Falta baixar os impostos na mesma proporção com que aumentaram durante estes três anos, e mais alguma coisa, fruto dos aumentos sucessivos desde há 30 ou 40 anos.
Falta baixar a despesa para um valor que esteja equilibrado com o da receita, que pelos vistos teima em se manter na ordem dos 75-76 mil milhões de euros.
Falta obter superavit orçamental, incluindo a despesa dos 9 mil milhões de euros em juros que pagamos anualmente.
Depois de tudo isto é que teremos a dívida a baixar e os impostos a deixarem o pessoal respirar. Até lá, a dívida e os juros continuarão a subir sem fim à vista. Está tudo a apostar no crescimento da economia para "salvar" o dia.
Se olharmos do ponto de vista da troika, que o que quis foi forçar o país a reformar-se para mostrar aos credores que era possível fazê-lo, lá isso conseguiu: as taxas de juros baixaram fruto da confiança gerada, logo Portugal poderá ir pagando o dinheiro que a troika emprestou, financiando-se alegremente nos mercados de dívida daqui para a frente.
No ponto de vista do português, trabalhador esforçado, honesto e que até tem jeito para os negócios, é-lhe confiscado entre 40 a 70% dos seus rendimentos, consoante os valores que apresenta. Sobra pouco dinheiro e pouca vontade para investir e regenerar a nossa economia.
Portanto, com ou sem programa cautelar, o trabalho de casa está incompleto.
Tiago Mestre
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