quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Salário mínimo, estupidez máxima

Por José Manuel Moreira,


Por que não subir o salário mínimo para 5 mil euros, em vez de só 500, para resolver de vez o problema? A razão para esta falta de ambição talvez seja a de limitar o fardo das “benévolas” leis de salário mínimo aos mais pobres e pouco qualificados.

"Quantas voltas dá um cão antes de se deitar?" Era uma das marotices do Arq. Fernando Lanhas. A resposta é: "volta e meia, deita-se". Já o tema do aumento do salário mínimo, volta e meia, levanta-se. Como sucedeu na posse do provedor da Misericórdia do Porto: "o salário mínimo nacional é uma vergonha cívica". Confesso que, aqui, me lembro logo de um artigo de Peter Schiff: "Salário mínimo, estupidez máxima".

Uma "estupidez" a que o ministro da Economia regressou no Congresso do CDS, quiçá para ficar mais popular e querido aos olhos dos mais ferrenhos defensores da medida: os "Arménios" e "Carlos" da nossa praça. Medida que para os sindicatos é benção governamental: livra os filiados da concorrência de mão-de-obra pouco qualificada e ainda cria desemprego. Dando assim força às greves e moral à retórica da protecção aos desfavorecidos.

Retórica que ajuda a que cada vez mais idiotas úteis não vejam a relação desta "estupidez" com o que se passa em nossa casa: quando optamos por pegar na chave inglesa, em vez de contratar alguém. Ou nos restaurantes, quando se utilizam pratos de papel para não ter de assalariar quem os lave. Sem esquecer os números para atendimento.

Já agora, ainda se recordam dos antigos postos de gasolina ou de irem ao cinema e serem conduzidos ao lugar com lanterninha? Vão ver que não demorará muito até que, mesmo os "caixas" de supermercado, sejam substituídos por ‘scanners' automáticos.

Tudo isto sem que os estatistas e moralistas percebam quanto o salário mínimo impede jovens de fazerem trabalhos básicos, que seriam condição - um 1º degrau - para chegar a melhores empregos. E que, em consequência, uns recorrerão à criminalidade e outros ao assistencialismo governamental.

Um processo de marginalização que incita os iluminados à luta contra o modelo de "pobres salários", sem verem a causa: um Estado que asfixia a economia e a sociedade. Luta que não só acelera a substituição de pessoas por máquinas como impede os jovens de adquirir capacidades que lhes permitiriam, depois, ganhar salários mais altos.

Gente incapaz de entender que a única maneira de sustentar o aumento de salários, não é por decreto, mas melhorando a produtividade. De outro modo, por que não subir o salário mínimo para 5 mil euros, em vez de só 500, para resolver de vez o problema?

A razão para esta falta de ambição talvez seja a de limitar o fardo das "benévolas" leis de salário mínimo aos mais pobres e pouco qualificados. Poupando, assim, os trabalhadores e empresários instalados, ainda que, em última instância, todos os consumidores sejam prejudicados.

Pergunta-se: será que estes visionários acham mesmo que o aumento do salário mínimo é fruto da benevolência governamental? Não acredito, mas sabemos bem que muito político o usa para granjear popularidade e votos. Sem esquecer que, infelizmente, muitas instituições "sociais" são fábricas de pobres que usam os desgraçados como fonte de renda. Negócio que se torna mais perverso quando a agenda política se mistura com a da misericórdia.

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