Suponha que um pai, desde a mais tenra idade de seus filhos, ensine-lhes a gastar tudo e até mais do que ganharem; incuta em suas cabeças que o hábito de poupar é um vício abominável; recomende-lhes que contrair dívidas é uma virtude louvável; quando estiver à beira da morte, os chame e lhes diga que deixa para eles um enorme buraco financeiro; e que, além disso, ainda lhes prescreva que façam o mesmo com seus próprios filhos, esforçando-se, quando ficarem idosos, por deixar-lhes débitos maiores do que os que receberam como herança, empurrando-a sucessivamente para filhos, netos, bisnetos e todas as gerações futuras. Certamente, um sujeito assim seria imediatamente tachado como irresponsável, perdulário, dissipador, esbanjador, gastador; extravagante e estróina. Em termos morais, um péssimo exemplo para os filhos.
Entretanto, o que pouca gente percebe — inclusive a quase totalidade dos economistas — é que o keynesianismo nada mais é do que uma defesa pretensamente "científica" do comportamento do pai hipotético do parágrafo anterior! Mais ainda, que os vícios desse pai não são, do ponto de vista coletivo, vícios, mas virtudes; e que as virtudes individuais, tais como a frugalidade, a modéstia, a poupança, a parcimônia, a boa administração dos bens e o trabalho duro, quando considerados do ponto de vista da sociedade, não são virtudes, mas vícios execráveis, verdadeiros pecados mortais.
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