Este
post "Escola Austríaca" já havia sido publicado em 31-01-12 mas vamos
destacar novamente aqui no blogue pela força da atualidade.
E na altura foi
questionado ao Instituto Mises Brasil o seguinte:
- O futuro do €
- Como se pode contrariar a tendência de desindustrialização da Europa (a Alemanha é cada vez mais o último reduto industrial da Europa)
- Que medidas podem ser tomadas para contrariar o desemprego
- O declínio ocidental perante o oriente
Resposta: por Leandro Augusto - membro destacado do Instituto Mises Brasil
Desindustrialização se resolve com enfraquecimento dos poderes sindicais, redução de tributos, desburocratização e desregulamentação. Sindicatos agressivos que exigem privilégios crescentes devem ser domados, regulamentações governamentais devem ser abolidas, a carga tributária terá inevitavelmente de ser reduzida (ninguém quer pagar para trabalhar), fábricas e equipamentos envelhecidos devem ser substituídos (no que entra a questão tanto da desregulamentação quanto da redução de impostos), e a qualidade e o design de seus produtos deve ganhar maior atenção (no que entra a contratação de mão-de-obra mais bem preparada).
Em suma, é necessário criar um ambiente propício ao empreendedorismo. Isso também vale para o desemprego e para o declínio do Ocidente perante o Oriente (pelo menos economicamente; culturalmente, a coisa é bem mais complicada).
Quanto ao euro, é preciso renegociar a dívida, permitir vários calotes e deixar alguns bancos serem liquidados. Com isso, a oferta monetária do euro será reduzida e, consequentemente, ele sairá valorizado.
Explico:
Se houver o calote, os vários bancos da Europa que investiram nos títulos da dívida destes países sofrerão enormes perdas. Pensando em termos contábeis, haverá uma perda de ativos desses bancos, o que significa que eles terão também de reduzir seus passivos. E reduzir passivos significa contrair o número de contas-correntes.
Portanto, tal medida geraria uma deflação monetária na economia, pois, explicando novamente, após sofrerem essas perdas, os bancos têm de restringir novos empréstimos e requisitar a quitação antecipada de empréstimos pendentes, pois agora seu capital sofreu uma redução. Isso faz com que várias contas-correntes que foram criadas para esses empréstimos sem lastro sejam encerradas. E como o sistema bancário trabalha com reservas fracionárias, tal medida inevitavelmente iria gerar um processo deflacionário, pois se está requisitando a devolução de um dinheiro que foi criado do nada -- um dinheiro cuja criação expandiu a oferta monetária e cuja extinção contrai a oferta monetária.
Portanto, haveria uma redução na oferta monetária de euros, e isso deixaria o euro mais valorizado, e não menos.
Mas nada disso é politicamente viável. Logo, não há como saber o que de fato irá ocorrer.
- Como se pode contrariar a tendência de desindustrialização da Europa (a Alemanha é cada vez mais o último reduto industrial da Europa)
- Que medidas podem ser tomadas para contrariar o desemprego
- O declínio ocidental perante o oriente
Resposta: por Leandro Augusto - membro destacado do Instituto Mises Brasil
Desindustrialização se resolve com enfraquecimento dos poderes sindicais, redução de tributos, desburocratização e desregulamentação. Sindicatos agressivos que exigem privilégios crescentes devem ser domados, regulamentações governamentais devem ser abolidas, a carga tributária terá inevitavelmente de ser reduzida (ninguém quer pagar para trabalhar), fábricas e equipamentos envelhecidos devem ser substituídos (no que entra a questão tanto da desregulamentação quanto da redução de impostos), e a qualidade e o design de seus produtos deve ganhar maior atenção (no que entra a contratação de mão-de-obra mais bem preparada).
Em suma, é necessário criar um ambiente propício ao empreendedorismo. Isso também vale para o desemprego e para o declínio do Ocidente perante o Oriente (pelo menos economicamente; culturalmente, a coisa é bem mais complicada).
Quanto ao euro, é preciso renegociar a dívida, permitir vários calotes e deixar alguns bancos serem liquidados. Com isso, a oferta monetária do euro será reduzida e, consequentemente, ele sairá valorizado.
Explico:
Se houver o calote, os vários bancos da Europa que investiram nos títulos da dívida destes países sofrerão enormes perdas. Pensando em termos contábeis, haverá uma perda de ativos desses bancos, o que significa que eles terão também de reduzir seus passivos. E reduzir passivos significa contrair o número de contas-correntes.
Portanto, tal medida geraria uma deflação monetária na economia, pois, explicando novamente, após sofrerem essas perdas, os bancos têm de restringir novos empréstimos e requisitar a quitação antecipada de empréstimos pendentes, pois agora seu capital sofreu uma redução. Isso faz com que várias contas-correntes que foram criadas para esses empréstimos sem lastro sejam encerradas. E como o sistema bancário trabalha com reservas fracionárias, tal medida inevitavelmente iria gerar um processo deflacionário, pois se está requisitando a devolução de um dinheiro que foi criado do nada -- um dinheiro cuja criação expandiu a oferta monetária e cuja extinção contrai a oferta monetária.
Portanto, haveria uma redução na oferta monetária de euros, e isso deixaria o euro mais valorizado, e não menos.
Mas nada disso é politicamente viável. Logo, não há como saber o que de fato irá ocorrer.
Comentário:
"Mas nada disso é politicamente viável". Não era viável mas lá acabou por acontecer.
Os próximos eventuais focos incendiários na novela da crise do € podem eventualmente surgir pela banca espanhola.
"Mas nada disso é politicamente viável". Não era viável mas lá acabou por acontecer.
Os próximos eventuais focos incendiários na novela da crise do € podem eventualmente surgir pela banca espanhola.
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