sábado, 15 de dezembro de 2012

A caminho dos 25% de desemprego



Por esta altura, vem sempre à baila o aumento do salário mínimo, para os políticos é excelente oportunidade de ficarem bem na fotografia, poderem  demonstrar que se preocupam com os mais desfavorecidos da força trabalhadora, serem aquilo que são Socialistas.
Os sindicalistas por seu turno é altura de mostrar serviço e revelarem a sua verdadeira face, que é só se preocuparem com o sócios e serem um dos principais adversários dos desempregados.

Mas será que o aumento do salário mínimo é positivo?

Não, é uma manipulação como todas as que os políticos fazem, a realidade é que o salário sobe se a produtividade aumentar, este fenómeno chama-se de aumento de salário sustentável, dado que não faz aumentar o desemprego.

As pessoas tem de compreender, que sempre que se aumenta o salário mínimo e se proíbe de contratar pessoas abaixo daquele valor o que se cria é desemprego, mas dirão como dizem, "mas é exploração", não o é, é a realidade.

O que leva um empregador a contratar um trabalhador?
Este contrata se o rendimento que retira do acréscimo de produtividade que o trabalhador aporta à empresa é superior ao custo que o empregador tem com a sua contratação. Se o custo for superior não contrata e o desempregado continua a receber zero (caso não esteja no subsídio de desemprego).

A realidade é que se não existisse salário mínimo, a taxa de desemprego seria muito inferior à que hoje.

A realidade é que os salários reais tem de baixar fortemente em Portugal, para que o Desemprego baixe, mas os custo de vida é sempre a subir, como vão viver as pessoas?
Respondo nesta forma, os preços ajustam-se, se os empresários não venderam aos preços actuais, terão de ajustar, baixando os seus preços, mas existem empresários que não podem baixar mais os preços, então terão de fechar, dado que não conseguem competir na nova realidade.
A economia é dinâmica, não estática, o que ontem era verdade pode não o ser hoje.
Esta teoria de manter artificialmente os salários altos para a realidade económica de hoje, só cria desemprego e atrasa a recuperação, a crise de 1929 arrastou se durante 15anos devido a politicas que visavam manter os salários artificialmente elevados.

A realidade é que o salário mínimo funciona contra os trabalhadores menos especializados, porque são estes que vêm as suas oportunidades serem diminuidas ou mesmo exterminadas, Vejamos o exemplo.

Um empregador contrata determinado trabalhador e paga-lhe 370€ e este aceita de livre vontade, o Estado aumenta o salário mínimo para 500€, diríamos o trabalhador saí a ganhar, errado.
O que acontece é que o empregador tinha uma receita de 450€ com o extra de produção do trabalhador, ao novo nível de salário passa a perder dinheiro, o que leva a que o posto de trabalho seja extinto, o trabalhador passa de 370€ para 0€

Esta situação é simplificada, mas é assim que é operado o pensamento de um empregador quando vai para empregar um trabalhador, só o emprega se retirar rendimento do trabalho do empregado.

A realidade é que actualmente os menos qualificados terão dificuldades de aceder ao mercado de trabalho (bem como grande maioria dos qualificados, dado que as qualificações que dispõem não se adequam à necessidade do mercado), quanto mais elevado for o salário menor emprego se gerará.

Outro aspecto é que existem acordos de empresas, e mesmo ao nível do Estado que determinado vencimento é X ordenados mínimos logo aumenta-se o salário mínimo e aumenta-se outros salários, criando mais pressão para o aumento do desemprego.

A estrutura de preços na minha opinião está "inflacionada" devido à bolha de crédito que tivemos no passado, e todas as politicas seguidas até este momento é de forma a procurar manter o status quo, isso leva ao arrastar das consequências da crise.

O mercado deve ser deixado ajustar a nova realidade, as empresas que tem de fechar devem fechar e as novas que tiverem de abrir deveram abrir.

O empreendedor investe quando vê oportunidade de negócio, e mesmo em crises existem inúmeras oportunidades de negócio.

O Álvaro disse que temos os salários baixos, é a opinião dele, se fossem tão baixos como diz, como temos desemprego no nível que temos?

2 comentários:

Anónimo disse...

"Um empregador contrata determinado trabalhador e paga-lhe 370€ e este aceita de livre vontade, o Estado aumenta o salário mínimo para 500€, diríamos o trabalhador saí a ganhar, errado.

O que acontece é que o empregador tinha uma receita de 450€ com o extra de produção do trabalhador, ao novo nível de salário passa a perder dinheiro, o que leva a que o posto de trabalho seja extinto, o trabalhador passa de 370€ para 0€"

Errado, Filipe Silva. Está tão errado como o Marx (a sua explicação é exactamente da "mais valia" marxista).

E está errado, porque o trabalhador não passa para O€: passa a receber subsidio de desemprego... e quem tem que o abonar TAMBÉM é o Filipe Silva. E - pior ainda! - o subsidio de desemprego não vai dar para e dito trabalhador lhe comprar a tralha que o Filipe Silva produz...

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Em contrapartida dou-lhe TODA a razão no que respeita à influência inflacionária do crédito na estrutura de preços. MAS... o crédito fopi a solução encontrada pelo sistema para "complementar" os salários baixos... e permitir ao zé comprar a tralha que o Filipe Silva fabrica (ou, mais provavelmente, importa das chinas)...

Grande chatice!

Filipe Silva disse...


A teoria de Marx assenta na teoria do valor de Adam Smith.

Com o Exemplo numérico o que quis comunicar é que o calculo do empreendedor é feito com base no valor que o trabalhador aporta, sendo que este valor é comunicado via preço.

A teoria do Valor correcta é a de Carl Menger, em que o valor é subjectivo.

Ao focar me no exemplo numérico foi para melhor fazer passar a mensagem de que o aumento do salário mínimo leva certamente a um aumento do desemprego, dado que muitos trabalhadores que a niveis salariais teriam acesso a um emprego com um salário mínimo não têm.

o Valor reside em cada um de nós, mas os preços expressam parte desse valor, como afirmei o salário não é mais que um preço.

Como no caso das bananas, se eu compro o kg da banana a 4€ é porque Eu valorizo mais o kg da banana do que os 4€

A ideia é a mesma no exemplo o empregador ao contratar o trabalhador por 370€ esta a dizer que prefere (dá mais valor) o trabalho do que os 370€.
Quando o salário é de 500€ e este escolhe não contratar ou despedir, este diz que a utilidade marginal que retira deste trabalhador é inferior ao valor do salário.

O exemplo foi realizado de forma a que a ideia seja melhor percebida por quem não é da área.

Em relação ao subsídio de desemprego, eu mencionei que estava a simplificar, este só ocorrerá se o trablhador estiver empregado há mais de X meses, etc...

Eu não abono ninguém, ai o Comentador está completamente errado, quem abona é o Ladrão Estado, que me rouba, a mim e a todos os outros, e escolhe depois dar a quem está desempregado.
A mim nunca me perguntaram se Eu queria ou não abonar quem quer que fosse.

O salário de qualquer um trabalhador ou ate mesmo dos que usufruem do saque que faz o Estado, para onde vai apenas diz respeito aos detentores do rendimento.
Se optam por comprar a "tralha" que Eu eventualmente produzo excelente sinal que faço um bom trabalho, senão paciência ou melhoro ou abro falência.

Não isso da escolha para complementar é treta, o que vigora é no main stream economico a visão neo clássica da economia, em que o capital aparece magicamente e que as pessoas não devem poupar porque o Pai Estado trata de tudo.

O Crédito ocorreu devido ao Estado Social, porque se Eu não preciso de acautelar o amanha porque o Estado resolve, posso gastar o que tenho hoje e também o de amanha.

Tralha e a forma como escreve denota-se um certo desprezo, a mim sempre me disseram " a man´s garbage is another man´s treasure"