Por Luciano Amaral,
Depois da catarse tragicómica, chegou a hora da cavacase.
O Presidente quis demitir o Governo sem demitir. E quis montar um Governo de iniciativa presidencial sem montar. Quis fazer uma coisa e a outra sem assumir a responsabilidade de cada uma.
Percebe-se porque o Presidente não confia no Governo: a farsa burlesca, depois da fuga de Gaspar, foi mortífera, e o "acordo reforçado" proposto por PSD e CDS também era ficção. Mas, por isto mesmo, ao PS é pedido o impossível: apoiar um Governo em que nem o Presidente acredita.
Se o PS recusar, será preciso eleições antes de Junho. Mas Cavaco quer que qualquer Governo se submeta ao "compromisso" de iniciativa presidencial. O futuro Governo do PS teria de ter o apoio do PSD e do CDS. Que não vão querer dá-lo.
Portanto, tudo terminará numa de duas: verdadeiras eleições, com um Governo de base parlamentar, ou verdadeiro Governo de iniciativa presidencial.
Este semi-cavaquismo não passa de diversão.
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