segunda-feira, 4 de novembro de 2013

OIT e companhia a enganar o pagode


Hoje vi na tv que a Organização mundial do comercio defende que o Governo aumente o salário mínimo, os apoios sociais, e haja mais investimento público.

Claro que agora os socialistas de todos os quadrantes vão se agarrar a este "relatório" e vão defender que o que é preciso é que o Governo abandone as politicas de austeridade, conclusão vão berrar mais do mesmo.

Mas o que leva a uma tal organização a defender algo que foi encetado nos últimos 30anos em Portugal e que deu no que deu?

Isto leva-nos a algo que a esmagadora maioria das pessoas desconhece, o pensamento económico não é todo igual.

Existem dois tipo de analise económica a analise positiva e a normativa, vejamos a diferença

"A economia positiva debruça-se sobre os aspectos de carácter objectivo da economia, descrevendo,analisando e relacionando factos e fenómenos económicos, buscando regras e leis que os expliquem e que permitam o estabelecimento de relações causa-efeito entre as variáveis económicas."

"
a economia normativa tem como incumbência o estabelecimento de regras para a actuação sobre variáveis económicas de acordo com os juízos de valor pessoais e subjectivos da pessoa que decide.esta vertente da economia preocupa-se com "aquilo que deve ser", e não com "aquilo que é ou poderia ser", como é o caso da economia positiva."(1)

São importantes, estas duas distinções, mostram nos que a maioria dos comentadores, observatórios, etc... praticam analises normativas e não positivas.
Como nós, seres humanos, não somos senhores de toda a verdade, quando emitimos uma análise normativa, corremos o risco(enorme) de incorrer em erro, dado que estamos a dar a nossa opinião, verdade que é uma opinião mais esclarecida (há partida) do que um leigo, mas não deixa de ser uma opinião.
Não deixa de ser uma análise em que vemos a realidade pelos "nossos olhos", com os nossos valores e moral, claro é uma análise limitada, dado que todos somos limitados.

Além desta grande diferença, os economistas tem todos uma escola de pensamento por detrás, existem várias sendo que os neo clássicos constituem a esmagadora maioria do pensamento main stream económico.
Estas escolas influenciam não a analise positiva mas sim a normativa, em casos como a OIT levam a que esta abandone a analise positiva para apenas fazer analises normativas, mesmo que Estas levem a abandonar leis da economia.

Uma das mais importantes leis da economia é a da OFERTA e da PROCURA.

Esta diz-nos que quando a procura aumenta há medida que o preço diminui, ceteris paribus (tudo o resto constante).A oferta aumenta há medida que o preço sobe, ceteris paribus.
O equilibrio dá-se quando a quantidade procurada é igual a oferecida.



Porque foco esta Leis da economia?

Bem, a OIT resolveu manda la janela fora.

O salário é um preço, como todos os outros na economia, e rege-se pelas leis da economia.

Sabemos que a Lei da oferta e da procura, diz nos que se o preço é fixado acima do preço de equilibrio, irá ocorrer um excesso oferta e um deficit procura.
Para um nível salarial mais elevado, existe um maior numero de pessoas interessadas em trabalhar, mas menos pessoas interessadas em empregar, gerando se um maior desemprego.

O empregador tende a empregar os trabalhadores pagando lhes um salário igual a sua produtividade marginal, isto é, ele vai pagar um salário idêntico a produtividade que retira de acrescentar mais um trabalhador, deixa de empregar quando o salário é mais elevado que a produtividade marginal.

Se o preço é aumentado artificialmente, colocando o a um nível superior ao preço de mercado o que ocorrerá é naturalmente um excesso de procura e uma menor oferta, levando a existência de mais desemprego.

O desemprego é uma variável micro e não macro, é um fenómeno pessoal, e não deve ser gerido de forma macro. Ao aumentar o salário mínimo o que vai ocorrer é que os que tem uma produtividade marginal mais baixa serão arredados do mercado de trabalho.

Imaginemos que um trabalhador perde o emprego na banca, foi bancário durante 20anos, e que é obrigado a mudar de ramo, a sua produtividade noutro ramo qualquer será necessariamente mais baixa, logo o seu salário será necessariamente mais baixo.

O mesmo se aplica a um jovem, sem experiência o seu salário será mais baixo porque a sua produtividade será menor.
O canudo não confere competências, apenas diz aos empregadores que aquele trabalhador em média será mais produtivo que o trabalhador sem canudo (2).

Estes exemplos demonstram que seja primeiro emprego, mudança de ramo de actividade, a produtividade será sempre menor, logo o salário será naturalmente mais baixo(3).

Criar um salário mínimo mais elevado funciona sempre contra os menos qualificados e os jovens.

Se existe excesso de oferta como é o caso do mercado de trabalho português aumentar o nível para o qual é possível empregar só levará a um ainda maior desemprego.

A escola da OIT é keynesiana, isto é, acredita que o caminho é mais consumo,e que se o consumo aumentar o desemprego baixa.
É um erro crasso.

A teoria austríaca e não só esta já demonstraram que não é com manipulações que se atinge o objectivo do pleno emprego.





(1)
http://www.infopedia.pt/$economia-normativa;jsessionid=TvweD58jnIc9B2ZT0tX6lA__
(2) existem profissões que o Estado obriga a deter um certificado para trabalhar, excluindo estas.
(3) em média

1 comentário:

vazelios disse...

Excelente e simples explicação Filipe.