Por José Manuel Moreira,
Por que não subir o salário mínimo para 5 mil euros, em
vez de só 500, para resolver de vez
o problema? A razão para esta falta de ambição talvez seja a de limitar o
fardo das “benévolas” leis de salário mínimo aos mais pobres e pouco
qualificados.
"Quantas voltas dá um cão antes de se deitar?" Era uma das
marotices do Arq. Fernando Lanhas. A resposta é: "volta e meia,
deita-se". Já o tema do aumento do salário mínimo, volta e meia,
levanta-se. Como sucedeu na posse do provedor da Misericórdia do Porto:
"o salário mínimo nacional é uma vergonha cívica". Confesso que, aqui,
me lembro logo de um artigo de Peter Schiff: "Salário mínimo, estupidez
máxima".
Uma "estupidez" a que o ministro da Economia regressou
no Congresso do CDS, quiçá para ficar mais popular e querido aos olhos
dos mais ferrenhos defensores da medida: os "Arménios" e "Carlos" da
nossa praça. Medida que para os sindicatos é benção governamental: livra
os filiados da concorrência de mão-de-obra pouco qualificada e ainda
cria desemprego. Dando assim força às greves e moral à retórica da
protecção aos desfavorecidos.
Retórica que ajuda a que cada vez
mais idiotas úteis não vejam a relação desta "estupidez" com o que se
passa em nossa casa: quando optamos por pegar na chave inglesa, em vez
de contratar alguém. Ou nos restaurantes, quando se utilizam pratos de
papel para não ter de assalariar quem os lave. Sem esquecer os números
para atendimento.
Já agora, ainda se recordam dos antigos postos
de gasolina ou de irem ao cinema e serem conduzidos ao lugar com
lanterninha? Vão ver que não demorará muito até que, mesmo os "caixas"
de supermercado, sejam substituídos por ‘scanners' automáticos.
Tudo
isto sem que os estatistas e moralistas percebam quanto o salário
mínimo impede jovens de fazerem trabalhos básicos, que seriam condição -
um 1º degrau - para chegar a melhores empregos. E que, em
consequência, uns recorrerão à criminalidade e outros ao
assistencialismo governamental.
Um processo de marginalização
que incita os iluminados à luta contra o modelo de "pobres salários",
sem verem a causa: um Estado que asfixia a economia e a sociedade. Luta
que não só acelera a substituição de pessoas por máquinas como impede os
jovens de adquirir capacidades que lhes permitiriam, depois, ganhar
salários mais altos.
Gente incapaz de entender que a única
maneira de sustentar o aumento de salários, não é por decreto, mas
melhorando a produtividade. De outro modo, por que não subir o salário
mínimo para 5 mil euros, em vez de só 500, para resolver de vez o
problema?
A razão para esta falta de ambição talvez seja a de
limitar o fardo das "benévolas" leis de salário mínimo aos mais pobres e
pouco qualificados. Poupando, assim, os trabalhadores e empresários
instalados, ainda que, em última instância, todos os consumidores sejam
prejudicados.
Pergunta-se: será que estes visionários acham mesmo
que o aumento do salário mínimo é fruto da benevolência governamental?
Não acredito, mas sabemos bem que muito político o usa para granjear
popularidade e votos. Sem esquecer que, infelizmente, muitas
instituições "sociais" são fábricas de pobres que usam os desgraçados
como fonte de renda. Negócio que se torna mais perverso quando a agenda
política se mistura com a da misericórdia.
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