meia dúzia de páginas de inanidades.
Esta cidade foi imaginada e construida por portugueses, a par de outras nas então chamadas "províncias ultramarinas", designação agora proibida pelos patrulheiros do politicamente correcto que as conhecem apenas como "colónias".
Tudo isto foi entregue de mão beijada, em 1975, aos autóctones que faziam guerrilha a Portugal e por meia dúzia de portugueses que decidiram agir em nome de todo o povo, sem qualquer consulta e apenas fundados na legitimidade revolucionária.
O génio português aqui espelhado onde pára?
Tudo feito sem recurso a endividamento...
A China é uma grotesca aberração económica
A China é uma grotesca aberração económica, cujo modelo económico adoptado simplesmente não tem semelhança a nenhum outro modelo económico já adoptado por algum outro país em algum momento da história.
A economia chinesa é hoje uma mistura maluca de empreendedorismo de livre mercado, de investimentos subsidiados e dirigidos pelo Banco Central, de mercantilismo keynesiano, e de planeamento central comunista. Trata-se de um acidente monumental que está na iminência de acontecer.
De acordo com dados da US Geological Survey e do Comité Nacional de Estatísticas da China, durante um período de apenas dois anos, 2011 e 2012, o qual representou o ápice da tão aclamada “agressiva política de estímulos” do governo chinês em resposta à recessão do mundo desenvolvido, a China consumiu mais cimento do que os EUA consumiram durante todo o século XX!
Vale repetir: todo o volume de cimento que os EUA gastaram em 100 anos foi o mesmo que a China gastou em apenas dois anos.
O resultado? Cidades completamente vazias.
Quando as construções pararem -- seja porque os preços inflacionados dos imóveis estão caindo ou porque a expansão de crédito não mais será capaz de continuar sustentando a bolha --, a implosão será trovejante.
A produção de cimento pode cair dos actuais 2 biliões de toneladas por ano para meros 500 milhões; o consumo de aço irá despenhar proporcionalmente; frotas industriais de camiões de cimento e de transporte de aço ficarão paradas; a demanda por pneus, por componentes de motores, e por combustível para caminhão irá evaporar; empreendedores que fornecem os serviços que suprem este gigantesco fluxo de cimento e aço irão à bancarrota; e os apartamentos vazios -- ainda chamados de “investimentos” -- em posse de seus proprietários serão inúteis.
E quando essa implosão ocorrer, mais de um bilião de pessoas irá vivenciar em primeira mão como o planeamento central, a expansão do crédito e a inflação monetária produzida por um Banco Central são eficientes em destruir recursos escassos.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Ainda há jornalistas a dar a cara
O artigo de hoje: O prospecto do aumento de capital do BES é um hino aos erros de gestão da banca portuguesa nos últimos 15 anos. Erros que nós, jornalistas, não fomos capazes de investigar e analisar (pese embora algumas excepções: BPN, BPP...). Em vez disso passámos anos a dizer que os bancos portugueses eram muito bem geridos. E mesmo quando começaram a soar os alarmes (1 - denúncia das irregularidades no BCP; 2 - imposição de aumentos de capital pelo Banco Central Europeu; 3- reserva, pela Troika, de 12 mil milhões de euros para recapitalizar os bancos) mantivemos os elogios. Agora, com a divulgação da "situação financeira grave" em que se encontra a Espírito Santo International (pf leia o prospecto do aumento de capital, no site da CMVM(), holding que controla o grupo GES, percebemos a dimensão dos problemas que não denunciámos.
É claro que, face a isto, poderíamos apontar o dedo aos auditores e supervisores da banca, perguntando por que não actuaram mais cedo. Mas é melhor começarmos por nós próprios: jornalistas. Eu, pessoalmente, aproveito para pedir desculpas por não ter feito o meu trabalho...
É claro que, face a isto, poderíamos apontar o dedo aos auditores e supervisores da banca, perguntando por que não actuaram mais cedo. Mas é melhor começarmos por nós próprios: jornalistas. Eu, pessoalmente, aproveito para pedir desculpas por não ter feito o meu trabalho...
A mentalidade socialista
França compra 2000 comboios que não cabem em muitas estações
A empresa estatal SNFC, responsável pelos transportes ferroviários em França, comprou dois mil comboios por cerca de 15 mil milhões de euros. O problema foram 20 centímetros extra de largura, pensados para dar mais conforto aos passageiros, mas que os tornam demasiado grandes para muitas das estações onde têm de passar.
As autoridades estão agora a fazer alterações às plataformas mais antigas, para que estas passem a ter as dimensões necessárias para os novos comboios, que foram comprados às multinacionais canadianas Bombardier e Alstom. A operação de remodelação custará pelo menos 50 milhões de euros.
O povo
"O povo existe, o que é preciso é educá-lo". A educação "da liberdade nunca é uma dádiva graciosa; é sempre uma penosa conquista; e resulta uma quimera abusiva estar-se à espera de que um povo se prepare para o exercício dos seus direitos a fim de só então lhos conceder".
Sampaio Bruno
Sampaio Bruno
Só para contextualizar...
Foi ver novamente os dados do Banco de Portugal (Quadro 1.2) acerca do endividamento da nossa Nação pelos vários setores, e verifica-se que só os particulares é que continuam a desalavancar. Ora vejam:
Dados de Fevereiro de 2014 em €
Administrações Públicas: 245 mil milhões
Empresas Privadas: 306 mil milhões
Particulares: 158 mil milhões
Tudo somado dá: 723 mil milhões
Para um PIB em 2013 de 165 mil milhões, dados do Eurostat, então o rácio de endividamento da Nação ronda os 437% do nosso PIB. No ranking mundial deste rácio, em que lugar estaremos?
E já agora, em 2007, o PIB era de 169 mil milhões para um endividamento total de 568 mil milhões, dando-nos um rácio de 336% do PIB
Estas contas todas para dizer que não acredito que estejamos num ponto de partida que nos possa garantir um novo ciclo de crescimento na nossa economia.
Se a taxa de juro média anual rondar os 5% de todo este bolo de dívida, então todos os anos temos que pagar aos nosso credores 36 mil milhões de euros em juros, ou 20% do nosso PIB.
Ainda é muito dinheiro para a força que a nossa economia tem.
É preciso continuar a baixar o endividamento e os juros, mas com isso vem um preço, que é a exposição da fragilidade da nossa banca já que esta cresceu em demasia na concessão de crédito durante largos anos.
Tiago Mestre
Dados de Fevereiro de 2014 em €
Administrações Públicas: 245 mil milhões
Empresas Privadas: 306 mil milhões
Particulares: 158 mil milhões
Tudo somado dá: 723 mil milhões
Para um PIB em 2013 de 165 mil milhões, dados do Eurostat, então o rácio de endividamento da Nação ronda os 437% do nosso PIB. No ranking mundial deste rácio, em que lugar estaremos?
E já agora, em 2007, o PIB era de 169 mil milhões para um endividamento total de 568 mil milhões, dando-nos um rácio de 336% do PIB
Estas contas todas para dizer que não acredito que estejamos num ponto de partida que nos possa garantir um novo ciclo de crescimento na nossa economia.
Se a taxa de juro média anual rondar os 5% de todo este bolo de dívida, então todos os anos temos que pagar aos nosso credores 36 mil milhões de euros em juros, ou 20% do nosso PIB.
Ainda é muito dinheiro para a força que a nossa economia tem.
É preciso continuar a baixar o endividamento e os juros, mas com isso vem um preço, que é a exposição da fragilidade da nossa banca já que esta cresceu em demasia na concessão de crédito durante largos anos.
Tiago Mestre
quarta-feira, 21 de maio de 2014
terça-feira, 20 de maio de 2014
Desobediência fiscal
Se a corja do regime não for a bem, então há que mobilizar a cidadania para a DESOBEDIÊNCIA FISCAL!
Este regime demo populista, além de arruinado e prepotente, perdeu toda a vergonha.
Se não agirmos depressa e bem, o fascismo fiscal e a expropriação pura e simples dos portugueses por esta corja será uma realidade.
Este regime demo populista, além de arruinado e prepotente, perdeu toda a vergonha.
Se não agirmos depressa e bem, o fascismo fiscal e a expropriação pura e simples dos portugueses por esta corja será uma realidade.
O fim da hegemonia do dólar
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Os oligarcas do regime
"a oligarquia política sobreviveu à maior crise do regime nos últimos trinta anos."
Rui Ramos
A porca da política só sobrevive à custa do seu voto.
Um voto, um farelo, milhares de votos, manjedoura cheia.
Não alimente os animais e eles acabarão a comer-se uns aos outros.
Rui Ramos
A porca da política só sobrevive à custa do seu voto.
Um voto, um farelo, milhares de votos, manjedoura cheia.
Não alimente os animais e eles acabarão a comer-se uns aos outros.
domingo, 18 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
“Democracia: o deus que falhou”
Dado que o homem é como ele é, em todas as sociedades existem pessoas que cobiçam a propriedade de outros. Geralmente, somente alguns poucos indivíduos são incapazes de suprimir com êxito seu desejo pela propriedade alheia, e são tratados como criminosos por seus semelhantes e reprimidos pela ameaça de punição física.
No entanto, quando a entrada no aparato governamental é livre -- como ocorre na democracia --, qualquer um pode expressar abertamente seu desejo pela propriedade alheia. O que antes era considerado imoral e era adequadamente suprimido, agora passa a ser considerado um sentimento legítimo.
Todos agora podem cobiçar abertamente a propriedade de outros em nome da democracia; e todos podem agir de acordo com esse desejo pela propriedade alheia, desde que ele já tenha conseguido entrar no governo. Assim, em uma democracia, qualquer um pode legalmente se tornar uma ameaça.
Consequentemente, sob condições democráticas, o popular -- embora imoral e anti-social -- desejo pela propriedade de outro homem é sistematicamente fortalecido. Toda e qualquer exigência passa a ser legítima, desde que seja proclamada publicamente. Tudo pode ser dito e reivindicado, e tudo passa a ser de todos. Nem mesmo o mais aparentemente seguro direito de propriedade está isento das demandas redistributivas.
Pior: em decorrência da existência de eleições em massa, aqueles membros da sociedade com pouca ou nenhuma inibição em relação ao confisco da propriedade de terceiros -- ou seja, amorais vulgares e eficientes demagogos -- terão as maiores chances de entrar no aparato governamental e ascender até o topo da linha de comando. Daí, uma situação ruim se torna ainda pior.
A seleção de regentes governamentais por meio de eleições populares faz com que seja praticamente impossível uma pessoa boa ou inofensiva chegar ao topo da linha de comando. Políticos são escolhidos em decorrência de sua comprovada eficiência em serem demagogos moralmente desinibidos. Assim, a democracia virtualmente garante que somente os maus e perigosos cheguem ao topo do governo.
Nesse cenário, as pessoas passam a desenvolver a habilidade de mobilizar apoio público em favor de suas próprias posições e opiniões, utilizando-se de artifícios como demagogia, poder de persuasão retórica, promessas, esmolas e ameaças. Quanto mais alto você olhar para uma hierarquia estatal, mais você encontrará pessoas excessivamente incompetentes para fazer o trabalho que supostamente deveriam fazer.
Algo nunca visto no tempo do fassismo
Funcionários do fisco recebem 5% das cobranças coercivas
o seu voto » sociopata no poder » fascismo fiscal » o seu bolso vazio
quarta-feira, 14 de maio de 2014
A copa no Brasil é uma festa! III
Bandidos disparam fuzis em comemoração durante torneio amador de futebol em comunidade do Rio
Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/bandidos-disparam-fuzis-em-comemoracao-durante-torneio-amador-de-futebol-em-comunidade-do-rio-assista-12479648.html#ixzz31jSZaasz
O capitalismo de estado
Se tem uma coisa que empresário gosta é sair do mar revolto do mercado e boiar na piscina morna da proteção estatal. As opções do cardápio são várias: formar um cartel legal, ganhar um monopólio, assegurar uma verba, um crédito subsidiado, prestar serviços ao Estado, veicular publicidade estatal, formar comitês para regular o setor, proibir a concorrência, fechar as fronteiras ao produto estrangeiro, passar políticas de preço mínimo, ser salvo da falência no último minuto, e tantas outras quanto a imaginação dos políticos permitir.
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terça-feira, 13 de maio de 2014
Democracia às 3 pancadas
Ele é musculado, sexista e não hesita em recorrer à violência para cumprir a sua missão: convencer os jovens dinamarqueses a votarem nas próximas eleições europeias, no dia 25 de maio.
PS com maioria?
Assis foi o eurodeputado que mais faltou e menos produziu
E viva a democracia! No final os vigaristas sempre ganham.
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