Agora sim, percebo perfeitamente porque chegamos a esta situação!
Noutro dia, vi o livro "Portugal e o Futuro" (capa em baixo) e por curiosidade trouxe-o para ler. Pela maioria dos nomes já deduzia o que por aí vinha.
Exceptuando Alexandre Soares dos Santos, que até foi uma agradável surpresa, todos os restantes são uns zarolhos nas ciências económicas. Não há nenhum que não refira os "mercados especulativos" ou o "capitalismo selvagem" como causas da crise. O Mário Soares chega até dizer que o poder político se deve sobrepôr ao poder económico, como se nós não já tivéssemos visto no que deu... O "ultraneoliberalismo", a "direita neoliberal" essa velha é a culpada da crise... Soluções? Nenhuma! Admito que D. José Policarpo tenha sido mais contido nestas palavras, invocando até vantagens do neoliberalismo. Fora estes dois é um deserto de pensamento.
Ah! Soares dos Santos disse, e bem, que a burocracia é um problema sério que precisa de ser resolvido... Ao fim do livro, em dez contributos só conseguimos diferenciar uns 3... Há 8 deles que dizem o mesmo... Só lhes falta mesmo dizerem que é necessário um Holocausto aos neoliberais e o assunto está resolvido. São gente sem capacidade de visão, pura e simplesmente! Ricardo Salgado, surpreendeu mesmo pela negativa por dizer que o PEC IV era favorável à TROIKA! LOL, a esta altura estávamos no PEC XIV...
Esses mercados, esses horríveis, que não gostam de nos emprestar... Esses invejosos, gananciosos, querem o dinheiro só para eles... Bem, se alguém me pede emprestado e não paga, será que eu vou voltar a emprestar? CLARO QUE NÃO!... Façam um favor, CRESÇAM!
4 comentários:
Será que posso inferir do seu post que é o "poder" politico que se deve sobrepor ao "poder" económico?
Perdão - queria dizer exactamente o inverso:
"Será que posso inferir do seu post que é o "poder" económico que se deve sobrepor ao "poder" politico?"
Doorstep a pergunta não foi para mim mas na minha opinião nem um nem outro têm de se sobrepor. Têm de estar separados e coexistir.
O poder economico se tiver um minimo de regras para evitar fraudes e economias de casino funciona bastante bem, valorizando a concorrência. Muitos depois irão culpar aconcorrência e o capitalismo porque o poder economico se concentra em algumas empresas. Eu aí não posso concordar porque essas empresas porventura trabalharam mais e melhor que outras - Isto tudo dentro do que já falei, regras fundamentais que impeçam fraudes, favores, informações priveligiadas, etc. As outras pessoas só têm de ter ideias e trabalhar mais. É assim que existe evolução.
O poder politico tem de ser minimizado porque aí sim, são muito corruptiveis e ficam à mercê de outros poderes e estes acima de tudo têm de estar imunes a qualquer tipo de pressões porque eles devem ter um unico objectivo: conduzir o país para um sitio melhor a todos os níveis e não pensar em determinado mercado, na rentabilidade de determinado investimento, ou a pensar no futuro do partido A.
E depois destes ultimos 40 anos nem precisamos de pensar muito para concluir que o poder politico não se pode sobrepor nem se meter no poder economico. Em termos economicos pode e deve NO MAXIMO garantir o minimo de condições aos mais desfavorecdos (os que sao realmente pobres e não os subsidiodependentes que não querem trabalhar)
Cumprimentos
Na medida em que sou um liberal, tenho de concordar que o poder político deve influenciar o menos possível o poder económico. Valorizo a liberdade individual e, por isso, o poder económico. O poder económico não é o poder dos grandes, é o poder de todos os nós através das nossas escolhas diárias que são refletidas nos preços. Pode-se eventualmente falar numa sobreposição do poder económico sobre o poder político, mas acho que acima de tudo é como o vazelios referiu: têm de coexistir.
O Estado tem que ser o árbitro, e como tal, para que se percebam bem as regras do jogo... deve existir uma estabilidade legislativa e fiscal, e a regulação deve ser simples, perceptível e objetiva para não haver situações como as autárquicas.
No entanto, admito algum Estado social, o mínimo, em caso de doenças por exemplo. O Estado deve apoiar os paraplégicos, que evidentemente, têm uma vida muito mais limitada, mas não os da esquina que passam o dia no café.
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