sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Em Portugal, um burro de carga vive de subsídios"


"NY Times" compara situação do burro mirandês à dos portugueses

A edição europeia do "New York Times" usou a fotografia de um burro mirandês na sua capa, comparando o percurso do animal ao destino dos portugueses. "Em Portugal, um burro de carga vive de subsídios" é o título do artigo que compara o que está a acontecer ao burro mirandês ao que se vai passando com os seus donos humanos. 

"NY Times" compara situação do burro mirandês à dos portugueses

Capa do "New York Times"





























Segundo o "New York Times", esta raça de burro é a perfeita metáfora para o destino de Portugal: o animal foi essencial na agricultura durante muitos séculos, mas agora está em risco de extinção devido à desertificação do interior do país. De igual modo, também os portugueses estão a declinar e vão sobrevivendo à custa de subsídios da União Europeia.
"Não é fácil ser um burro hoje em dia", começa por dizer o jornalista Raphael Minder, que foi até à Paradela para escrever o seu artigo e faz questão de salientar que "o grande e dócil burro mirandês é considerado uma espécie ameaçada desde 2003", tendo sido substituído "pelo trator e equipamento agrícola mais moderno". 

É nessa medida que o seu destino se cruza com o dos humanos da mesma zona: "À medida que os mais jovens abandonam as zonas rurais pelas cidades, os burros também são ameaçados porque os agricultores que tomam conta deles estão a ficar demasiado velhos para continuarem a fazê-lo".

Assim, quem ainda tem burros mirandeses fá-lo "por amor ao animal" e não por vantagem económica, conseguindo manter o animal à custa de subsídios europeus que vão chegando para ajudar a preservar a espécie. 

"Depois de décadas de negligência e, argumentam alguns, de falta de compreensão, o destino do burro acaba por parecer-se com o dos seus parceiros humanos em muitos locais do interior, duramente pressionados: ameaçados pelo declínio da população e com a sobrevivência dependente, sim, de subsídios da União Europeia", reza o artigo, publicado esta sexta-feira.

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