Gaspar é político com P pequeno. Salazar era com P grande

Aqui há 1 ou 2 anos iniciei no Contas Caseiras uma série de 5 posts intitulados:

"Podemos aprender com o Estado Novo? Ou ainda é tabu?"

http://contascaseiras.blogspot.pt/2012/05/podemos-aprender-com-o-estado-novo.html
http://contascaseiras.blogspot.pt/2012/05/podemos-aprender-com-o-estado-novo-ou.html
http://contascaseiras.blogspot.pt/2012/05/podemos-aprender-com-o-estado-novo-ou_04.html
http://contascaseiras.blogspot.pt/2012/05/podemos-aprender-com-o-estado-novo-ou_08.html
http://contascaseiras.blogspot.pt/2012/05/podemos-aprender-com-o-estado-novo-ou_14.html

E não é de espantar que a verdade emerja a pouco e pouco à superfície.
Quando o conteúdo das questões é importante, e se estamos realmente interessados em aprender com o passado em vez de acusar gratuitamente os seus atores, muito se pode aprender.

Marcelo Rebelo de Sousa e muitos outros correlegionários cheiraram o poder quando o regime anterior caiu de maduro, e desde aí que os abutres têm rondado a carcaça a que chamamos Orçamento de Estado. Uma obscena quantidade de dinheiro que é entregue a gente pouco preparada mas muito ambiciosa.

Salazar afinal não era só defeitos.
Era (tão só) um político astuto, em que se gostava ou se odiava.

Como pode esta gente, que se dedicou durante décadas a diabolizar o regime anterior, vir agora colocar estas questões de forma tão leviana, ao ponto de elogiar Salazar em comparação com Gaspar, que coitado do homem, nem sabe para onde se há-de virar.
Não dá para se comparar coisas tão diferentes.

E não é justo deitar abaixo um homem que tenta acertar nas contas há ano e meio, comparando-o a alguém que foi considerado o Diabo na terra mas que agora já se transformou em político com P grande.
Não havia de valer.

Tiago Mestre