A comunicação social e os opinion makers de serviço têm sido impiedosos para com o movimento dos reformados indignados, liderado por Filipe Pinhal, ex-administrador do BCP.
O homem não deve ser nenhum santo, não confio nele nem um bocadinho, como não confio nos seus ex-colegas líderes do BCP.
Jardim Gonçalves, apesar de ser engenheiro, vê-se logo que só gosta de destruir para construir à sua maneira, e pelo meio enriquecer obscenamente.
Paulo Teixeira Pinto, com aquele ar de santinho Opus Dei é outro. Dedica-se às artes e assumiu a Guimarães Editores depois da "guerra" pelo poder do BCP.
Filipe Pinhal tem pinta de rústico e parece que vem de baixo, tendo eventualmente subido a pulso na instituição.
Sei que estou a ser injusto ao fazer juízos de valor sobre estas pessoas, já que não conheço nenhuma delas, mas caramba, o assassínio público que estão a fazer na praça pública ao Sr. Filipe parece-me exagerado.
O Homem auferia realmente uma grande reforma, mas também descontou obscenamente para ela durante anos, segundo a fórmula que os governos aplicavam. Não fez nada demais. E se um reformado "normal" vê o seu ordenado cortado em 10% e tem direito a indignar-se, porque não terá um reformado rico direito a indignar-se se lhe cortam 50, 60 ou 90% o ordenado?
Tem tanto direito como qualquer outro cidadão.
Aahh, mas este senhor contribuiu para que o país esteja como está!... ouvi eu há uns dias.
Bom, se cometeu crime ou foi cúmplice, que se investigue e se tente provar, mas sonegar-lhe a liberdade só porque achamos que ele como cidadão e trabalhador não teve a conduta correta, bom então aí todos nós teríamos motivos para sonegar a liberdade a quem quer que seja, porque há sempre forma de arranjar "delitos" que o próximo tenha cometido.
No programa de ontem da RTP1, "Termómetro Político", os 3 opinion makers afinaram pelo mesmo diapasão, tendo mesmo um deles referido que Filipe Pinhal deu um tiro no pé ao querer mostrar-se desta forma e neste momento. O seu movimento teve muito a perder com esta sua atitude.
Ou seja, também temos os opinion makers a avaliar os méritos e defeitos da estratégia do movimento liderado pelo Sr. Pinhal. Já agora também o poderiam aconselhar quando é que deveria ir à televisão, quando é que deveria estar calado, quando é que deveria postar no Facebook, etc, etc.
Quando alguém de que não gostamos ganha protagonismo, não conseguimos evitar pensar raios e coriscos do mesmo, atropelando até os direitos e liberdades da pessoa; mas quando é a nós que nos acontece, achamos um escândalo e uma injustiça e queremos que o Estado nos ajude a processar o criminoso que nos acusou.
O homem tem o direito a fazer aquilo que está a fazer. As reformas mais elevadas estão ser cortadas a uma escala MUITÍSSIMO superior às restantes, e a malta ainda acha que o governo está a ser fascista e de direita. Enfim!
Cismar contra os ricos só é positivo na medida em que a Nação purga e desabafa, baixando o termómetro social, nada mais.
Tiago Mestre
3 comentários:
Excelente Tiago!! Não acrescentava uma única vírgula...
Assino por baixo!
Enquanto isto andar pela conversa e não se verificar aquilo que cada um efetivamente descontou só pode sair asneira...
Mas a culpa é do estado português por não seguir o exemplo suíço, 1700 € de valor máximo garantido pelo estado.
Tenho visto escrito aqui que o estado não tem capacidade para continuar a pagar as pensões com os valores actuais. Como parece que 90% ganham pensões muito baixas, acho que só restam as poucas pensões mais altas para cortar. E por isso, o mais justo é que quanto maiores forem mais cortem. Quanto aos direitos adquiridos com os descontos durante toda a vida, quando não há dinheiro não valem grande coisa.
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