... citando inclusivamente o caso português como exemplo paradigmático deste remédio bem amargo que estamos a experimentar.
Os editores do NY Times certamente que adoram a política expansionista de Barack Obama e Ben Bernanke.
Imprimir 80 biliões de dólares por mês e executar défices anuais a roçar os 9%-10% do PIB americano parece coisa boa aos olhos dos editores do NY Times.
Pois, mas não é.
Até ajuda a adiar a desgraça, mas pelo meio não corrige nada e agrava os fundamentos da economia americana.
A realidade diz-nos que a energia que é pedida ao futuro recorrendo a emissão de dívida baseia-se cada vez mais em receitas que não irão existir nesse tal futuro promissor.
Quando esse futuro se torna presente, percebe-se que os défices continuam e as receitas teimam em não aparecer, obrigando à emissão contínua de nova dívida e ao aumento exponencial dos juros.
Certamente que tudo isto são danos colaterais e pouco relevantes para os editores do NY Times.
A esta malta da pseudo-esquerda caviar assenta-lhes bem este aforismo:
"O que interesse é o hoje e o amanhã que sa'foda"
Ninguém se quer preocupar com as consequência indiretas, muitas vezes invisíveis, que emergirão à superfície mais tarde ou mais cedo.
O timing da política também não ajuda. Vive-se permanentemente em campanha eleitoral, as matérias são estudadas pela rama, as políticas são fracas e a comunicação das mesmas um monte de mentiras descaradas para não amedrontar a maralha.
A ética e a moral só saem à rua quando são os nossos direitos a serem postos em causa, porque de resto o pessoal fica calado e a rezar para que não lhes calhe...
A realidade e a aritmética imploram por austeridade, mas o mundo virtual em que a grande maioria dos cidadãos vive pede exatamente o contrário.
É esta a guerra ideológica que temos pela frente.
Para já é a anti-austeridade que está na mó de cima, e se esta vencer a guerra (oxalá que não), teremos muitas notas de dinheiro que nada valem e confisco a torto e a direito.
Tiago Mestre
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