terça-feira, 23 de abril de 2013

Miguel Gonçalves abre o peito e leva logo balas

O Miguel Gonçalves decidiu abrir a boca do jornal I, e a sociedade politizada começou logo a berrar e a insultar o rapaz.

O que ele lá diz parece o óbvio para quem lida diariamente com pessoas num contexto profissional.
Há de tudo, e de tudo mesmo; e até ao fim da minha vida todas as pessoas com que me irei cruzar serão sempre diferentes umas das outras.
Acho que já me cruzei com gente suficiente para poder inferir isto que estou a dizer.

Mas os abutres, aqueles que vivem à custa da sinceridade e ingenuidade dos outros, como o Bloco de Esquerda e outras forças do tipo "Não me toques que me desafinas", arranjaram neste jovem um manancial de enxovalho para agredir o governo e colocar, mais uma vez, a força política que está no poder numa situação complicada, que apesar de nem o ser, os abutres bem tentam passar a mensagem que o é.

O Miguel, na entrevista ao I, expressou a sua opinião sincera sobre aquilo que são os seus anos de experiência profissional. Pode lá ter momentos de miopia, mas também tem de grande lucidez. Tem de tudo, como qualquer ser humano.

Mas o mais relevante é que o rapaz quis dizer aquilo que acha que está a acontecer, sem ter a necessidade de querer agradar ou enfurecer fulano A, B ou C.
Ele e todos nós ainda somos livres de dizer o que achamos estar certo e errado, e não ofendendo ninguém, que foi o caso, só as virgens ofendidas é que ficam nervosas.


Eu próprio discordo da visão dele de que os homens e as mulheres devem estar aptos para trabalhar e "vender" o seu produto. Aliás, nem sequer acredito que tenhamos nascido para trabalhar, quanto mais para saber trabalhar bem e de acordo com as regras da maioria. Trabalhamos para sobreviver, para colmatar as nossas falhas e insuficiências; e para tornar a nossa passagem um pouquinho mais alegre, o que quer que isto signifique.
Agostinho da Silva ensinou-me que o homem nasceu para sonhar, e não para trabalhar. Trabalha-se, se e só se nos realizarmos nessa tarefa, ou seja, sonhando a trabalhar. Tudo o resto é um bocado escravidão auto-infligida


Pedem-lhe uma opinião e ele transmiti-a em função da sua visão da realidade. Ingenuidades destas já não são frequentes na sociedade mediatizada, e quando surgem, aqui d'el rey.

Tiago Mestre

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