(via Porta da loja)
A indústria de construção naval, em Portugal, no ano de 1971 estava em mãos privadas, essencialmente no grupo CUF ( Lisnave) desde os anos trinta e com investimentos privados vindos de paragens diversas ( estaleiros navais portugueses, holandeses e suecos e um banco português). Esta lógica de mercado a funcionar, regulado pelo Estado, permitia gerir os empreendimentos tendo por base a sua rentabilidade, ou seja o lucro. As empresas não funcionavam apenas como entidades promotoras de emprego e o Estado não interferia na sua gestão senão na medida em que tal colidisse com interesses nacionais definidos e aceites.
Era assim na Margueira, da Lisnave. Em 1971 havia lá a maior doca seca do mundo. Como o mostra a revista Observador de 2 de Julho de 1971.
Em Viana do Castelo, na mesma altura havia a empresa dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, gerida segundo o mesmo modelo, por entidades privadas. Dois nomes avultam na constituição desta empresa: Vasco D´Orey e João Alves Cerqueira que nos anos cinquenta modernizaram o velho estaleiro. E em 1971 ponderava-se a entrada da CUF como parceiro empresarial, sendo tal perspectiva muito promissora para o futuro da empresa, na altura relacionada com a actividade de pesca ( e seca) de bacalhau.
A mesma revista, em 4 de Outubro desse ano mostrava como era:
Em 1974 e 1975, o que fizeram os comunistas e socialistas, conluiados? Entenderam que a nacionalização desse tipo de empresas, a par da nacionalização da banca e seguros, portanto, a colectivização dos sectores mais significativos da economia nacional, seria a melhor forma de conseguir progresso económico e social para o país. Nessa data nenhum exemplo mundial o autorizavam a supor que assim seria, o que tinha sido denunciado pelo governo do regime anterior, particularmente Marcello Caetano, mas os crentes na utopia conseguiram impôr essa ideia, consagrando-a na Constituição, logrando converter os cépticos e durante mais de uma dúzia de anos arruinaram essas empresas industriais e conduziram o país a duas bancarrotas iminentes, salvas in extremis pela intervenção externa de países que nos emprestaram dinheiro a rodos, ficando nós numa dependência que nunca tivéramos das décadas anteriores, incluindo o tempo de guerra.
Era assim na Margueira, da Lisnave. Em 1971 havia lá a maior doca seca do mundo. Como o mostra a revista Observador de 2 de Julho de 1971.
Em Viana do Castelo, na mesma altura havia a empresa dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, gerida segundo o mesmo modelo, por entidades privadas. Dois nomes avultam na constituição desta empresa: Vasco D´Orey e João Alves Cerqueira que nos anos cinquenta modernizaram o velho estaleiro. E em 1971 ponderava-se a entrada da CUF como parceiro empresarial, sendo tal perspectiva muito promissora para o futuro da empresa, na altura relacionada com a actividade de pesca ( e seca) de bacalhau.
A mesma revista, em 4 de Outubro desse ano mostrava como era:
Em 1974 e 1975, o que fizeram os comunistas e socialistas, conluiados? Entenderam que a nacionalização desse tipo de empresas, a par da nacionalização da banca e seguros, portanto, a colectivização dos sectores mais significativos da economia nacional, seria a melhor forma de conseguir progresso económico e social para o país. Nessa data nenhum exemplo mundial o autorizavam a supor que assim seria, o que tinha sido denunciado pelo governo do regime anterior, particularmente Marcello Caetano, mas os crentes na utopia conseguiram impôr essa ideia, consagrando-a na Constituição, logrando converter os cépticos e durante mais de uma dúzia de anos arruinaram essas empresas industriais e conduziram o país a duas bancarrotas iminentes, salvas in extremis pela intervenção externa de países que nos emprestaram dinheiro a rodos, ficando nós numa dependência que nunca tivéramos das décadas anteriores, incluindo o tempo de guerra.
Em 1976 a economia nacional estava completamente de rastos como se pode ler aqui, num artigo de Sarsfield Cabral no O Jornal de28 de Maio de 1976. A culpa disso? Morreu solteira logo, acompanhada do parceiro do costume, o "fassismo", apelidado de "condicionalismo industrial" e outros mimos que os joões martins pereira sabiam contar como verdade assumida e proclamada ainda hoje pelos bloquistas e esquerdistas em geral.
Mesmo com estas evidências na "cara", a Esquerda portuguesa ( PS e PCP mais a extrema- esquerda, proto-Bloco e Livre) lograram impor o seu modelo de gestão das empresas públicas, por causa de fenómenos como este retratado no mesmo número de O Jornal:
O idealismo de sempre, a estupidez permanente e a crença nos amanhãs a cantar desta Esquerda que é a mais estúpida de sempre, conduziram a uma tragédia nacional, em termos económicos irreparável. Ainda hoje pagamos a conta, sendo certo que para a saldar não basta dinheiro. É preciso muito mais que isso e o mais difícil de encontrar: inteligência suficiente, massa crítica necessária e oportunidade política para a mudança de mentalidade vigente, a começar na linguagem corrente que ensinaram nas escolas de há décadas a esta parte.
Com a permamência constante dessa Esquerda nos media nacionais, não julgo que tal venha a suceder tão cedo. E se suceder será como aconteceu no Leste: descobriram à custa deles mesmos o que valia essa Esquerda e afastaram-na do poder, incluindo o intelectual. Mas só quando sentiram na pele a indigència intelectual dessas ideias. A Polónia é o exemplo flagrante disso mesmo e do qual os nossos jornalistas militantes da causa, as anas lourenços e quejandos, dos telejornais, nunca mais aprenderão porque foram formatados nesse padrão inquinado.
Em Portugal parece que só o estado de miséria fará acordar o povo que vota nessa Esquerda a arredá-la para sempre dos círculos de poder e há já quem o diga expressamente, perante a dificuldade em fazer entender a estupidez permanente do discuros das catarinas martins e da troika jerónimo, avoila e arménio, acolitados pelo sindicalista que não corta o bigode nem que a vaca tussa.
Mesmo assim, o que aconteceu durante os dez anos que se seguiram, em Portugal? A desgraça anunciada pelo bom senso arredado da Constituição e das leis de então. Isto que em 1986 era claríssimo como a água do mar tropical.
A verificação prática do que sucedeu com a Setenave, empresa nacionalizada e a Lisnave, foi acompanhada aqui por uma explicação esquerdista que não denuncia o óbvio: a incompetência de gestão da Esquerda de empresas em lógica capitalista. Não percebem, não querem perceber e têm raiva a quem diga o contrário. Depois há aqueles que vêem a árvores e nunca a floresta, normalmente os crentes nesse idealismo estúpido e tacanho que é o motivo da desgraça nacional actual.
Um dos últimos exemplos disso, foi o acto do presidente da Cãmara de Viana do Castelo em depôr uma coroa de flores na mesa onde foi assinado, na passada Sexta-Feira, o contrato de concessão dos ENVC, novamente a uma empresa privada. Para esses, a culpa é sempre do Estado e de quem manda. Nunca é deles e das suas ideias estupidificantes.
Mesmo com a evidência à frente dos olhos, tapam-nos e pensam com o sonho. Preferem o sonho à realidade e assim nos foram tramando de há 40 anos a esta parte.
E assim se foi fazendo Portugal.
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