À parte do confronto ideológico em que Peter Schiff se costuma envolver com quem o desafia, John Mauldin conseguiu espetar a sua "stickada" antes de Peter Schiff reagir, e é nestes raros momentos que conseguimos vislumbrar o que se vai falando nos corredores do poder político um pouco por todo o mundo.
John Mauldin "ensina-nos" que bastaria ao governo de Obama reduzir o défice para 400 biliões, e tudo correria sobre rodas, desde que:
- O crescimento da economia americana ande por valores acima de 2%
- O mundo continue a acreditar no dólar
- E assim Ben Bernanke poderá continuar a imprimir triliões de dólares sem problemas de excesso de expansão monetária.
Isto faz-me lembrar aquelas claúsulas em letras muito pequeninas que pouca gente lê nos contratos. Tudo será maravilhoso, desde que se cumpram uma data de coisas que ninguém está preparado para o fazer.
John Mauldin, segundo o próprio, confraterniza com as elites republicanas e democratas, "elucidando-as" certamente do poder infinito que lhes é conferido pelos votantes e pelas instituições que delas dependem. O seu jeito de falar bem expressivo e pouco pragmático deve fazer as delícias lá da casa.
E é justamente este tipo de economistas que cedem à demagogia, super-positivistas e com a esperança sempre em red-line, que acalentam a mente ignorante de muitos Congressman, como Boehner e outros certamente.
Só é preciso baixar o défice de 1,3 triliões para 400 biliões, e já agora, sem recorrer a cortes de despesa. Convêm que seja pela redução do aumento de despesa já previsto e pelo aumento das receitas, via aumento do PIB, via estímulos estatais, federais e do Criador de serviço: Ben Bernanke.
A apologia de cortar despesa é, neste contexto, um autêntico disparate, porque como se sabe que trará efeitos recessivos e desespero aos eleitores, ninguém quer pegar no instrumento. O Cortador de Despesa está trancado em Guantánamo e só é chamado quando há audiência, sempre para referir as consequências nefastas que provoca na sociedade caso se ligue à eletricidade.
É isso, só pode.
Tiago Mestre
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