quarta-feira, 24 de julho de 2013

Intelectuais

"Amo Camões, Vieira e Pessoa: sinto-me europeu"

por Paulo Rangel, eurodeputado pelo PSD Hoje
"Amo Camões, Vieira e Pessoa: sinto-me europeu"

Falo, leio, escrevo e sinto-me europeu. Bebo vinho, benzo-me, como pão e sinto-me europeu. Guio distâncias sem fim de Valença a Vigo, de Irún a Bayonne, de Estrasburgo a Kehl e sinto-me europeu. Oiço música, invoco direitos, faço revoluções e sinto-me europeu. Aprendo línguas, fundo universidades, lanço contas e sinto-me europeu.


E pronto, escrevo umas baboseiras e já sou europeu.
Invoco uns artistas literários para dar densidade ao artigo e já sou europeu.

Mas ouve cá, ser europeu é sentir-se europeu, mais nada.


E será que Paulo Rangel se sente europeu? Duvido, até porque não há uma coisa chamada Cultura Europeia.

Quanto muito, talvez seja o salário e as regalias de ser deputado EUROPEU que o fazem sentir-se europeu. Isso sim, e reconhecer tal é que é de homem, agora beber vinho e sentir-se europeu, francamente.

Cá para mim, este nosso eurodeputado que há tempos participava todas as quintas-feiras em comentários televisivos na televisão portuguesa quando supostamente deveria estar a trabalhar em Estrasburgo, o que verdadeiramente deseja é invocar uma suposta "identidade" europeia que não existe, recorrendo a umas atoardas semânticas para ver se cola.

Tudo serve para tentar aproximar Portugal do projeto europeu, mesmo que as diferenças culturais sejam insanáveis.

Enfim, não nos conseguimos livrar destes estranjeirados que há séculos tentam impingir ao povo português o casaco cultural europeu, que humilde e submisso, lá se vai deixando levar por estes disparates.
Tiago Mestre

1 comentário:

Vivendi disse...

O máximo que eu consigo ser como "europeu" é galego.

Ainda mais neste dia trágico para o seu povo.