Revisionismo (via o Insurgente)
“Portugal “começa a regressar” ao país de “miséria” e de “pobreza” que existia antes do 25 de Abril, devido às políticas do Governo, diz Seguro. Segundo o líder do PS, tratava-se de “um Portugal de miséria, um Portugal de pobreza, um Portugal em que tanta gente tinha que emigrar porque não encontrava aqui possibilidades para sustentar a sua família”.” (via Diário Económico).
Um país onde imediatamente antes da revolução (entre 1970 e 1973) o PIB per capita crescia em média a mais de 9% ao ano (e que não obstante a revolução conseguiu crescer 1,5% em 1974), um país em que o desemprego (que à data do 25 de Abril era de 1,5%) praticamente não existia, um país cujo PIB per capita estava a convergir para o PIB per capita médio da Europa rica (encontrando-se, à data da revolução, num patamar relativo idêntico ao de hoje, isto é em redor dos 55% da Europa mais rica, mas em clara convergência e em sentido ascendente…), um país que estava em 24º lugar do índice de desenvolvimento humano da ONU (e que hoje está para além do 40º lugar…). Como se percebe, tudo a ver com o Portugal de hoje!! Francamente…
O senhor Seguro deveria saber que há limites para a demagogia republicana, e para o revisionismo da história!! É um facto que o Estado Novo foi uma ditadura, o que o torna desde logo politicamente indefensável, mas também é um facto que a conjuntura económica de hoje nada tem a ver com a de então. Portugal evoluiu, é certo, mas o resto do mundo evoluiu muito mais! Na realidade, a conjuntura económica que hoje se vive em Portugal tem, sim, tudo a ver com o que acontecia por alturas do final da Monarquia Constitucional ou, talvez mais ainda, por alturas do final da 1ª República. Mas isso, é claro, não interessa ao senhor Seguro nem seguramente ao PS (o partido republicano por excelência). Enfim, leia e estude a História, homem.
11 comentários:
Temos de ver que em 1973 tínhamos as ex-colónias,a taxa de mortalidade infantil era elevadíssima, a percentagem de Portugueses servidos por água e saneamento básico era terceiro-mundista. O desemprego era baixo não só pelo crescimento da economia mas também pela brutal emigração e pela quantidade enorme de militares em serviço. Ter uma casa de banho decente era um pequeno luxo. A taxa de escolaridade era terceiro-mundista (louve-se o papel de Veiga Simão na criação de novas universidades e pela aposta no ensino técnico).
Apesar da crise e por muito que custe a alguns saudosistas do passado agora estamos muito melhor.
Mas se não tivesse havido este excesso de despesa seguramente estaríamos muito melhor.
Lol ainda perdes tempo a comentar o Vivendi. A maioria dos post são um disparate total. O que é mau, porque alguns dos presentes nesta casa sabem do que falam.
Anónimo I
O post fala de números estatísticos... e Portugal partiu de uma base gradual muito baixa e no estado novo todas as conquistas foram feitas sem recursos à inflação e a défices.
O avanço tecnológico, a inovação e o livre mercado é que foram os grandes estimuladores das melhorias sociais.
Anónimo II
Só isso que tem para afirmar?
Atordoadas no ar.
Quer um confronto de ideias e vemos já quem é quem?
vivendi nao ligues pq ha muita gente a bater com a cabeça quando pensa....e normal que os pensamentos saiam tortos
Anónimo I
A melhoria em abastecimento de água e saneamento foi feita pelo estado, não pela iniciativa privada, agora infelizmente querem privatizar a água. A água/saneamento e a energia elétrica deviam ser geridas pelo estado, são bens de 1ª necessidade e a concorrência não é eficaz. Desde que a electricidade foi pritavizada o seu preço subiu brutalmente.
Espero que relendo estes comentários perceba que comparar PIB`s com ex colónias e PIB`s pós revolução é um tremendo disparate. Não leve a mal o primeiro comentário porque começa a ser chato ler os seus post`s, desde a constante referência a um astrólogo até aos copy past de spam vale tudo. Para mim você estraga este blog, é a minha opinião, pior que isso é que lhe retira a credibilidade. Bem, vou tentar não comentar mais os seus Post`s mas às vezes é difícil.
"A água/saneamento e a energia elétrica deviam ser geridas pelo estado, são bens de 1ª necessidade e a concorrência não é eficaz"
Então deve defender a nacionalização das padarias, dos campos agrícolas, das empresas textêis ou da construção civil. Alimentação, vestuário e habitação também são bens de primeira necessidade.
E manter a água pública para quê? Isto?
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1614441
(E esta referência, não sei de onde vêm, 60% de desperdício http://aventar.eu/2010/03/23/a-agua-e-o-seu-desperdicio-privatizar/)
Quanto ao saneamento ele só começou a difundir-se em massa a partir dos anos 80, ainda hoje não está tudo concluído (http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013/02/26/portugal-ja-atingiu-meta-no-abastecimento-publico-de-agua-mas-18-das-habitacoes-ainda-nao-tem-saneamento-basico).
Se o voluntarismo estatal era tão eficáz estas metas estariam atingidas há muito mais tempo. Não estão prova que é preciso acumular um certo nível de riqueza para se poder ter todas as vantagens económicas. E para crescer é preciso... economia de mercado.
"O desemprego era baixo não só pelo crescimento da economia mas também pela brutal emigração e pela quantidade enorme de militares em serviço."
Pela mesma lógica a emigração, os pensionistas e os funcionários públicos deveriam ajudar a matizar o desemprego. Não acontece.
A água a energia são uma só, nenhuma empresa vai investir numa nova nova rede de distribuição de água/electricidade. Na produção agrícola (por exemplo) é obvio que a concorrência é salutar e eficaz
"A água a energia são uma só"
Tudo está ligado à água, a água é vida.
"nenhuma empresa vai investir numa nova nova rede de distribuição de água/electricidade"
Porquê? Não se investiu no passado em moinhos, não ouve barragens construídas e geridas directamente por populações locais. As empresas tentam sempre responder às necessidades das pessoas, ganhando um lucro à passagem para poder manter a produção, todos precisamos de água e energia logo haverá quem estiver disposto em nos fornecer água e energia. Agora claro não podemos estar à espera que todas as necessidades sejam atendidas porque não há necessariamente capacidade, ou não as há agora (isto claro se aplica também para o Estado, e quanto mais barreiras houver mais difícil se torna de fornecer os produtos a um preço baixo e com qualidade.
"Na produção agrícola (por exemplo) é obvio que a concorrência é salutar e eficaz"
Para mim não é, não vejo em quê é óbvio a água e a energia serem monopolizadas pelo Estado e a produção alimentar não o ser. Gostaria que argumente.
A água é um bem comum, nunca deve ser privatizado. Se já existe uma rede de abastecimento será que alguma empresa vai investir numa rede no mesmo sitio? não faz sentido. A água e a energia são uma espécie de monopólios a concorrência não é eficaz, o consumidor só perde com a privatização. No caso da edp desde que a mesma foi privatizada o preço da energia subiu brutalmente.
"Se já existe uma rede de abastecimento será que alguma empresa vai investir numa rede no mesmo sitio? [...] No caso da edp desde que a mesma foi privatizada o preço da energia subiu brutalmente."
Levanta o problema da forma da privatização. É certo que se não houver uma abertura do mercado não teremos mudado nada de essencial. A EDP é o caso típico de privatização mal feita, mal feita porque continua a ser subsidiada via por exemplo os Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) ou de ainda haver vários entraves à produção energética, penso nomeadamente ao caso da energia renovável em que os proprietários são obrigados a vender a produção à EDP. Problemas que existia antes da "piratização".
O que deveriamos fazer no caso da EDP é "simples"; acabar com o que venho de citar. Para fazermos uma boa privatização das Águas de Portugal temos de assinalar aos investidores que eles serão proprietários a igual nível da água e da rede. Os custos serão assim suportados por todos os actores produtores em função da sua quota de mercado; por exemplo a Empresa A detem 50% das vendas de água, a Empresa B 30% e a C 20%, se para manter a rede foi preciso gastar 1.000 milhões a Empresa A terá de pagar 500 milhões, a B 300 milhões e a C 200 milhões. Assim qualquer um pode entrar no mercado à condição que assume a sua parte e as empresas são incentivadas a fornecer água de qualidade e barata.
Isto deverá se aplicar a outras privatizações, seja a Galp, os Correios ou mesmo os hospitais e as escolas.
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