A vida “no” capitalismo traz a falsa impressão de ter perdido o seu valor quando se valoriza mais o dinheiro e a posse do que as pessoas. É aquela velha ladainha que propiciou muitos autores de auto-ajuda facturarem uma baita grana: “hoje se valoriza só o ‘ter’ e não o ‘ser’”. No entanto, os críticos não percebem que a economia de mercado não é a causa dessa desvalorização. A “coisificação” do homem, para usar expressão já bem popular, não vem “do” -- embora aconteça “no” -- capitalismo. Se as pessoas supostamente se realizam nessa busca desenfreada pelo consumo, o capitalismo seria só o meio em que isso se dá e não a “fonte”. Esse “consumo ostentação” não pode ter como fonte o “ambiente económico”, pois isso é só o meio. O problema mesmo está num princípio antropológico muito mais sério: a miséria humana, o tédio, o medo da morte e a completa falta de sentido. Como diria Platão, o desejo humano é um saco sem fundo e o homem não é a própria medida.
Francisco Ratzo
1 comentário:
Um Estado apenas regulador defendem uns quantos... :)
É bem bom para se sacarem uns biliões e triliões (vejam os "pseudo"activos que o DBank detém... se aquilo bem abaixo, ai Jesus!)
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