Vem hoje a edição online do Expresso revelar um artigo do International Herald Tribune, em que os jornalistas do mesmo referem o tipo de consequências nefastas que a austeridade impõe.
Apenas li os 2 parágrafos que o Expresso disponibilizou, e em nenhum sítio o IHT nos deu a saber como pode o governo eliminar 10, 15 ou 20 mil milhões de défice sem ser com recurso à austeridade e sem comprometer a Educação e o sistema da segurança social.
Soluções baseadas em juízos de facto não li, mas opiniões baseadas em juízos de valor abundam.
Esta argumentação falaciosa que apenas critica o que outros fazem e nem sequer sobe o véu do que poderia ser feito em alternativa é apanágio de muita gente no mundo jornalístico, mas a fonte parece-me que vem dos políticos, sobretudo os que gravitam na oposição ao governo.
O mundo virtual em que vivem, e de como desesperam para que ele se perpetue, lança no discurso desta gente as ideias mais irrealizáveis e fora do mundo em que vivemos. Querem este mundo, o outro, e mesmo assim não chega.
Querem isto, querem aquilo e não querem abdicar de nada. Cortarem no que quer que seja, pelas consequências nefastas que tem, é um sacrilégio, uma ilegalidade, um desastre social.
E para a população portuguesa, sobretudo os otimistas que acreditam em milagres, paleio estragado como este do IHT é pimenta no rabinho dos defensores da austeridade. Agarram-se a isto, não conseguem vislumbrar mais nada, e qualquer assomo de realidade que possam ter aqui ou acolá é para esquecer rapidamente.
Com políticos a mentir, jornalistas a caucionar e uma população tendencialmente ignorante e com vontade de assim se manter acerca das contas do Estado e da economia, o caminho da austeridade parece ser cada vez mais difícil de trilhar.
Tiago Mestre
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