Os 68 por cento de votos a favor da limitação dos vencimentos exorbitantes não tiveram apenas um forte impacto na Suíça, mas condicionam igualmente o encontro de ministros das Finanças europeus, a decorrer em Bruxelas. A grande maioria mostra-se inclinada a aprovar algum tipo de limitação, mas esbarra na tenaz oposição britânica.
Entre os 27 ministros das Finanças da União Europeia já se desenha neste momento um considerável consenso no sentido de impedir que os banqueiros recebam em bónus mais do que o seu vencimento-base, ou quando muito o dobro desse vencimento, se assim decidir uma maioria de dois terços dos acionistas do banco respectivo.
As principais objecções a esse consenso partem do ministro britânico George Osborne que, em nome do seu Governo, manifestou receios sobre as consequências negativas que a aprovação da norma citada poderia acarretar para a economia europeia e para o papel de primeiro plano que a City londrina continua a desempenhar entre as grandes praças financeiras do mundo.
E também a um nível menos diretamente político, a resistência aos planos de limitação dos altos vencimentos provém do Reino Unido.
Assim, o representante britânico da banca na Associação de Mercados Financeiros da Europa, Simon Lewis, já deu o mote para os subterfúgios que começarão a organizar-se: o banco que queira continuar a pagar o mesmo aos seus executivos só terá de aumentar-lhes o vencimento-base.
Claro que, segundo Lewis, citado no diário espanhol El Pais, este subterfúgio também tem custos para os bancos: "Infelizmente [o texto acordado em Bruxelas] vai aumentar os custos fixos num momento crucial de reestruturação financeira. Isto prejudicará seriamente a competitividade europeia e terá um impacto negativo na economia real".
Os ecos do referendo suíço e das discussões ainda por resolver em Bruxelas continuam a não ser fazer ouvir em Portugal, pouco tempo depois de o antigo presidente do BCP, Jardim Gonçalves, ter visto confirmado em tribunal o "direito adquirido" a uma pensão de 175 mil euros, entre outras regalias, e num momento em que um auto-denominado movimento de "reformados indignados" defende também os mais altos vencimentos contra uma punção fiscal considerada excessiva.
As principais objecções a esse consenso partem do ministro britânico George Osborne que, em nome do seu Governo, manifestou receios sobre as consequências negativas que a aprovação da norma citada poderia acarretar para a economia europeia e para o papel de primeiro plano que a City londrina continua a desempenhar entre as grandes praças financeiras do mundo.
E também a um nível menos diretamente político, a resistência aos planos de limitação dos altos vencimentos provém do Reino Unido.
Assim, o representante britânico da banca na Associação de Mercados Financeiros da Europa, Simon Lewis, já deu o mote para os subterfúgios que começarão a organizar-se: o banco que queira continuar a pagar o mesmo aos seus executivos só terá de aumentar-lhes o vencimento-base.
Claro que, segundo Lewis, citado no diário espanhol El Pais, este subterfúgio também tem custos para os bancos: "Infelizmente [o texto acordado em Bruxelas] vai aumentar os custos fixos num momento crucial de reestruturação financeira. Isto prejudicará seriamente a competitividade europeia e terá um impacto negativo na economia real".
Os ecos do referendo suíço e das discussões ainda por resolver em Bruxelas continuam a não ser fazer ouvir em Portugal, pouco tempo depois de o antigo presidente do BCP, Jardim Gonçalves, ter visto confirmado em tribunal o "direito adquirido" a uma pensão de 175 mil euros, entre outras regalias, e num momento em que um auto-denominado movimento de "reformados indignados" defende também os mais altos vencimentos contra uma punção fiscal considerada excessiva.
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comentário:
Entramos realmente num território bastante delicado pois não estamos mais a falar de grupos económicos que se possam afirmar como sendo de gestão e competências completamente privadas e até as suas más decisões, por norma, colidem sempre de forma violenta com o interesse público.
A partir do momento que na crise de 2008, vários governos na Europa e nos EUA, tiveram receio em deixar cair os grandes bancos e as grandes corporações económicas, por estas terem incorrido em más práticas, a falácia socialista foi despertada para contrariar o verdadeiro mercado livre.
Agora pelos vistos cabe à sociedade, aos políticos, à justiça, ao meu cão e por aí fora..., regular e estabelecer limites de "excessos".
E como fica na fotografia o papel da democracia participativa? Quando assistimos a uma maioria a perseguir uma minoria, pode ser considerado um sucesso? Independente da justiça ou injustiça das escolhas de quem quis participar na votação, não devemos nos lembrar dos tempos mais escabrosos do Nazismo e do Comunismo que também gostavam de limitar as minorias?
Se os bancos extorquem, funcionam em cartel e não servem mais de forma positiva o mercado (as pessoas), então é tempo de mudar de paradigma e encontrar novas organizações que consigam ir ao encontro das reais necessidades dos mercados e não andar por aí a tentar regular ou estabelecer limites principalmente naquelas escolhas que para regozijo dos participantes não colidem com o seu modo de vida...
3 comentários:
"A partir do momento que na crise de 2008, vários governos na Europa e nos EUA, tiveram receio em deixar cair os grandes bancos"
Tiveram receio? Aí discordo, podem ter tentado vender isso, mas nunca pensaram se os deviam deixar cair, pois aí o sistema bancário ruía, e aí ruía tambem o sistema politico, pois politicos e bancos são unha com carne.
O sistema de reservas fracionárias é uma aldrabice, e por isso é que a cada ano perdemos poder de compra.
O leman brothers faliu mas quando viram o dominó que aí vinha...
as reservas fracionárias é um logro. como é possível vermos casos como o restaurante do Rui Veloso com dívidas de 4 milhões. Loucura total.
Sim o lehman brothers faliu mas quando pensaram no que podia mesmo acontecer e que se podia descobrir a farsa que é o sistema bancário voltaram à estaca zero!
O caso que falas desconheço completamente. Mas quando a maioria da população descobrir como funciona mesmo o sistema bancário aí é que este pode desfazer-se, e refazer-se um sistema bancário de acordo com as necessidades reais.
Pois falam da ganancia que houve/há no sistema bancário e que originou esta crise, mas isso é uma ponta tão pequena do iceberg.
Mas pode ser que a crise do dolar depois venha por mais o sistema de reservas fracionais à vista.
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